Capítulo Catorze

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Quando o sol desponta entre as folhas, eu sinto meu coração pesado

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Quando o sol desponta entre as folhas, eu sinto meu coração pesado. Eu deveria ter pensado melhor e sinto que tudo que tenho é arrependimento. Renjun subiu numa figueira, pegou alguns figos e disse que se não fosse por ele, estaríamos fritos. E então eu penso que se não fosse por nada disso, eu não estaria tão frito. Estou me sentindo muito mal e... confuso. Não há nada que eu possa fazer a não ser continuar na mesma estrada.

Quando o sol vai embora e a noite deita sobre nós, eu desejo que um sinal surja e me indique o que fazer. Mas a vida não é assim, não há como as respostas aparecerem do nada, não há como eu saber a receita assim tão fácil. Mesmo assim.

Comemos silenciosamente. Chenle conversa com Renjun sobre o que piratas realmente fazem — com um comentário do Le sobre como isso parece horrível, ruim e desfavorável (?), seja lá o que ele quer dizer com isso —, já eu fico em silêncio alimentando a fogueira e espantando alguns mosquitos. Antes de dormir, tiro minhas botas, porque meus pés já estão com bolhas, e me deito na grama.

De início, eu cochilo, mas depois não consigo mais cair no sono. E isso me deixa preocupado, porque eu não dormi quase nada na noite anterior. Levanto-me preguiçosamente e percebo os dois dormindo no chão, Renjun usando minha bolsa como travesseiro. Solto um suspiro.

Acho que estou meio aturdido. Caminho pela floresta até sentar em frente a uma grande árvore. Acho que ela está aqui por alguma razão. Fecho os olhos e repito fundo. Às vezes isso ajuda, às vezes ajuda a sentir o ar ao redor de mim, o vento, as linhas das folhas, o granulado da terra e...

— Jisung? — a voz de Chenle me deixa desconcertado. Abro os olhos. — O que foi?

— Ah, oi — respiro fundo ao virar para sua direção.

Ele se senta ao meu lado e olha para a árvore também.

— Você quer conversar?

Comprimo meus lábios e arranco algumas folhas.  Como não falo nada, ele tenta outra vez:

— Antes de Renjun chegar, você estava falando alguma coisa sobre ter alguma coisa por aqui...

Engulo em seco.

— Unicórnios — digo de uma vez. — Eu preciso urgentemente encontrar algum unicórnio, Chenle. Eu preciso.

— Entendo, mas...

— Você não entende — abano a cabeça. Pelo meu tom de voz, pareço estar desesperado, o que não é mentira. — Eu vim para cá com a promessa de que encontraria um unicórnio, senão eu não poderei ter a vida que sempre tive. Não é como se ela fosse maravilhosa, mas é como aprendi e sei viver. E... até agora nada. Então algo deve ter acontecido. Porque tinha vários unicórnios por aqui e até agora nada... Simplesmente nada, Chenle.

— Eu sei que você precisa estudar os unicórnios, Jisung, mas talvez seu mestre possa te dar mais tempo, não?

— Não — abaixo a cabeça, um suspiro cansado é tudo que consigo dar.

lágrimas de unicórnios ★ chensungOnde histórias criam vida. Descubra agora