Capítulo Onze

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— Isso te deixa chateado? — consigo nadar para a beira

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— Isso te deixa chateado? — consigo nadar para a beira.

Ele se levanta e caminha para floresta.

— Claro que sim. Eu queria ser mais livre — começa a recolher alguns pedaços de madeira para a lenha. — E ela finalmente me confiou ir sozinho fazer algo. E aí te encontrei. Eu acho que sou bem capaz de me virar e ela sabe disso, porém acha que tenho muita curiosidade e um coração muito grande. Palavras dela, claro.

Arrasto-me para fora da água e mais alguns metros para longe das pedras até chegar no conforto da grama. Engulo em seco enquanto tento entender que raios aconteceu.

— Seus pais são superprotetores?

— O que seria isso?

— Pais que acham que podem te proteger de tudo e te prendem, limitam suas interações e até tomam decisões no seu lugar, tudo isso com o argumento de que querem seu bem e que isso é para evitar que se machuque ou fique desprotegido — eu explico.

Pego minhas roupas outra vez e primeiro enfio minhas pernas molhadas na calça, mesmo sendo difícil, porque a cada segundo se gruda no tecido e me impede de deslizar.

— Acho que sim, Jisung — ele me responde por entre as árvores. — Desculpa se te assustei com o beijo. Eu percebi que você queria e eu precisava confirmar uma coisa. Além disso, queria sentir o gosto do sol poente. Você me perdoa?

— Tudo bem, Le — consigo puxar a calça e estou afivelando no instante em que ele deixa uma braçada de lenha no chão. Ele realmente foi rápido. — Você está bem?

— Estou, sim — ele se senta ao meu lado e se curva para ajeitar a lenha para acender a fogueira.

— Sua vila ainda está longe?

Ele fica uns segundos em silêncio, mas acredito que esteja concentrado em criar fogo.

— Não muito — percebo que morde o lábio inferior.

— Como é lá?

— É na floresta, então somos cercados de natureza e tudo que há de bom. E tem uma árvore grande... e tem um lago que tem cisnes. E eu sou amigo de vários sapos. E todo mundo canta de noite, sabe? Fazemos uma roda, tocamos pipa, dizi e guqin...

— Todas as noites? — inclino a cabeça para o lado, feliz por ele estar contando mais isso para mim.

— Sim.

— O que é um guqin?

— Um instrumento de som profundo.

— Vocês moram numa vila e têm dinheiro para ter instrumentos caros? — minhas sobrancelhas se erguem.

Talvez este seja meu sonho: ter um estilo de vida simples, porém ter dinheiro para viver, não apenas sobreviver.

— Nós que fazemos — ele senta nos calcanhares, satisfeito pelo fogo já feito. — Não é muito difícil. Há pessoas que são muito boas nisso.

lágrimas de unicórnios ★ chensungOnde histórias criam vida. Descubra agora