VIII

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POV AMÉLIA
04 de Junho de 1927

Eu e Evan, decidimos ir para Hogsmeade. Hogsmeade é uma pitoresca aldeia de chalés e lojas, mas é o único vilarejo completamente bruxo da Grã-Bretanha.

Estamos no Três Vassouras, um pub local, há algum tempo conversando e bebendo. Ele gosta de vir aqui, mas eu não sou muito fã, principalmente quando chega final de ano e só se encontra os pirralhos de Hogwarts.

Decidi não contar a Evan sobre meu encontro com Grindelwald, já que não foi tão promissor quanto eu esperava. Na verdade, não quero que ele saiba que eu fui falar com ele, não sei como ele vai reagir. Mas acho que preciso encontrar outra forma de lidar com a situação, porque isso não me ajuda em nada.

No meu encontro com Grindelwald, ele estava falando tanto que eu quase não conseguia acompanhar o que ele estava dizendo. E o que ele estava dizendo era só um monte de baboseira, foi uma conversa bem sem graça.

Não tenho mais ouvido falar de Dumbledore e Grindelwald, o que pode ser uma coisa boa e ruim ao mesmo tempo. Por um lado, não ter notícia deles é um sinal de que estão mantendo a situação sob controle. Por outro lado, não sei o que eles podem estar planejando, e isso me deixa preocupada.

Ultimamente, tenho sentido algo diferente, como se algo ruim fosse acontecer. É como se meus sentidos estivessem me dizendo que algo ruim está por vir, algo que eu nunca tinha sentido antes.

Tudo está indo muito bem e calmo, algo que não é normal para mim. Tenho um pressentimento ruim e não posso explicar por que. Essa sensação está me fazendo sentir ansiosa e nervosa, como se algo estivesse me assombrando.

Me pego distraída por meus pensamentos e quase não ouço a voz de Evan:

-...Você me ouviu? - ele pergunta, e eu saio abruptamente de meus pensamentos.

- Desculpe, eu só estava pensando...

Evan: - O que está acontecendo com você ultimamente? Você tem estado muito estranha - ele diz, me olhando intensamente.

- Nada, e que eu...

Parei de falar quando vi algumas pessoas correndo e gritando na janela. Me levantei rapidamente, junto com Evan, para ver o que estava acontecendo.

Saímos da loja e vimos que tinha uma confusão acontecendo mais à frente, mas não conseguimos enxergar direito o que estava acontecendo. Havia muitas pessoas correndo e se esbarrando em mim. Nos entreolhamos e decidimos ir até o local da confusão.

Chegamos mais à frente e nos deparamos com um corpo no chão. Evan se agachou-se para verificar, mas não havia nada a fazer. A pessoa já estava sem vida.

Era um homem não muito velho, estava totalmente pálido, com os olhos completamente brancos e marcas pretas pela pele, como se algo tivesse queimado por dentro e se espalhando lentamente por todo o corpo. Parecia que sua alma tinha sido sugada. Eu nunca tinha visto algo assim antes.

Bem aterrorizante.

Ouvi vozes e, movida pela curiosidade, decidi segui-las cautelosamente. Mais à frente, vi cerca de três caras apontando varinhas para um homem desarmado, que parecia estar sendo forçado a dizer algo.

- Pra quem você contou?

- Me forçaram, eu juro...

O cara do meio falava com o refém mas não dava pra entender o que ele dizia. Ele parecia ser um jovem, e parecia muito assustado com a situação. - "Por que esses caras se metem com gente errada?"

De repente Evan apareceu do meu lado e quando viu a cena já entrou no meio, apontando para os homens.

Evan: - Deixem o garoto em paz.

Quando os três homens viram que Evan estava apontando a varinha para eles, eles logo se armaram para nós também. O garoto que estava sendo ameaçado aproveitou a distração e conseguiu correr e até esbarrar em mim - Aí!

Os três homens estavam usando chapéus e com as golas dos casacos levantadas, então não dava para ver seus rostos.

Mas o do meio, o cara que estava interrogando o jovem, ficou olhando diretamente para mim. Eu pude vê-lo mais claramente porque os olhos dele eram em um tom amarelo vibrante, um olhar bem sinistro.

Evan: - Quem são vocês? E porque fizeram aquilo com aquele homem?

Eu fiquei em estado de alerta, preparada para lutar se necessário. Eu e Evan somos ambos poderosos magos, eu poderia usar meus poderes para protegê-lo. Mas não queria que isso escalasse para uma briga em público.

O cara do meio continua a me observar, e seu olhar é tão forte que parece poder me cortar em pedaços. Eu simplesmente não consigo não encarar de volta.

Em vez de responder, os três homens continuam olhando para nós com expressões impassíveis, mas nenhum deles fala uma palavra. Eu começo a ficar impaciente e Pietro também parece estar se irritando. Ele aponta sua varinha para os homens e ameaça atacar.

Evan: - Se vocês não responderem, nós teremos que usar a força.

De repente, o homem que estava no meio, começou a dar passos para trás, onde estava escuro e os outros o acompanharam. Estávamos surpresos com a reação deles, mas fomos cautelosos e não nos aproximamos. Os homens então aparataram dali.

Saímos dali e fomos em direção ao garoto que estava chorando ao lado do corpo no chão. Evan se agachou para consolar o garoto, que estava com o rosto molhado pelas lágrimas.

Evan: - Por que aqueles homens estavam perseguindo você?

Garoto: - Eu... Eu não sei... Eles apareceram aqui e mataram o meu pai...

Evan olhou para mim, e pela sua expressão, parecia estar desconfiado que o garoto estava mentindo e não queria nos contar o motivo real da perseguição.

Vendo que aquele não era o melhor momento para fazer perguntas, nos afastamos do garoto, respeitando a sua privacidade e dando-lhe espaço para processar o que acabou de acontecer.

Evan: - Eles não deveriam ter matado o pai do menino... Eles não deveriam ter matado ninguém. Mas ainda acho que não sabemos a história completa. O menino não está nos contando tudo...

- Você sabe quem eram aqueles homens?

Evan: - Não tenho certeza...Ainda.


...


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Impenetrável - Gellert Grindelwald Onde histórias criam vida. Descubra agora