Ambos sentam-se a uma mesa, com o sol a aquecer as suas faces ternamente.
A mente de Isabella preenche-se de frescas memórias do dia em que Niall, com toda a paciência possível e imaginária, tentou ensina-la a conduzir o seu carro. Era a prova da sua confiança em Isabella, deixa-la treinar no seu amado veículo, comprado com o próprio dinheiro. Contudo, Bella mostrou-se uma aluna muito complicada e pouco atenta.
" - Vá tenta outra vez, tudo como eu expliquei - diz Niall, com uma voz contida e sei que deve estar pelos cabelos. É a quinta vez que me explica como pôr o carro a andar e eu falhei em todas.
Respiro fundo, com as mãos a apertar o volante, e assinto. Tem de ser desta vez, digo a mim mesma, repetindo passo a passo, na minha mente, o processo indicado por Niall. Parecia fácil quando lhe pedi para me ensinar, mas agora arrependo-me de alguma vez ter falado no assunto.
Com mão trémulas começo a executar os movimentos, lentamente, assegurando-me mentalmente que vou conseguir.
- Consegui! - grito, quando sinto o carro a vibrar e a começar um lento andamento para a frente. Carrego no acelerador, aquilo que eu penso ser ao deleve. Sinto o meu coração no estômago e a pulsação na cabeça. As mãos suadas não ajudam, também. Parece que a sensibilidade dos meus sentidos está bloqueada, porque faço mais pressão no acelerador. Como resultado o carro começa a mover-se mais depressa e eu seguro o volnate para que ele continue em frente.
- Bell. - ele chama. - Bell, trava.
- Como? - pergunto com olhos arregalados e voz baixa.
- Trava! - eleva a voz.
- Eu não consigo. - confesso.
- Bell! Olha o poste! - ele grita e eu tiro as mãos do volante para tapar os olhos e os ouvidos. Sinto-o em cima de mim e depois o carro para, repentinamente. Sinto o meu corpo ser impulsionado para a frente e depois, logo de seguida para trás.
- Merda, Bell! Ias estragando o meu carro! - grita e sai para a rua, examinando seja o que for.
Eu abro os olhos e, cuidadosamente, com medo do que possa ver, olho através do vidro. Não me parece que tenha batido.
- Não basteste por cinco centímentros! Nunca mais usas o meu carro! Sai daí! - diz pela janela aberta do condutor, equanto abre a porta.
Eu saio assustada."
A verdade é que nunca mais tentou, mesmo que, talvez, devesse.
- Isabella? - Zayn chama e ela voltou ao planeta terra, vinda do mundo das memórias.
- Oh podes chamar-me Bell ou Bella - sugiriu, dando um trago no café.
Ele assente com um sorriso, que ela considera particularmente acolhedor.
- Bell, conta-me lá, andas sempre de um lado para o outro a horas diferentes... trabalhas em quê? - pergunta com uma sobranlha erguida.
Talvez se fosse outra pessoa, ela teria considerado suspeito tal interesse por si. Contudo, o moreno de cabelo, desta vez branco, como ela notou assim que o encontrou, tem algo na sua aura que transmite segurança, parecendo que esta lhe pode confiar muitos dos seus segredos, recebendo em troca apenas bons conselhos. Bella não exatamente de onde vinha este sentimento, mas ele estava lá, inevitável e indubitável.
- Eu sou psicóloga, mas por agora não trabalho - revela, colovando uma mexa do cabelo atrás da orelha, enquanto foca o seu café - quer dizer, estou a começar a trabalhar, mas tenho de estudar relatórios do estado dos meus paciêntes que entretanto estiveram nas mãos da minha colega.
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Bloodstream • H.S
RandomDe um lado da cidade - Isabella Foster sofre um transplante de coração e novo sangue corre nas suas veias. Uma enorme mudança na sua vida espera-a. E à revelação de que segredos pode levar a substituição de um órgão vital? Do outro lado da cidade...