*Anteriormente em Bloodstream*
"Isabella fica encostada à parede, ao lado da porta do compartimento. Lábio preso entre os dentes e semblante carregado.
Silêncio, no qual ambos contemplam a situação anterior.
Os olhos dela navegam pelo espaço que a rodeia. E de repente ela aprecebe-se que não teve de procurar a casa de banho. Por uma razão qualquer, sabia exatamente onde se encontrava. Tal como podia jurar que a porta fechada à sua frente era o quarto.
- Harry - falou de repente. - Eu já estive aqui antes?"
****
- Num sei - diz como se fosse muito preguiçoso para pronunciar bem as palavras. - Podes ir ao meu quarto, a porta em frente a esta, e tirar duas toalhas da cómoda? Segunda gaveta. - ele pediu após desligar a água e começou a levantar-se.
Surpreendida por aquilo que assumiu estar correto, Bella entra no quarto. À sua frente está uma grande cama com lençóis brancos. Ela averigua se será mole e confortável. E mesmo ao seu lado a tal cómoda. Ela detém-se, antes de retirar as toalhas, nas fotografias dispostas em cima dela. Uma é de uma jovem sorridente, com longos e densos cabelos castanhos e olhos verdes. "Que bonita" ela pensa e pega na fotografia, para observar melhor.
- Pousa isso - dizem mesmo ao seu lado.
Isabella estremece com o susto e pousa de imediato a moldura. Rapidamente, pega em duas toalhas e vira-se para Harry.
A seu lado, ele está de tronco nu, com o sobrolho franzido e lábio preso entre os dentes. Ela inspira o ar rispidamente e estende-lhe a toalha, apressando-se a sair do compartimento. Todavia, sair de perto dele não apagou a imagem de um tronco coberto por tatuagens. E antes de poder chegar longe, uma mão agarra o seu braço.
- Não queres uma camisola para tirares essa molhada?
Isabella expele o ar, que não se apercebeu estar a reter e, consentindo, voltou para o quarto. Em pouco tempo, uma camisola de manga curta foi atirada na sua direção e a jovem apressou-se a deixar, novamente aquele espaço, ouvindo uma gargalhada suave atrás de si. Uma tensão sufocante formava-se dentro de si e por mais que repirasse fundo, ela não desaparecia. Seria aquele apartamente? Ou seria Harry?
Após longos minutos de silêncio que Isabella passou no quarto de banho a trocar de camisola e depois a lavar a cara, tentando ajeitar a pouca maquilhagem que tinha, após ter sido arruinada no chuveiro, os dois encontraram-se na cozinha. Quando Bella entrou, ele encontrava-se de costas, cobertas por um tecido preto. Ela encostou-se à parede ao lado da porta.
- O que estás a fazer? - perguntou, supreendo-se com a voz baixa que soou.
- Chá.
Isabella sorriu e sentou-se à mesa, esperando pela sua caneca, enquanto observava o movimentos de Harry.
- Desculpa - ele falou, quebrando o silêncio - Por aquilo que eu fiz na banheira.
Mas para Isabella também era um pedido de desculpas sobre outro episódio, mesmo que ele não o verbalizasse. E, mordendo o lábio, ela consentiu.
- Sabes, - continuou ele, caminhando, desta vez, com duas canecas nas mãos - também peço desculpa por te ter culpado.
- De que é que me culpaste Harry? - pergunta, como se não quisesse realmente saber, humedencendo os lábios na bebida quente.
Ele baixou os olhos verdes para a sua própria caneca e suspirou.
- De uma coisa que eu não te posso contar, mas que me fez deixar de fazer tudo aquilo que amo.
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Bloodstream • H.S
RandomDe um lado da cidade - Isabella Foster sofre um transplante de coração e novo sangue corre nas suas veias. Uma enorme mudança na sua vida espera-a. E à revelação de que segredos pode levar a substituição de um órgão vital? Do outro lado da cidade...