Parte XV - Tempo

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Era perto das nove da noite quando chegavam à casa do já falecido bisavô. Ali crescera a moça na garupa, e não pôde conter as lágrimas.

Tantas vezes, quando infante, correra para o carinho e proteção do avô quando brincava nas matas nas férias de verão, e agora, mais uma vez, recorria à perene proteção dos seus antepassados.

Por meio daquela casa vazia e abandonada, mais uma vez era protegida pelos patriarcas de sua família, agora representados na imagem de seu marido.

O casebre era simples; de fato, uma cabana. Um único andar, quatro cômodos: cozinha, banheiro e dois pequenos quartos. Nada mais.


O tempo espalhou pela varanda e pelas janelas alguns ramos folhas e muito mato, que não puderam conter-se na ampla mata sufocante a qual cercava a propriedade. Foi um certo alívio; estavam bem escondidos, distantes do mundo e afogados na floresta.

Luzes e Passos - [NOVELETA]Onde histórias criam vida. Descubra agora