𝘊𝘰𝘮𝘰 𝘌𝘶 𝘘𝘶𝘦𝘳𝘰 || 𝘙𝘰𝘥𝘳𝘪𝘤𝘬 𝘏𝘦𝘧𝘧𝘭𝘦𝘺

011

Era um fim de tarde de sábado; eu não tinha nada para fazer, a não ser pertubar minha família. Eu já tinha tentado conversar com minha mãe, mas a mesma já havia me xingando em 30 línguas diferentes na segunda frase que eu disse. Meu pai? Bom, eu não sou muito próxima dele, então fica estranho conversar com ele já que ele trabalha muito. Minha última opção: Dylan.

Eu entrei em seu quarto silenciosamente já que ele estava concentrado no computador. Eu cheguei por trás dele na ponta do pé e dei um tapa em sua cabeça.

— Que coisa feia Dylan! Vendo sites adultos em horário nobre? - Eu digo e logo solto uma risada. Irritar ele era definitivamente meu passatempo favorito

— Vai a merda Alissa! - Ele se vira para mim com a mão na cabeça e um olhar de quem com certeza gostaria de matar alguém.

Eu continuo olhando para ele rindo até que minha visão foca no computador a nossa frente.

— O que é isso? - Eu me aproximo da tela tentando ver - Passagens de ônibus?

Ele se vira para a tela novamente e a desliga em uma velocidade surreal. Eu me afasto rindo.

— Tá planejando fugir de casa, é? - Eu brinco com ele - Deixa eu advinhar - Eu coloco um dedo no meu lábio em uma expressão falsa de pensamento. Minha feição se ilumina e eu olho para ele sorrindo empolgada - Você descobriu que é o filho bastardo e finalmente resolveu sair de casa?

Ele revira os olhos e solta um longo suspiro.

— A gente é gêmeo idiota. Se eu sou bastardo, você também é.

Eu concordo com a cabeça enquanto rio. Eu me jogo em sua cama e agarro uma pelúcia da Hello Kitty que ele havia roubado de mim.

— Tem como parar de pegar minhas coisas? - Eu digo para ele me virando de bruços na cama, ainda agarrada na pelúcia - Daqui a pouco você tá querendo até minhas roupas.

Ele suspira de novo e tira a pelúcia de mim a força.

— Ei! - Eu reclamo

— Tem como você parar de invadir meu quarto?

— Me desculpe se você tava no Omegle tentando arranjar alguém pra namorar - Eu debocho dele, tentando pegar a pelúcia de novo.

— Se liga garota! Se eu quiser namorar, eu namoro - Ele diz enquanto luta comigo para que eu não pegue a Hello Kitty de novo. Ele joga ela do outro lado do quarto esperando que eu busque.

Eu reviro os olhos e bufo, mas não me lavanto. Ao invés, eu pego seu cobertor e me enrolo nele me aconchegando em sua cama.

— Caramba, você não tem quarto não? - Ele pegunta me olhando indignado - Sem teto do caralho.

Eu apenas rio de sua cara vendo ele se virar para o computador novamente, o ligando.

— Pensei que a essa hora você estaria procurando ternos para a apresentação profissional que a sua banda vai fazer - Eu o cutuco tentando chamar sua atenção, mas ele ainda continua focado na tela.