IV

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POV AMÉLIA
19 de maio de 1927

Eu estou há meia hora sentada nos degraus da escada, encarando fixamente a porta, mesmo sabendo que isso não vai fazer meu irmão aparecer mais rápido. Estou me sentindo um pouco infantil sim, mas é difícil controlar a saudade que sinto por ele.

Não posso negar, eu estava um pouco nervosa e queria ver o rosto do meu irmão mais uma vez, então decidi ficar ali, esperando, mesmo que isso significasse ficar encarando a porta o dia todo.

Ele me prometeu que viria hoje, eu só espero que ele cumpra com sua palavra. Bater nele quando chegar? Eu não vou me segurar, é claro que vou!

Faz exatamente uma semana desde que tive a conversa com Dumbledore, e ainda estou pensando sobre o que ele me disse, confesso que tudo aquilo me chocou um pouco, não queria me envolver nessa história dele com o Grindelwald

Muito menos ser associada a essa história de Scarlet Wicth...de novo.

A ideia de ir até o Grindelwald para ouvir os dois lados da história está me martelando a cabeça há dias. Eu fico pensando que isso seria algo completamente louco de se fazer, mas minha curiosidade está me falando para ir até ele e ouvir o que ele tem a dizer.

Não!!

Eu deveria viver minha vida normalmente, como era antes de tudo isso acontecer, não é da minha conta e quanto menos me envolver em problemas melhor

Não foi bom da última vez...

Estou cansada, cansada e com dor de cabeça. Por que tudo tem que ser tão difícil? Às vezes nem é, mas nosso próprio cérebro torna mais difícil do que deveria ser. É a velha história de que somos o nosso próprio inimigo.

Só preciso esquecer tudo, fazer besteira para me relaxar e poder esquecer as minhas preocupações, por mais que eu saiba que isso não vai adiantar de nada, mas mesmo assim eu só preciso me descontar em alguma coisa, por melhor ou pior que seja.

O que eu mais quero é esquecer tudo isso o mais rápido possível.

A espera é finalmente paga quando ouço a porta da frente da casa se abrindo, e me levanto rapidamente para ir até ela. Quando começo a abrir, já deixo ela aberta para que possa entrar, e logo que vejo o meu irmão ali, já vou até ele e lhe dou um forte abraço de saudade.

- Onde você estava? Eu estava te esperando há horas.

Evan: - Eu só estou um pouco atrasado, mas estou aqui agora - me responde com um grande sorriso, e dou-lhe um tapa no braço em forma de brincadeira.

Rimos um pouco, e logo puxo-o até a sala de estar, onde faço com que ele se sente enquanto sirvo bebidas para nós dois.

- Então, me conta... Por que você decidiu ficar longe por tanto tempo?

Evan: - Duvido que você não saiba - fala ele, com um dos seus famosos e irritantes sorrisos sarcásticos - O ministério está um caos, estão em pânico para tentar achar Grindelwald antes que ele faça alguma coisa imprudente. Várias aurores estão trabalhando duro para achá-lo, por isso estou ficando lá por tanto tempo - diz ele com um grande suspiro e depois se descansa no sofá.

- Achar ele é tão difícil assim? - questiono enquanto olho para ele em silêncio.

Evan: - É um pouco difícil encontrá-lo, ainda mais para ter acesso a fortaleza onde ele se junta com seus seguidores. Deve ser bem protegido.

- Bando de seguidores burros. É incrível como ele ainda consegue ter tantos adeptos - reviro os olhos com desdém

Evan: - Não seja tão rude com eles, cada um tem seus próprios motivos para seguir alguma coisa.

- Você está defendendo-os agora? - Ele me olha com um olhar um pouco desanimado -...Mas que tal deixarmos esse assunto de lado por agora?

Não precisamos falar mais sobre o trabalho enquanto estamos aqui em casa. Decidimos conversar sobre outras coisas, como o que estamos lendo ou outros assuntos mais casuais. E ficamos nos divertindo até a madrugada

...

22 de maio de 1927

Pela manhã, eu estava focada em estudar alguma maneira de ir até a fortaleza de Grindelwald. Eu sei que esta é uma ideia ruim, mas eu não consigo deixar de pensar sobre isso.

Existem muitos feitiços de segurança, usados em casas e escolas. Mas os que são usados pelo Grindelwald são diferentes e não são detectados pelos feitiços.

Eu tento ver algo que me ajude a encontrar uma forma de chegar até a fortaleza de Grindelwald e para minha surpresa, eu consigo encontrar algo que pode me ajudar. Eu sinto uma vibração na minha mão que vai se intensificando enquanto estou concentrada em meus poderes clarividentes.

De repente, uma imagem se forma na minha mente: Grindelwald em sua fortaleza, com uma armadilha de segurança poderosa em volta do local. A imagem é nítida e fácil de visualizar: uma série de montanhas que parecem quase inacessíveis e um castelo gigantesco no topo.

Enquanto me concentro no castelo, me é sugerido o país Alemanha, e sinto a neve caindo suavemente ao redor da área.

- Bingo - Digo para mim mesma enquanto aparato para o local

Eu cheguei a um escritório, é uma grande sala de estar, com uma laleira a direita. Na frente, uma mesa e uma imensa cadeira de couro deixava o espaço mais luxuoso. E logo atrás, grandes janelas mostrava a neve que caia.

Atravesso a sala majestosa e me sento na grande cadeira do escritório, sentindo o conforto do estofado por trás de mim. Na mesa há vários livros, papéis e canetas de alta qualidade, passando a impressão de que quem está ali é uma pessoa muito importante e poderosa. Sentar ali é como estar no topo do mundo, e isso é algo que ele gosta de sentir.

Paro subitamente de pensar, quando sinto uma presença forte do outro lado da porta. Sinto que é alguém, mas em vez de sentir nervosismo ou medo, sinto apenas uma forte curiosidade.



...



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Impenetrável - Gellert Grindelwald Onde histórias criam vida. Descubra agora