❝ ── 𝐕ocê já ouviu falar da tradição dos corações de origami no hospital?
Pegando o coração, a garota animada acenou com a cabeça.
── Sim! Minha mãe me contou que quando alguém sai do hospital para o céu, todos nós dobramos um coração de papel ass...
Under the Sky in Room 553 Discovered You and I › Yeongyu
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Desde então, sem Beomgyu, o tempo começou a passar com cada vez menos importância para Yeonjun.
Já se passaram anos desde a última vez que Beomgyu sorriu para ele? Foi um ano, dois ou três? Ou foram apenas meses? Aliás, também foi ontem que eles se beijaram? Porque assim lhe pareceu.
Ele costumava contar os dias até que ele e Beomgyu visitassem o parque juntos novamente; mas agora o conceito de tempo não existia mais para ele. Os dias estavam começando a se confundir e os meses pareciam se transformar em eras. Se um ser sobrenatural entrasse em sua vida apenas para lhe dizer que ele esteve preso em seu próprio ciclo infernal esse tempo todo, Yeonjun acreditaria nele.
Ele se lembrava cada vez menos de sua própria vida no instituto. Ele prestava cada vez menos atenção às coisas ao seu redor que não tinham nada a ver com Beomgyu. Muitas vezes ele se pegava comparando inconscientemente as pessoas que conhecia com o mais novo, repreendendo-se no processo. Ele sabia que tinha que continuar vivendo sua vida sem Beomgyu, porque era isso que ele queria.
No entanto, era muito mais fácil falar do que fazer; e com a maneira como Yeonjun ainda pensa no mais novo a cada momento do seu dia, ele sabia que não estava fazendo um trabalho particularmente bom nisso – muito menos nas visitas diárias e nos corações de papel. Em retrospecto, se Beomgyu acordasse e visse todos os corações que ele estava dobrando, Yeonjun poderia desmaiar no lugar de tanta vergonha. O cenário funcionou melhor em sua cabeça.
E novamente era isso: Se Beomgyu acordar.
Yeonjun parou a linha de pensamento pouco antes que ela pudesse descer ainda mais.
Desta vez, quando Yeonjun abriu a familiar porta do quarto 553 no hospital, para sua surpresa, Soobin não estava lá.
"Ele se atrasou? Geralmente está aqui."
E por que a ausência de Soobin o deixou mais ansioso que o normal? Ficar sozinho com Beomgyu era normal para ele.
Ou será que ele estava com medo de não ter ninguém para confortá-lo com palavras? como Soobin fazia.
Sem dizer nada, ele fechou a porta atrás de si e olhou para a única pessoa no quarto – chamá-lo de pessoa agora parecia um exagero – o corpo imóvel deitado em uma cama que de repente parecia grande demais para ele. Beomgyu sempre uma anatomia pequena, mas será que ele perdeu peso ao longo dos anos?
Foi a primeira vez que Yeonjun se permitiu vê-lo em sua verdadeira condição, sem que seu otimismo obscurecesse a perspectiva.
Ao se aproximar, percebeu como a pele de Beomgyu estava agora quase tão branca quanto o lençol abaixo dele, seus dedos mais finos do que antes. As cavidades de suas clavículas eram assustadoramente visíveis, cada curva e cada fenda claramente delineadas. Suas olheiras estavam aparentes, as maçãs do rosto estavam tão pálidas quanto o resto da pele, como se ele tivesse perdido o sono por dias, embora essa fosse a única coisa que ele estava fazendo. O mais velho achou isso irônico. Suas suaves bochechas cor de pêssego não tinha vida. O coração de Yeonjun se contorceu.
