Capítulo Sete

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Eu me molhei

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Eu me molhei. Tentei fazer uma cabana, mas falhei miseravelmente. Eu achei que estava perfeita, porque usei folhas maiores e galhos grossos, mas acho que não amarrei muito bem, porque no meio da chuva a coisa despencou toda na minha cabeça e eu fui forçado a acordar molhado. Sem saber para onde ir, fiquei vagando até achar uma árvore cuja copa me protegia da chuva se eu ficasse em pé parado no mesmo local.

Agora pela manhã deu uma estiada, mas ainda assim o risco de chover é grande. Preciso achar algum local. Aqui não há pessoas por perto, não há casebres na floresta com bruxas e doces, não há hospedarias quentinhas como a que moro com tortas de maçã. Preciso parar de sonhar e focar em achar um local.

Meus ombros estão doendo, porque devo ter dormido por no máximo uma hora e fiquei muito tempo parado na mesma posição. E desde então não parei de andar, mesmo bebendo água e comendo o que sobrou. Eu também guardei um pouco do jantar de ontem, então as sobras do coelho foram parte do meu café da manhã.

Já estou numa área densa da floresta, um local que duvido que uma alma humana viva tenha tocado os pés na última década. Nenhum sinal de um unicórnio, nenhum sinal de Major, que acredito estar melhor que eu. Mas acho que vejo algo...

Numa floresta como essa, seria de se esperar que eu pudesse encontrar uma entrada de caverna. Estou um pouco longe, então me aproximo devagar para enxergar melhor. Há uma série de pedras cobertas por musgo, galhos de árvores, folhas caídas. Mas há um buraco oval que leva para uma semi escuridão. É uma grande entrada de terra batida, lá dentro só consigo ver grandes pedras. Talvez esteja menos úmido do que aqui na frente.

— Merda — resmungo comigo mesmo após meus dedos escorregarem no musgo quando me apoio na pedra lateral da entrada.

Mas eu consigo entrar. Alguns passos cuidadosos, tenho receio de cair nas pedras e me machucar. Se eu me machucar, certamente irei morrer. O canto direito está seco, também não irei adentrar muito, não sei o que se esconde lá por dentro e não tenho interesse em explorar nada. Só quero ficar aqui até amanhã, quando acredito que o tempo irá melhorar. Na verdade, se eu soubesse que o tal Chenle tinha certeza sobre a chuva, talvez eu tivesse perguntado a ele melhor. Mas ele foi embora... Por que foi embora?

Não há nada o que fazer aqui, então me acanho, abraço a mim mesmo e como uma pequena concha decido dormir. O cheiro de terra molhada emaranha minhas narinas, estive sentindo isso o dia todo e devo confessar que me impede de enlouquecer. Sempre gostei da floresta, talvez porque cresci perto dessa e vê-la é sinônimo de casa. Porém, eu nunca pensei que teria de enfrentá-la sozinho. Nunca passei por isso, nunca precisei.

Eu fui estúpido. Eu sou estúpido e aqui está a prova: não irei achar unicórnio algum, irei ficar sem comida e se continuar chovendo por dias a fio, ficarei certamente doente ou me machucarei. Será difícil me livrar dessa situação. Talvez eu deva subir numa árvore alta e verificar os arredores, se estou perto de algum lugar ou não. O mapa do Sr. Kim foi útil até eu me perder. A menos que eu encontre um ponto que estou, não poderei ir muito longe sem o sentimento de que estou perdido...

lágrimas de unicórnios ★ chensungOnde histórias criam vida. Descubra agora