Capítulo 15 - A perigosa revelação

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No dia que se seguiu, Isabella acordou quando o sol já ia alto. Uma subtil lembrança do seu sonho residia no ar, e a jovem ignorou-a desejando não pensar muito no assunto. Com um salto, ergueu-se da cama, espreguiçando-se. E assim que se encontrava pronta para o pequeno-almoço e uma familiar melodia acompanha-a de forma a distrair de qualquer pensamento cansativo, ocupando-se com a lida da casa. A casa de banho precisava de uma limpeza, os quartos de limpar o pó. Deste modo, manteve-se ocupada a realizar as tarefas que lhe pareciam convenientes.

E assim, num vai e vem entre os compartimentos da casa, passou a manhã e chegou a tarde. A ansiedade que assaltava a sua barriga com o passar das horas parecia chegar ao seu auge, obrigando-a a vestir-se e encaminhar-se para a porta. A tentação de voltar a ver o estado de Harry comia-a a viva e por fim cedendo-lhe, Isabella dicidiu dar um passeio pela cidade a caminho do seu apartamento.

Os seus passos lentos, permitiam observar o redor e a movimentação dos habitantes de Los Angeles. Cada pessoa parecia ter o seu destino, caminhando com um rumo. Isabella também tinha um lugar onde se dirigia, contudo em termos de objetivo final, para além de, por enquanto, voltar a trabalhar, ela não tinha nada. Parecia que o incidente tinha mudado por completo a sua vida, deixando-a perdida entre as ondas vigorosas dos dias que se erguiam, um a um, perante ela. Sentia que dentro si ela não era a mesma, gostava de psicologia, mas agora por um porpósito diferente, acoradava todos os dias de manhã desejanto ter o dia cheio e ocupado, e não vazio e silêncioso. Esta mudança deixava-a confusa e perdida, e ela temia ficar nesta situação para sempre.

Para além disso, uma vaga de novos inexplicáveis acontecimentos aboliu por completo a calmaria com que se iniciara a sua nova vida. Reconhecer pessoas desconhecidas na rua era mais que meramente assutador, era também perturabante. Como aquela senhora de meia idade que carrega sacos de compras, com uma expressão taciturna no rosto. Já para não mencionar os sonhos que podiam ocupar-lhe mente durante um dia inteiro na tentativa de os decifrar. Agora o mistério andante com o nome Harry e estranha ligação que tem com ele, uma ligação que parece ser nova, da sua vida presente. Contrastando com a conexão que tem com Zayn, que parece antiga e forte.

Com estes pensamentos a ocuparem-lhe a mente, ela achou-se, finalmente, em frente ao, agora familiar, bar. Já sem a hesitação e tremor antigos, ela entra no estabelecimento, esperando encontrar Harry. Contudo, após fazer os olhos navegar por todo o espaço apercebe-se da sua ausência. Estranhando este facto, ela aproxima-se do balcão das bebidas interrogando a empregada extravagante que já conhece:

- O Harry esteve cá hoje? - Não, na verdade não apareceu desde que desapareceu contigo - fala num tom altivo e insolente. Isabella ignora os seus modos e, consentindo, deixa o espaço num passo determinado.

O seu próximo destino é o apartamento do jovem bebâdo.

A sua mente matinha-se atribulada a tentar determinar o paradeiro de Harry, caso este não estivesse no apartamento e uma pequena luz de esperança acendeu-se no seu peito, com a hipótese de ele ter parado de beber. Enquanto caminhava rapidamente até ao edificio e subia o elevador não deixava de se consolar com esta hipótese.

Contudo, após passar a entrada e gritar várias vezes o nome curto e doce do jovem, finalmente encontrando-o o quarto de dormir com pelo menos três garrafas a acompanha-lo o seu coração apertou-se e a esperança extinguiu-se. Uma expressão penosa ocupou as suas feições e ela ajoelhou-se perante Harry, colocando uma mão no seu ombro.

- Não pensei encontrar-te aqui - confessou ela - muito menos com essa garrafa na mão.

Ele sorriu da mesma forma seca que ela já o vira fazer inúmeras vezes, encarando o objeto de vidro na sua mão.

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