Capítulo 4 - Tudo Que Você Precisava Fazer Era Ficar

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CAPÍTULO 4 – TUDO QUE VOCÊ PRECISAVA FAZER ERA FICAR


Julho de 1998

Draco não conseguia acreditar. Mesmo quando os guardas se moveram em direção à sua jaula no centro da câmara da Suprema Corte, destrancaram a porta e começaram a remover suas algemas, ele ainda pensava que alguém havia cometido um erro e, certamente, ele estava prestes a ser levado de volta para sua cela em Azkaban.

Ele merecia ser levado de volta para sua cela.

Uma voz vinda do estrado chamou sua atenção.

- Você está livre para ir, Sr. Malfoy - era Kingsley Shacklebolt, o próprio Ministro, quem falava. - Acredito que você saiba que se algum dia vermos você nesta sala novamente, seu destino será bem diferente.

Draco olhou de volta sem expressão, ainda incapaz de processar o que acabara de acontecer. Ele foi perdoado. Depois de tudo que ele fez, pegar a Marca, deixar os comensais da morte entrarem em Hogwarts, ficar sentado enquanto Voldemort tramava em sua própria casa, depois de deixar Hermione ser torturada...

E ainda assim, ela foi a razão pela qual ele foi libertado. O testemunho dela a seu favor. Ela disse a eles que Draco usou suas habilidades de oclumência para entrar em sua mente e protegê-la das tentativas de Bellatrix de descobrir o que ela, Weasley e Potter estavam fazendo enquanto fugiam. De alguma forma, ela foi capaz de senti-lo fazendo isso, mesmo quando Bellatrix a atingiu repetidamente com a maldição Cruciatus.

Ela não deveria ter testemunhado por ele. Ele não valia a pena. Ele ainda estava lá enquanto ela se contorcia em agonia. Enquanto sua tia gravava essa palavra em seu braço. Sim, ele tentou impedi-la de entrar na mente de Hermione, mas isso não foi suficiente. Ele provavelmente causou ainda mais dor a ela ao usar suas habilidades subdesenvolvidas de legilimência para entrar na cabeça dela.

Os pensamentos de Draco foram interrompidos quando ele viu sua mãe correndo em sua direção, com lágrimas escorrendo pelo rosto. Ela o puxou para um abraço apertado, o primeiro contato humano que ele teve em quase dois meses. Lentamente, como se seu cérebro ainda estivesse aprendendo a mover os membros, ele a envolveu com os braços.

- Ah, Draco, me desculpe. Sinto muito, - ela chorou em seu ombro, - você está bem? Você está machucado? Eu sinto muito - ela caiu em soluços altos. Foi a primeira vez que Draco viu sua mãe chorar assim.

- Mãe, está tudo bem, estou bem - sua voz soou estranha em seus ouvidos.

Narcisa se afastou e colocou as mãos em cada lado do rosto dele.

- Está tudo bem agora, meu amor. Tudo vai ficar bem.

Draco acenou com a cabeça lentamente. Enquanto ele olhava ao redor da sala e observava os membros da Suprema Corte descerem lentamente as escadas para sair, ele teve a necessidade repentina e avassaladora de sair daqui. Muitos dos membros, mesmo aqueles que votaram a favor do seu perdão, estavam olhando para Draco com desgosto, ele até ouviu um sussurro 'escória de comensais da morte' enquanto eles passavam.

Agarrando os ombros da mãe, ele começou a caminhar em direção à saída lateral e entrou em um pequeno corredor fora da câmara.

- Podemos simplesmente ir para casa?

Narcisa apertou a mão dele e deu um sorriso aguado.

- É claro querido. Mas acho que há alguém que você gostaria de ver primeiro... - ela apontou para uma porta no final do corredor. - Ela está esperando por você lá dentro.

Amor Vincit Omnia - TRADUÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora