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*Alice

17 de dezembro de 1994 - Sábado

09h40 A.M

Acordo com o som do telefone tocando, resolvo ignorar o mesmo e me viro para voltar a dormir, mas o telefone continua tocando.

- Vai atender, Samuel. - resmungo irritada, mas não obtenho uma resposta e o tefone segue tocando. - Saco.

Me levanto irritada e saio do quarto, dando de cara com Samuel esparramado no sofá. O telefone estava literalmente gritando ao lado dele e ele não movia um músculo. Pego o mesmo e atendo.

- Alô? - falo e escuto Sérgio rir do outro lado da linha.

- Deixa eu adivinhar, pelo seu tom de voz irritado eu te acordei, não foi?

- Engraçadinho. - resmungo e ele ri novamente.

- Levanta e vai se arrumar, estou passando aí em casa para te buscar.

- Onde vamos? - pergunto e escuto Cláudia falando algo no fundo.

- O Bento me ligou e disse que os pais emprestaram o sitio para ele, nós vamos dormir lá esse final de semana, acho que depois de ontem vai ser bom poder esfriar a cabeça. - ele responde e eu suspiro.

- Vou acordar o cabeçudo do Samuel, então. - aviso e ele fica em silêncio por alguns segundos. - O que foi?

- Você está bem? - não consigo evitar um sorriso ao ouvir seu tom de voz preocupado.

- Eu estou bem, ontem foi um dia perturbado, mas no final deu tudo certo. - respondo ao me lembrar de Dinho. - Que horas vai passar aqui?

- Daqui vinte minutos.

- Porra, Sérgio! - xingo, mas ele já tinha desligado a ligação.

Coloco o telefone no gancho e me viro vendo Samuel dormindo, sorrio e me aproximo do mesmo, quando vou derrubar ele do sofá, sua carteira cai e junto com ela a foto de uma garota.

- Quem é essa? - pergunto dando uns tapas nas costas dele.

- O quê? Quem? Onde? - ele pergunta apavorado e se levanta. - O que foi?

- Quem é? - mostro a foto e ele me encara irritado.

- Porra, Alice. - ele pega a foto da minha mão. - Me acordou pra isso?

- Eu ia te derrubar do sofá, mas aí vi a foto dela. - respondo e cruzo os braços.

- É uma menina que eu estou saindo. - ele resmunga e eu sorrio.

- 'Tá namorando, Sam? - pergunto me sentando ao lado dele, ele me ignora e guarda a foto na carteira novamente. - Quem é a infeliz? - pergunto e ele me encara bravo, dou risada e o abraço. - Estou brincando.

- Se você é louca o suficiente para beijar aquela coisa feia do Dinho, por que eu não posso ter uma namorada? - ele pergunta e eu me levanto e dou um tapa na cabeça do mesmo. - Aí, ô.

- Não chama o Dinho de feio, narigudo. - resmungo e ele da risada, encaro o mesmo e coloco as mãos na cintura.

- Vai ficar me encarando até eu falar, não é? - ele pergunta e eu assinto. - É uma garota que conheci no trabalho.

- Naquele seu trabalho de moto?

- É motoboy, Alice. - ele fala sem paciência e eu dou risada, ele sabia que eu estava fazendo isso só para o provocar. - E sim, eu fui fazer uma entrega em uma empresa e ela que recebeu.

Em seu sorriso - Dinho Alves (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora