A TRAVESSIA

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Travessia rumo a Arëndir



             Menelak, Gerusa e Shandroyax reuniram-se novamente ao amanhecer.

— Espero que tenham tido uma boa noite — disse o Rei Élfico ao casal. — Mandei fazer um pequeno presente a você, Rei Menelak e para a Rainha Gerusa, agora que são Rei e Rainha, irão precisar de uma coroa.

Menelak não demonstrou interesse e então disse de forma direta:

— Como você já deve imaginar, o pedido que eu disse que faria é que preciso atravessar meu exército para o continente de Arëndir para cumprir nossa primeira missão — disse Menelak, olhando para o líder élfico. — Ficaria feliz se me concedesse algumas embarcações para a empreitada.

— Sem dúvidas, você os tem quando quiser. Só peço que não te esqueças de nossa aliança jamais. Perdemos muitas terras e locais sagrados para os humanos corrompidos, e seriamos eternamente grato se me retribuísse devolvendo-as para meu povo.

— Temos um acordo — declarou Menelak enquanto Gerusa ficou pensativa e pareceu tensa.

— O continente de Arëndir é uma terra perigosa e está cheia de horrores e aberrações. Mas certamente não será desafio para você e seu exército.

— A esperança de restaurar a paz nesta terra que você denomina Arëndir e cumprir nossa missão não é uma opção, é uma ordem direta de Yrdu — declarou Gerusa com determinação.

Shandroyax concordou meneando a cabeça.

— Vou mandar providenciar as embarcações imediatamente. Também enviarei alimentos para você e seus homens — então completou: — Serão grandes monarcas.

Ao ouvir isso Gerusa, sem saber o porquê, decidiu novamente usar a visão verdadeira e percebeu que a aura de Shandroyax embora se mantivesse azul, estava mais pálida e sutilmente mais suave.

Suspeitando e ponderando sobre o significado franziu o cenho, mas ao direcionar a observação para seu esposo notou que sua aura dourada também estava sutilmente mais tênue.

— Amado, use sua visão verdadeira. Acho que estamos perdendo nossa aura ou nossos poderes divinos — disse ela alarmada.

Menelak experimentou seu poder e seu semblante se obscureceu.

— Sinto muito — disse Shandroyax. — Isso é parte do resultado do mundo corrompido. Aos poucos perderão força, vitalidade, plenitude e parte da natureza divina. Devem se apressar para terem a maior vantagem possível contra os que se levantarão contra vocês.

— Por que isso acontece? — questionou Menelak revoltado com a situação.

— A fonte divina de nossa existência não está mais entre nós. Aos poucos seus atributos nos abandonam. Há muito que perdi meu dom da visão verdadeira. Agora meu julgamento das almas é obscuro e falho. Dependente apenas do meu intelecto, de vaga intuição e de outras formas de análise.

Gerusa acariciou seu ventre temerosa frente as implicações disso para seus sete partos futuros. Menelak não deixou de perceber e de ponderar sobre o mesmo pensamento de sua esposa e muitos outros. Seus olhos se encheram mas ele respirou fundo e os reprimiu.

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