Capítulo Quinze

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Gostaria de falar coisas indizíveis e inexplicáveis, como contar o que sinto ao ver estes fios de cobre desgrenhados ao amanhecer, como sua voz rouca ou carinho cintilante me deixam meio fora dos sentidos

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Gostaria de falar coisas indizíveis e inexplicáveis, como contar o que sinto ao ver estes fios de cobre desgrenhados ao amanhecer, como sua voz rouca ou carinho cintilante me deixam meio fora dos sentidos. Eu queria dizer que ele já me deu tudo que preciso, porém tenho medo disso escapar entre meus lábios. Tudo foge em algum momento, ou é roubado, e tenho muito pouco para brincar com a sorte.

Antes que eu possa dizer algo a respeito da sua aparência e de como estou com mais sono agora do que quando dormi, escutamos barulhos entre as árvores e levantamos a cabeça para saber do que se trata.

— Vai chover hoje — é o que Renjun diz. Acho que ele não percebe que não queremos falar sobre o clima. — Vai ter uma tempestade também. O mar estará revolto.

— Por que fala tanto do mar? Você nem é mais pirata — é mais uma reclamação do que um comentário da minha parte.

Ergo-me preguiçosamente e meus passos são lentos e desajeitados até onde estão nossas coisas. Eu e Chenle dormimos em frente a árvore de ontem, e ele vem para perto de mim com o rosto ainda meio inchado. Ele dormiu com a cabeça no meu braço. Quer dizer, isso até deitar no meu peito e, enfim, me empurrar para o lado e enfiar a cara na grama. Descobri que estas são as pequenas alegrias de dormir ao lado dele.

— A vida de pirata nunca sairá da minha memória — Renjun nos segue. — Querem ouvir uma história? Mais tarde contarei quando saqueamos um dos navios do rei. Teve até naufrágio.

— Você roubava do rei? — olho-o por cima do ombro.

— Claro que sim, eu sou um pirata... Quer dizer, eu era — seu silêncio mostra o quanto ele está pensando sobre o assunto. E só agora dou-me conta de que ele aparentemente pegou algumas ervas e flores, talvez para um chá ou qualquer idiotice que quiser inventar. — Você por acaso trabalha para o rei?

Engulo em seco antes de responder.

— Trabalho para uma grande família que serve ao rei.

— O Jisung é pesquisador. Ele veio estudar os unicórnios — Chenle estica os braços e solta um bocejo preguiçoso.

— Os unicórnios? — Renjun gargalha.

— O que foi? — ergo uma sobrancelha.

— Você serve ao rei e pesquisa sobre unicórnios... Meio contraditório — o pirata chacoalha as ervas nas mãos, mas depois enfia nos bolsos como se quisesse guardar para um lanchinho mais tarde. Ele definitivamente é esquisito. Não de um jeito bom.

— Por quê? — Chenle pergunta.

— Até onde sei, o rei adora os unicórnios mortos.

Chenle, assustado, cobre a boca.

— É só temporário... — eu falo meio baixo.

— O rei mata unicórnios? — Chenle questiona, agora horrorizado olhando para mim.

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⏰ Última atualização: Mar 26 ⏰

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lágrimas de unicórnios ★ chensungOnde histórias criam vida. Descubra agora