new city

208 23 7
                                    

Marrye Cullen
Miami . florida
19.04.2024

nunca pensei que sairia de Los Angeles, mas depois de fazer 1 anos da morte da minha avó, eles acharam mais em conta se mudar para a casa dela.

não estou reclamando, claro, eu sempre quis sair daquele inferno, sofro bullying todos os dias, parece que ninguém nunca viu uma garota de 17 anos ser virgem, bvl e que nunca bebeu uma gota de álcool na vida.

qual é, é uma escolha, certo? para eles não, garotas da minha idade bebem, fumam e transam como putas baratas com homens que não quer nada além de comê-las, isso me enoja.

mesmo se quisesse, nunca conseguiria ter uma vida rasa, meus pais não aprovariam, eles são extremamente rígidos e extremamente religiosos, eles não deixam eu sair de casa, ter amigos, usar roupas curtas, nada!

minha vida se resume a usar roupas que tapam quase completamente meu corpo, nunca ter ido em uma festa, nunca beber, nunca ter beijado, de casa para escola ou para a igreja, apenas.

eu já dei selinho, claro, aconteceu quando eu tinha 15 anos, um garoto que fazia bullying comigo me beijou a força, acho que ele era apenas obcecado por mim, por isso fazia bullying comigo.

enquanto descansava minha cabeça na janela do carro, meu pai passa por um quebra-mola fazendo eu bater minha cabeça no vidro.

— au — resmungo alisando minha testa — a gente não vai chegar nunca? — pergunto aos meus pais que estão nos bancos da frente.

— Marry, nós já estamos chegando — minha mãe afirma — para que a pressa?

— estou cansada de ficar sentada — falo em um tom de tédio — já está de noite e nós ainda não chegamos.

— nós já estamos bem perto, minha filha — meu pai diz.

depois de um bom tempo ainda dentro do carro, nós finalmente chegamos no local.

— é nesta rua — meu pai fala procurando a casa. enquanto ele passa devagar pela rua, vejo uma enorme igreja, a maior parte dela era de madeira escura, uma cruz gigante em cima dela, se não fosse por isso, eu acharia que era uma mansão, ela era linda, e eu sei que vou passar a maior parte dos meus dias nela — chegamos — meu pai fala com um sorriso em seu rosto e para o carro.

a casa era grande, uma típica casa americana, era cinza azulado, os portões, o teto e janelas eram da cor preta, havia uma janela grande de vidro com uma sacada no lado da casa, e em frente a mesma havia um pequeno jardim com rosas brancas e vermelhas.

— ela é linda — minha mãe fala maravilhada — e a igreja é na mesma rua, perfeito — ela da palminhas de alegria.

— mãe, quer que eu ajude a arrumar as coisas? — pergunto.

— não precisa, querida — ela diz sorridente — contratei alguns homens para arrumar tudo.

— bom, não estou com sono, acho que vou dar uma caminhada para conhecer a cidade.

— mas está tarde, não acha? — ela fala preocupada.

— tudo bem, como você mesma disse, aqui é o lugar menos perigoso da América — solto uma pequena risada — que mal poderia acontecer?

ela suspira e assente com a cabeça, dou um sorriso e coloco meus fones, coloco as mãos nos bolsos do meu moletom e o capuz e saio andando, para onde? não sei.

...
eu já estava andando faz tempo, agora eu estou entrando em um lugar escuro, quer dizer, todas as ruas estavam escuras, mas essa era mais, não havia ninguém, os muros e casas estavam todos pixados, eu estava com um péssimo pressentimento, mas continuei andando.

até que entrei em uma rua sem saída, olho para o lado e vejo um beco muito estreito, o beco era muito escuro e no final dele dava para ver outra rua, oque me resta é entrar.

entro no beco e ando em passos um pouco apressados, o beco era muito escuro, não dava para ver quase nada, quando chego no final, mesmo com o fone de ouvido no máximo, eu escuto um barulho de tiro.

assustada, tiro os fones e me escondo atrás de uma lata de lixo que havia lá.

nessa tal rua, eu vejo dois homens, não dava para ver muito bem porque estava escuro, mas um homem estava no chão com a perna sangrando e outro estava em pé em sua frente segurando uma arma.

— por favor, chefe, tenha piedade — o homem no chão implora com a voz chorosa.

— piedade? — o homem alto repete — você só pode está de brincadeira com a minha cara, hijo de puta — ele da mais um tiro na outra perna dele, fazendo-o gritar — oito milhões, seu desgraçado, sabe oque é isso?

— não, senhor — o homem diz em lágrimas.

— foi quanto eu não teria perdido se você não tivesse me caboetado para a polícia — ele chuta sua barriga.

minha respiração estava acelerada, eu estava com muito medo, olho para o lado e vejo uma aranha enorme no chão, dou um grito e caio junto a lata de lixo que faz um barulho alto, me xingo mentalmente por ter aractofobia, e olho para cima, vendo o homem vindo até mim com a arma.

eu poderia me render, não tinha mais dúvida, hoje era o dia que eu ia morrer pela minha curiosidade, mas em vez disso, eu me levanto com dificuldade e tento correr, mas sou puxada tão forte que o capuz sai da minha cabeça, fazendo alguns fios irem para o meu rosto.

viro para trás e meu rosto bate com um peitoral coberto por alguma camisa que não dava para ver, olho para cima, vendo um homem me encarando enquanto segurava meus braços.

não dava para ver seu rosto por causa do escuro, a única coisa que dava para ver era seus olhos puxados, um castanho escuro e vazio, ele me olhava como se me conhecesse de algum lugar mas não lembra.

ele coloca seu dedo em seus lábios, para que eu faça silêncio, assim ele me solta e sem pensar duas vezes eu corro.

eu corro sem parar um segundo para respirar, corro por todas as ruas que passei até chegar em minha casa.

entro rapidamente e me escoro na porta, respirando aceleradamente pela boca.

depois de controlar minha respiração, ando pela casa, ela era tão linda por dentro quanto por fora, fazia tanto tempo que não vinha aqui que quase não lembrava como era.

subo a grande escada para o segundo andar, meus pais já estavam dormindo, olho no relógio que havia no corredor, a hora marcava 01:01, passo pelo corredor e entro em alguns quartos até achar o meu, não lembrava onde era o meu, estava do mesmo jeito que eu deixei, mas minha mãe tirou a outra cama de quando eu era pequena e vinha visitar minha avó lilly.

era espaçoso e aconchegante, ligo o ar-condicionado, tiro o tênis e com a roupa que eu estava eu me jogo na cama, em poucos minutos eu adormeço.

OUR SINOnde histórias criam vida. Descubra agora