Capítulo 11 - "Eu mudei"

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Anteriormente em Bloodstream

 ** Isabella olhava em redor, vendo que ninguém os olha, nem se preocupa com o histerismo de Harry. Ela reflete, durando alguns segundos, tentando abstrair-se do riso perturbador de Harry. O que fazer? Chocá-lo com a verdade crua e nua? Tentar ser uma verdadeira psicóloga e perguntar-lhe de que tem ela culpa? Ela opta por juntar os dois.

  - Talvez - começa - ninguém tenha culpa, Harry. Seja o que for que aconteceu, e se ninguém tiver culpa? E se está a acusar-me só porque queres encontrar justificação para o que aconteceu, ou porque queres retirar esse peso todo das costas. Harry - ela estica o braço para ele, mas o jovem retrai e rescota-se na cadeira. O seu riso frenético terminado e uma expressão de desconfiança no rosto - por mais que essas vozes gritem que eu tenho culpa, há situações em que ninguém tem culpa, em que não há justificação. Nem tudo precisa de uma razão. O que tu gostas mais de fazer? - questiona.

  Talvez Harry tenha tentado ouvi-la e até tenha começado a pensar no que realmente gosta de fazer, mas o que se seguiu parecia-lhe no momento o mais indicado.

- Vai embora!

O grito - alto, grave, assuatdor. O grito que fez todo o barulho cessar - os vidros deixaram de tilintar, os risos deixaram de se ouvir, até as pessoas pararam de falar. Ouvia-se apenas as respiração incontrolável de Harry. Aquele grito foi como um aviso de que está na hora de Isabella ir. E a prova de que, afinal. seria realmente um desafio estar com ele num estado intoxicado.

Foi quando Isabella percebeu o que deviria fazer. **

- Eu vou, agora. Mas volto amanhã. - prometeu, tendo um plano bem estruturado na sua mente. Estava na altura de o desintoxicar.

Harry levantado da cadeira, com o peito projetado para a frente e as atenções todas em si. Isabella, tranquila, sentada na cadeira, pronta para deixar o lugar que tanto despreza.

E assim, foi. Isabella deixou o homem impulsivo por sua conta, num bar, com a liberdade de beber até cair. Levantando-se da cadeira, com passos determinados e confiantes, ela sai do estabelecimento. E Harry observa os seus movimentos, de repente apercebendo-se do que acabara de fazer, de repente sentindo-se frustrado. Ele coloca os punhos sobre a mesa e baixa a cabeça, suspirando pesadamente.

Todos olham este homem descontrolado com espanto, por mais alguns segundos. Até que, como se nada os tivesse interrompido, voltam as conversas que deixaram penduradas e as bebidas restantes nos copos. Enquanto Harry, continua, de olhos fechados e cabeça baixa e repensar a sua atitude.

"Ela tem de ser a culpada, tem de ser ela. Não pode ser-"

Os seus pensamentos são interrompidos por uma mão nas suas costas. Os seus múculos ficam tensos e ele ergue a cabeça apenas para ver a indiscreta mulher com um copo e uma bebida na mão e um sorriso no rosto. Contudo, desta vez, Harry despeza esta mulher.

- Não quero nada, podes levar isso. - informa-a com uma expressão fria, enquanto pega no seu casaco.

Deixando a mulher boquiaberta, ele veste o casaco pelo caminho até a saída, recebendo alguns olhares atrevidos e outros intimidados. Todavia, nada disso interessava Harry. Neste momento, o que ele mais queria era refugiar-se no seu apartamento, com a garrafa de whiskey.

Isabella caminha apressadamente até casa. Apesar de não perceber do que é que concretamente é culpada, ela não sente revolta nem raiva, sente apenas confusão. O que aconteceu que o faz primeiro culpar-se a si mesmo e agora a ela? Estava determinada a descobrir a resposta a esta pergunta. E era a essa determinação e persistencia que se deviam os passos rápidos e seguros que dava a caminho de casa, onde a esperavam.

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