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*Narrador on

*Cinco anos depois

15 de dezembro de 1994 - 07h55 A.M

Bento acorda sentindo um peso sobre a barriga, ao abrir os olhos e tentar levantar ele percebe que tinha uma perna sobre o mesmo.

- Mas que porra? - ele resmunga, empurrando a perna da pessoa. O barulho do ossinho do tornozelo batendo no chão e o grito de Samuel acordou o restante do pessoal.

- Aí caralho. - Samuel se senta rapidamente e puxa a perna, passando a mão rapidamente no tornozelo, como se isso fosse espantar a dor.

- Pelo amor de Deus, por que estão gritando? - Alice resmunga.

- Espero que tenham um bom motivo, ou vamos ter dois homicídios agora pela manhã. - Sérgio fala se levantando com cuidado para não machucar os irmãos que estavam deitados ao seu lado.

- Bom diaaaaaa. - Dinho entra no local todo animado, encontrando os quatro o encarando irritados. - Que caras feias são essas?

- As deles mesmos, só tem gente de cara feia aqui. - Júlio fala entrando logo em seguida, Bento procura algo ao redor para jogar no amigo, mas não encontra nada já que estavam dormindo em um palco. - 'Vamo cambada, hora de acordar.

- Consegui uma carona pra gente. - Dinho fala animado, estendendo a mão para Alice e Samuel, os ajudando a levantar.

- Puta que pariu, que dor nas costas. - Alice reclama e Dinho da risada.

- Nós dormimos no chão desse palco duro, o que esperava? - ele a provoca.

- Eu não estou com tanta dor. - Samuel fala se espreguiçando.

- Claro né, ô filho da puta. - Bento xinga. - Quase que dormiu em cima de mim.

- Foi mal, japa. - Samuel se desculpa. - 'Aê, tô na maior fome.

- Ih, só arrumei a carona. - Dinho fala. - A comida vocês se viram.

- Quanto ganhamos de cachê por essa noite? - Sérgio pergunta.

- Setenta reais. - Júlio responde e suspira frustrado. - Olha, dá para comermos e ainda sobra uns trocados.

- Cara, do jeito que 'tá só vamos gravar esse álbum daqui a dez anos. - Bento resmunga e Alice dá um tapa na nuca do mesmo.

- Para de ser pessimista, Hinoto. - ela amarra o cabelo em um coque. - As coisas vão melhorar, tenha fé. - ela levanta os braços, se espreguiçando. - Outra coisa, guardamos o dinheiro e comemos em casa.

- Pessoal, não querendo apressar vocês... Mas precisamos ir agora. - Dinho fala ao ouvir a buzina. - Os instrumentos já estão lá, só faltam vocês.

- Então vamos logo. - Sérgio fala sem paciência, todos pulam do palco e Samuel acaba caindo e machucando o joelho. - Ô porra, parece criança. - o mais velho resmunga depois de dar uma olhada no irmão e ter certeza que não foi algo sério. Antes que Samuel pudesse falar algo, ele leva um tapa na nuca do irmão mais velho.

- Adoro a lógica do Sérgio de primeiro conferir se o irmão se machucou, concluir que não foi nada grave e meter a porrada no coitado. - Júlio fala dando risada e Sérgio o responde mostrando o dedo do meio.

- Eu não vou pular não. - Alice fala seguindo para o canto do palco. - Porra, levaram a escadinha do palco?

- Só não levaram o palco porque estávamos dormindo sobre ele, pula aí, vai. - Júlio responde.

Em seu sorriso - Dinho Alves (Mamonas Assassinas)Onde histórias criam vida. Descubra agora