Dupla caótica; Soukoku

Raiva, odio e o que mais?

    
NOTAS DA AUTORA

Oii galera tudo bem? Voltei com a constância. Esse cap não tem tanto soukoku porém foca muito nos sentimentos do Chuuya, definitivamente para entenderem melhor o que se passa nessa cabecinha.

Espero que gostem! Boa leitura!

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     Chuuya chegou a pouco tempo em casa, mal havia tirado o uniforme, e digamos “mal havia” porque tirar suas meias e as jogar no meio da sala não é de fato trocar de roupa. Os dentes amarelos do garoto mastigavam sem parar uma bala que havia pego do balcão da cozinha, seus olhos estavam vidrados naquela televisão que reprisava pela vigésima vez Hunter X Hunter em um canal infantil falido.

  A porta principal da casa foi aberta com pressa, o jeito brusco que Verlaine a abrira assustou a cadela cuja se chama Mel, que late raivosa contra o loiro.

— Ce’ é louco, perdão aí vossa excelência — O loiro reverência a cadela, ao que parece foi o bastante para que ela ficasse quieta.

  Chuuya ri soprado da situação, voltando sua atenção ao desenho.

  
— PUTS VERDADE! E você, seu chato? Por que desligou na minha cara? — O mais velho se jogou no sofá, assustando o ruivo que ali estava sentado.

— Aí caralho! — grunhe — Não é óbvio? Eu ‘tava na casa do moleque, como que eu ia ouvir seu textão motivacional! — O ruivo pega um travesseiro e o pressiona no rosto do irmão, brincadeira bem saudável diga-se de passagem.

    Verlaine rebate com as mãos, empurrando o travesseiro para cima e acertando bem na cara do mais novo, ao ver ser feito ele ri soprado.

— Aí seu bruto! — Chuuya ralhou.

— Tá, tá. Mas olha, o Dazai que eu conheci nunca teria feito uma coisa daquelas — O loiro ajeita sua cabeça no colo do irmão.

— Nunca se sabe, ele sempre fugiu do assunto — A voz de Chuuya parecia abatida, triste pelos dias infernais que teve graças a esse assunto, seu cotovelo se apoia no braço do sofá, sua cabeça se direciona ao teto e ele passa a olhar fixamente em um único ponto.

— Sabia que eu sempre achei que vocês dois iriam dar alguma coisa? — Verlaine solta a informação, começando a prestar atenção no anime que se passa na TV.

— Tá falando de mim com o Dazai ou do Gon e o Killua? — Um riso amargo escorre dos lábios finos do ruivo, em seguida Verlaine levanta a cabeça e olha para o irmão. O cenho do loiro se franze, seus lábios se curvam um pouco com o tom tristonho de seu irmão.

— Por que parece tão frustrado? Namoral aquela história toda nem deve ser verdade — O rosto do ruivo se tenciona ao ouvir isso, a cada segundo que se passa ele se afunda ainda mais naquele velho sofá como se isso fosse o ajudar.

— Não sei… por que acha que não é verdade? — Os olhos azuis do mais novo se fecham bruscamente, medo, é isso que ele sente, medo de encarar o que mais lhe feriu por um bom tempo, o pequeno coração do ruivo acelerou e junto a isso suas mãos começaram a tremer, uma gota de suor frio escorre por sua testa e sua respiração parece falhar, ele está prestes a colapsar.

— Por que você tem tanta certeza que ele fez isso? O Dazai que eu conheci te dava beijos na bochecha de despedida e gostava de assistir desenho abraçado com você, sério, tu parecia um ursinho de pelúcia quando ‘tava abraçando ele — Um sorriso nostálgico enfeita o rosto do loiro.

Chuuya sente um aperto no peito, tão doloroso que poderia impedir o coração dele de bater, de repente sua visão fica turva, seus olhos marejam levemente, o suficiente para não dar o veredito de que estava chorando.