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*Dinho

Acordo com o barulho insuportável de alguém batendo na porta sem parar.

- Não enche, Kelly. - resmungo e coloco o travesseiro no rosto.

Ouço a porta abrir e segundos depois a cama afunda, como se alguém tivesse sentado na beirada da mesma.

- Sua irmã é uma santa por te aguentar. - ouço Júlio e tiro o travesseiro do rosto.

- O que está fazendo aqui a essa hora da manhã? - pergunto de mau humor e ele dá risada.

- Já passou do meio dia, cara. - ele responde, me sento na cama e o encaro. - Precisamos conversar.

- Não poderia ser mais tarde? - pergunto e ele nega.

- Como foi ontem com a tal... - ele deixa a frase no ar, tentando lembrar o nome da menina.

- Júlia.

- Isso, Júlia. - ele tira o óculos e começa a limpar, usando a própria camisa. - Ela estava animada para ficar a sós com você, quase estávamos mandando vocês dois para um motel.

- Não rolou nada entre a gente. - falo e ele me encara surpreso.

- Sério? Mas por que? - ele pergunta confuso. - Não vai me dizer que... Olha cara, é normal e isso acontece com todo homem. - ele coloca a mão no meu ombro. - Ainda não aconteceu comigo, mas... - dou um tapa na mão dele e me levanto.

- Não foi isso, eu acabei falando umas coisas pra ela e ela foi embora.

- Dinho, a mulher estava quase te comendo com os olhos. - ele fala incrédulo. - O que você fez para a irritar?

Sigo até o guarda-roupa e abro a porta do mesmo.

- Eu... EuchameieladeAlice. - falo de uma vez e forço uma tosse.

- Entendi porra nenhuma, fala com a boca cara.

- Eu chamei ela de Alice. - repito, pego uma camiseta e um shorts e me viro vendo Júlio me encarar incrédulo.

- Cara, eu acho que chamar ela por outro nome é pior do que se você tivesse broxado. - ele nega e coloca o óculos novamente. - Mas isso entra no que eu vim conversar com você, senta aqui. - ele me puxa e eu me sento na cama novamente.

- É costume, a única mulher do nosso grupo de amigos é a Alice, acabei me confundindo e chamando ela assim.

- Se você quer acreditar nisso. - ele da de ombros. - Você precisa contar para ela.

- Contar o quê e para quem? - pergunto e ele me encara de forma séria.

- Contar para a Alice que está apaixonado por ela. - ele responde e quando eu vou me levantar novamente, ele me empurra na cama. - Porra Dinho, você não percebeu que está agindo como um babaca?

- Eu não estou agindo como um babaca e muito menos apaixonado, Júlio.

- Eu sou seu melhor amigo a anos e sei quando você está mentindo. - ele fala e eu suspiro, sabendo que não teria como correr de contar a verdade para o mesmo. - Você passou a noite escrevendo por conta de ciúmes e mal conseguiu disfarçar na casa dela quando o Bento falou sobre o cara.

- O que você espera que eu faça? Conte para ela que eu a amo? - pergunto e ele assente, como se fosse óbvio. - Eu não posso fazer isso, Júlio.

- E por que caralhos não pode? - ele pergunta irritado.

- Ela é minha melhor amiga e irmã dos meus melhores amigos, os irmãos dela vão me matar. - respondo e ele revira os olhos.

Em seu sorriso - Dinho Alves (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora