*Alice
Os meninos passaram a manhã inteira tocando e eu estava encantada, a sintonia que os cinco tinham era impressionante. Dinho cantava e fazia palhaçadas e eu já estava com o rosto doendo de tanto dar risada.
- Isso foi demais. - me levanto assim que eles terminam a última música. - Caralho, vocês são demais.
- Olha a boca, menina. - Sérgio fala e dá risada. - Mas concordo com você, acho que a gente mandou bem.
- Você acha? Eu tenho certeza. - Bento fala animado. - Aí galera, já passou do meio dia... Minha mãe só volta de noite e eu não sei fazer comida, até ofereceria pudim para vocês, claro se tivesse sobrado alguma coisa do pobre do pudim. - Bento fala olhando pro Samuel e depois para a minha pessoa.
- Eu posso fazer uma lasanha lá em casa, nossos pais não estão em casa. - procuro pela xuxinha no meu pulso, mas tinha esquecido a mesma em casa. - Ô Bento, me empresta uma xuxinha?
- Por que eu teria xuxinha em casa? - ele pergunta cruzando os braços. Me aproximo do japonês e puxo seu cabelo que batia nos ombros. - É... Verdade. - ele entra na casa e em menos de dois minutos volta e me entrega uma xuxinha preta.
- E então? - amarro meu cabelo em um rabo de cavalo. - Querem comer lá em casa?
- Claro. - Bento responde e coloca a guitarra sobre a cama.
- Eu perguntei para o Júlio e o Dinho, você eu sei que vai de qualquer jeito. - falo dando risada.
- Claro que eles vão. - Sérgio fala colocando as baquetas no bolso.
Bento tinha guitarra e teclado e o Samuel trouxe o baixo dele, mas ele não tinha uma bateria e não tinha como Sérgio trazer a bateria para a casa de Bento e por isso ele improvisou usando uns baldes que a mãe do japonês guardava em casa.
- É... Nós vamos. - Júlio fala sem graça.
- Meu amor, você está no meio de um monte de animais, não precisa ficar tímido. - falo o abraçando de lado e Sérgio, Samuel e Bento me encaram ofendidos.
- Experiência com animais eu tenho bastante já que ando com o Dinho. - Júlio fala e eu dou risada.
- Quem apresentou esses dois mesmo? - Dinho pergunta e Júlio da risada.
...
Já estávamos em casa a quase uma hora e os meninos estavam em meu quarto jogando vídeo game. Olho a lasanha mais uma vez, mas ainda não estava pronta. Resolvo adiantar a louça e levo um susto ao sentir alguém colocar a mão em meu ombro.
- Desculpa, não quis te assustar. - era Dinho.
- Tudo bem, mas evita fazer isso quando eu estiver com uma faca em mãos. - falo levantando a faca cheia de espuma e ele dá risada. - Precisa de algo?
- Eu vim te ajudar.
- Relaxa, tá tranquilo.
- Eu insisto. - ele pega o pano de prato que estava pendurado e começa a secar a louça e a deixar sobre a mesa. - Você não cantou hoje.
- Vocês estavam tão empolgados e eu nem lembrei. - sorri, enxaguo um copo e o coloco no escorredor. - Eu gosto quando você faz aquelas vozes diferentes, mas você cantando de forma séria é... Inexplicável.
- Fico feliz que você pensa assim. - ele sorri. - Seus irmãos são muito gente boa.
- Eles são maravilhosos, me irritam todos os dias, mas eu não acho que conseguiria viver um dia longe dos dois. - falo e ele assente. - Você tem irmãos?
- Uma irmã e tenho a mesma opinião sobre ela.
Termino de lavar a louça e começo a guardar o que ele já tinha secado. Dinho abre a boca para falar alguma coisa, mas é interrompido por Sérgio entrando na cozinha.
- Se eu ficar com aqueles três mais um minuto, eu juro que enlouqueço. - meu irmão resmunga puxando uma cadeira e se sentando.
Termino de guardar toda a louça e pego o pano de prato que Dinho usava.
- Eles estão bem empolgados. - Dinho fala ao ouvirmos o grito de Júlio e Samuel, zoando com Bento.
Abro o forno e tiro a lasanha, coloco o refratário sobre a mesa e suspiro aliviada.
- Pronto, estou morrendo de fome.
- Está com um cheiro tão bom. - Dinho elogia e eu sorrio sem graça.
- É porque você não provou ainda, se tem uma coisa que essa menina sabe fazer é lasanha. - Sérgio fala pegando um prato e já cortando um pedaço da lasanha e se servindo.
- É a única coisa também. - Samuel fala entrando na cozinha.
- Quem te chamou, intrometido? - resmungo e ele da risada.
- Senti o cheirinho da lasanha. - ele segura meu rosto dando um beijo em minha têmpora.
Dinho se senta ao meu lado esquerdo e Samuel ao meu lado direito, na minha frente estava Sérgio e ao lado direito dele Bento e ao esquerdo Júlio.
- Podemos comer? - Bento pergunta e todos encaramos Sérgio que já estava na quarta garfada.
- O quê? - ele pergunta confuso e eu dou risada, todos se servem.
- Continuando o que estávamos falando anteriormente, eu acho que vocês deveriam entrar na banda. - Bento fala e logo leva um pedaço de lasanha a boca.
- Vocês vão entrar para Utopia? - pergunto animada para Júlio e Dinho.
- Ah é, você não estava. - Bento fala se servindo com mais um pedaço. - Então pitchula, estávamos comentando dos dois se apresentarem com a gente amanhã lá no Cecap.
- Pitchula? - Júlio pergunta confuso.
- É o apelido dela. - Bento explica e Dinho e Júlio continuam nos encarando confusos. - Perguntem para os dois ali, eles que deram esse apelido para ela e eu só aderi.
- Quando éramos crianças tinha um vizinho da idade dela que era atentadíssimo, um dia ele chegou em casa com uma garrafinha daqueles refrigerantes Pitchulinha e disse que era do tamanho dela. - Sérgio explica entre risadas, perdido nas próprias lembranças. - E aí o apelido pegou.
- Desde criança sofrendo bullying. - resmungo e eles dão risada. - O que acharam da lasanha? - pergunto ao ver que todos já tinham terminado de
comer.
- Maravilhosa. - Júlio responde e leva uma mão até a barriga. - Comi demais.
- Somos dois. - Bento fala e logo arrota, Sérgio da um tapa na testa do mesmo.
- Auê. - ele fala quando Bento o encara irritado. - Sabe que não pode revidar, japonês.
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Capítulo escrito: 08.11.2023
Capítulo postado: 14.01.2024
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Em seu sorriso - Dinho Alves (Mamonas Assassinas)
Teen FictionAtormentada pela pressão constante da sociedade sobre a sua aparência, Alice nunca se imaginou sendo amada, mas e quando o amor vem de quem ela menos espera? Nutrindo um amor secreto por seu melhor amigo, ela é pega de surpresa ao descobrir que é re...