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Marrye Cullen
miami . flórida
22.04.2024

primeiro dia de aula, só de ouvir essa frase tenho arrepios, eu nunca me dou bem na escola, também não me dou bem em chamar atenção, novatos sempre chamam atenção.

provavelmente vai me chamar de fria, chata, nerd e santinha, eu odeio esse apelido, principalmente o "marry, a virgem maria", isso é tão irritante.

antes de sair do meu quarto, olho para meu reflexo no espelho, estou usando o uniforme do colégio, uma saia azul marinho acima do joelho, uma camisa social branca, gravata da cor da saia é um blaser também azul, meu cabelo estava solto, eu estava com um tênis branco e o meu colar de cruz, nunca tiro ele desde que minha avó me deu de presente no meu aniversário de oito anos.

sinto falta dela.

vou para a janela, olho par a rua que havia apenas uma senhora regando o jardim de sua casa, dou um pequeno sorriso, respiro fundo e saio do quarto, desço as escadas encontrando meu pai e minha mãe.

— filha, quer uma carona para a escola? — meu pai pergunta.

— não precisa, vou de bicicleta mesmo — falo meio tensa, sempre que estou com meus pais me sinto tensa, é como se tivesse um peso em minhas costas.

— ela não precisa de carona, na sua idade eu já me virava sozinha — minha mãe fala grosseiramente enquanto lavava a louça — ela tá precisando andar mais mesmo, para ver se perde uns quilinhos, você está enorme.

— amor, não fale assim com ela — meu pai fala enquanto passa a mão em minhas costas, fico mais tensa ainda, quando sinto seu toque fico com um nó na garganta, eu tenho um medo muito grande dele, eu só não consigo me lembrar o porquê, mas quando escuto sua voz, fico apavorada — vai comer antes de ir, filha?

— sim, estou faminta — digo indo em direção a mesa, mas minha mãe me interrompe.

— vai ficar mais gorda do que já está — paro no meio do caminho e abaixo a cabeça.

— na verdade, eu estou sem fome, acho melhor eu ir — digo indo em direção a porta.

— mas não é melhor você se alimentar, querida? — Mark, meu pai, pergunta.

— tchau — digo antes de fechar a porta e andar até minha bicicleta, saio o mais rápido possível de perto daquela casa,

desde que testemunhei aquele cara matando o outro, eu fiquei com medo de caminhar de novo, não passo por aquela rua nunca mais, mas ainda fico curiosa para saber quem era o tal homem alto, estava tão escuro.

tive um pesadelo com ele, mas só aparecia seus olhos, olhos vazios e escuros, seus olhos eram puxados, como de um asiático, bom, já é uma pista.

Deus que me perdoe, mas eu preciso sabe mais sobre isso, nunca fiquei tão interessada em algo, no caso, em alguém.

depois de alguns minutos pedalando, chego no tal colégio, vou até a garagem de bicicletas e coloco a minha lá, entro na escola, ela era enorme, havia muita gente nos corredores, eu tenho que achar a secretaria, preciso perguntar a alguém.

— com licença — chamo a atenção de uma garota loira — você pode me informar onde é a secretaria, por favor? — a garota me olha de cima a baixo.

— é aquela sala ali — ela aponta para uma porta que estava no final do corredor.

— muito obrigada — agradeço e vou até a porta, o estranho é que eu ouvi ela é seus amigos rirem depois que sai, não deve ser nada.

abro a tal porta dando de cara com uma salinha escura, acho a luz e acendo, dando de cara com um garoto em pé e uma garota pelada em cima dele, não era a secretaria e sim uma sala de limpeza, me assusto assim que vejo os dois e a garota grita antes de eu bater à porta com força.

olho para o começo do corredor vendo a garota loira rindo de mim com seus amigos.

meu Deus, que cena traumatizante, que pecado, minha nossa senhora.

— oh, meu pai, perdoe esses pecadores, eles não sabem oque estão fazendo — digo olhando para cima enquanto ceguei minha corrente de cruz.

por sorte, vejo que atrás de mim havia uma porta com uma plaquinha dizendo "secretaria", dou um suspiro e bato na porta.

em alguns segundos a mesma é aberta, mostrando uma mulher não tão jovem de cabelos escuros, ela me olha com um sorriso simpático e ao mesmo tempo com um olhar confuso.

— olá, sou Marrye, Marye Cullen, sou a novata — ela abre um sorriso.

— senhorita cullen, pode entrar, eu estava te esperando — ela abre espaço e eu entro logo me sentando na cadeira a frente a mesa que ela se senta logo depois — suponho que esteja aqui para receber seus horários, certo?

— sim, exatamente — respondo.

— bom — ela pega um papel dentro de uma gaveta — esses são seus horários e aqui em cima é a senha do seu armário e o número — ela me entrega a folha — e esses são os livros.

— ah, obrigada, mais alguma coisa?

— não, pode ir para sua sala e espero que se adapte bem mãe escola — ela sorri — boas aulas — ela diz antes de eu sair e fechar a porta.

certo, agora eu preciso procurar meu armário, saio andando pelo corredor até achar o armário 442, achei! digito a senha, 6628, assim abrindo, coloco os livros dentro e o fecho.

agora preciso achar a sala de história, procuro a sala e por sorte encontro, entro na sala que não havia muita gente, sento em uma cadeira do lado da janela de vidro, alguns minutos depois estavam todos dentro da sala e o professor chega.

— boa tarde, alunos — o professor fala colocando os óculos e todos respondem em uníssono — bom, vejo que temos uma nova aluna aqui - ele diz me encarando e todos me olham, fico vermelha de vergonha — porque não se apresenta?

começo a respirar fundo tentando esquecer que todos estavam me encarando.

— meu nome é Marrye e eu vim de Los Angeles — falo rapidamente e fico parada que nem uma estátua.

— bom, marrye, espero que se adapte a escola nova — ele sorri simpaticamente — então, vamos começar? — os planos fazem barulho de tédio e eu solto o ar que eu nem sabia que estava prendendo.

até agora está tudo normal, normal até demais.

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