Capítulo 5 - O início

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- Vai atrás dela! És parvo, só pode! Corre atrás dela, meu! Cabrão orgulhoso! - grita Isabella para a televisão, incrédula com o episódio à sua frente.

O panorama desta manhã é uma rapariga, sentada, de pernas cruzadas, no sofá, com um taça de cereais nas mãos. Os seus olhos, fixados na televisão, brilham de entusiasmo perante o que vê.

- Vou andando, - anuncia Niall, assim que sai da cozinha. O loiro pára a observar Isabella. A sua postura, as suas emoções e sorri para si memo, aproximando-se dela - Xau, até logo, vê se não ficas o dia todo fechada em casa, outra vez. - gargalhada e beija a suave face de Bell.

A rapariga responde apenas com um som rouco, concentrando-se no ecrã diante de si.

Este é co enário que se repete durante uma semana inteira. Isabella decidira que não quer mais encontros inesperados e desconfortáveis e, deste modo, isolou-se na solidão de um apartamento demasiado vazio. Contudo, existe uma coisa à qual Bella não consegue fugir - os sonhos. Estes retratam acontecimentos estranhos que a rapariga pensa ter vivido, todavia a sua memória não lhe fornece tais recordações. E assim, a rapariga passa grande parte da noite a encarar o teto branco, com medo de voltar a presenciar, ainda que em sonhos, os acontecimentos arrepiantes.

Isabella não consegue perceber porque razão tudo isto está a acontecer. Ela passa os dias a tentar chegar a qualquer tipo de conclusão que lhe permita perceber o motivo pelo qual reconheceu Zayn, mesmo sem nunca se terem encontrado, ou Ro, ou a silhueta negra com a qual sonhou, ainda esta noite.

Quando a o programa televisivo terminou, Isabella preparava-se para procurar algo com que se ocupar, tal como todos os últimos dias. Normalmente, um livro fazia passar algumas horas, cozinhar o jantar para Niall também e conversar com a sua mãe ou alguém que telefonasse para saber do seu bem-estar ocupavam parte do dia. Todavia o som do seu telemóvel impediu-a desta vez.

- Sim?

- Bell! - a voz de Beth suou do outro lado da linha telefónica.

- Beth! Como estás? Eu posso voltar ao trabalho a qualquer altura. - informou Isabella, surpreendendo-se a si mesmo com tal anúncio. A voz da velha amiga e colega de trabalho preencheram-na com vontade e energia e um largo sorriso ocupou a suas feições. De um momento para o outro, o desejo de isolar e proteger-se de situações desconfortáveis já não era forte o suficiente para a manter desocupada em casa.

- Eu receberia-te com todo o prazer! Mas a tua mãedisse que só iriastrabalhar daqui a mais uma semana... - a voz de Beth suou incerta e interrogativa.

Claro que Beth queria ver a sua amiga no consultório, já que era difícil atender, tanto os seus, como os pacientes de Isabella, mas também porque tinha saudades do tempo em que elas iriam almoçar juntas e discutir informações confidenciais dos seus pacientes. E desta forma, a notícia de que a sua Isabella não iria trabalhar por mais uma semana deixou-a desanimada.

- Não! Eu venho já está semana, venho amanhã! - prometeu Bell - a minha mãe não pode mais decidir por mim.

O facto de a sua mãe ter decidido por ela se, se encontrava, ou não, pronta para regressar ao trabalho deixou Isabella ligeiramente irritada e com vontade de fazer o contrário daquilo que Kristin decidira. Ela não sabia de onde vinha esta nova força, vontade e energia, mas sentia-as a correr pelas veias, aquecendo todo o seu sistema e impulsionando-a.

Já Beth, mesmo que tivesse estranhado de inicio a nova vontade de querer voltar ao emprego da sua amiga, conectou tal mudança com o novo coração que batia no seu peito.

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