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*Narrador

Os cinco caminhavam entre risadas, empurrões e tapas pela rua, em direção às suas casas.

- Caralho, esquecemos o fusca. - Samuel fala assim que param em frente a casa dos Reoli.

- Amanhã nós buscamos, pode ser? Tem gente aqui caindo de sono. - Sérgio fala se referindo a irmã que estava abraçada com ele e quase dormindo em pé. - Cabeludo, amanhã nós vamos ensaiar... Quer participar?

- Amanhã? Deixa eu ver na minha agenda. - Dinho faz como se estivesse folheando um caderno invisível. - Vou estar livre, então é claro que quero.

- Porra, foda! - Bento fala animado. - O ensaio vai ser na minha casa e você também vai, pirralha.

- Aham. - Alice resmunga e Sérgio da risada.

- Ela acordou seis horas para ir para a escola hoje e por isso está assim. - Samuel explica, defendendo a irmã. - Diferente de nós que somos vagabundos e só ficamos tocando.

- Fale por você, eu tenho emprego. - Sérgio fala e Samuel revira os olhos seguindo até o portão e destrancando o mesmo.

- É isso, rapaziada. - Sérgio cumprimenta Bento e Dinho. - Até amanhã, Bento você passa o endereço para ele?

- Claro né, cabeçudo.

- Nunca vi um japonês tão mal educado igual a você, puta que pariu. - Sérgio reclama e Bento da risada.

Alice se solta de Sérgio e passa as mãos no rosto, afim de espantar o sono. Samuel, Sérgio e Bento começam a discutir sobre o horário do ensaio no dia seguinte.

- Vejo você amanhã? - Dinho pergunta para Alice e ela assente. - Ótimo, agora vai pra casa, você está caindo de sono. - ele dá risada, achando engraçado o cansaço da garota.

O mesmo se aproxima e a abraça, ela deita a cabeça em seu ombro e pelos poucos segundos que ficou em seus braços, conseguiu sentir o seu perfume.

- Boa noite, Dinho. - ela sorri quando eles se soltam. - Até amanhã.

- Boa noite, xuxu. - ele dá um beijo em seu rosto e logo se afasta.

Alice ainda meio boba por conta do beijo segue para dentro de casa sem nem se despedir de Bento.


- Viu? A gente cria essas crianças com todo amor do mundo e quando elas crescem nem se despedem dos pais, vou jogar seu danone pelo ralo da pia, ingrata. - Bento grita e Samuel tapa a boca dele.

- Está louco, porra? 'Tá todo mundo dormindo. - ele fala de forma brava, mas logo acaba caindo na risada.

Os quatro ficaram conversando mais um tempo sobre o show de hoje e a participação de Dinho, até que os Reoli resolvem entrar e Dinho e Bento vão embora.

- Até que enfim. - Dona Helena fala ao ver os filhos entrando. - Pensei que não voltariam mais para casa.

- Que exagero, mãe. - Samuel fala fechando a porta da sala e dando um beijo no rosto da mãe.

- Quem era o garoto que estava com vocês? Eu só reconheci o Bento.

- Um rapaz que conhecemos no show de hoje, super gente boa. - Sérgio fala tirando os sapatos e deixando no chão, mas a mãe o repreende com o olhar e antes que ela diga algo, ele pega o par de sapatos.

- Deve ser gente boa mesmo, ela chegou e ficou olhando vocês pela janela até cair no sono. - a mãe fala se referindo a menina deitada no sofá, ali encolhida ela parecia minúscula vestida com a jaqueta de Sérgio. - Obrigado meninos por terem levado ela, vocês não sabem o quanto é importante.

Em seu sorriso - Dinho Alves (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora