após sair da pista de skate, recebo outra ligação de um número desconhecido.
- alô? — um suspiro ecoa.
- acho que você esqueceu seu skate aqui, patinha. — patinha? Quem era? Eu tenho o número do Loren... Giela.
- ah, fala pro Loren levar em casa amanhã, se não for incomodo.
- Loren ja foi embora com a namorada. Fala onde você tá, eu te levo ai.
- eu estou em frente a escola municipal. Perto do ponto de ônibus.
- espera ai, logo chego. — Lilgiela parecia ser um cara chato, antisocial, mas não, ele era como uma pessoa normal quando estava sóbrio.
Espero em torno de dez minutos, sendo que da pista até a onde estou são só cinco minutos.
- cheguei. — acabei levando um susto, porque ele veio por trás. — devia tomar mais cuidado pra não esquecer as coisas.
- valeu mesmo. — o que se fala depois disso?
- eu te levo até sua casa, tá tarde pra ir sozinha.
- não precisa, eu sempre fui sozinha pra casa essa hora. Eu posso saber do por que o apelido de patinha?
Giela solta um de seus risos nasal.
- porque você tá com uma meia de patinho
oh, meu Deus! Eu estava com a cabeça em marte hoje.
- merda — solto uma risada.— se for desse jeito, eu posso te chamar de bananeira
- Ah, qual foi? Meu cabelo nem parece tanto uma banana. — giela pega uma seda de seu bolso e senta no banco. — quer?
- não cheguei nesse nível ainda. Não gosto de experimentar drogas novas, quero parar com isso e não me afundar ainda mais. — me sento ao seu lado, sentindo o aroma de maconha. — aliás, você só usa tudo isso por que a Naxx te deixou?
creio que ele não quer responder a essa pergunta, então pego minha bolsa e tiro de lá uma caixinha. — toma, não abre agora, só abre quando você sentir que está no fundo do poço mesmo.
- valeu, patinha. Vamos, eu te levo pra casa, sua mãe deve estar preocupada.
- minha mãe não dá a mínima. — nos entreolhamos por cinco segundos até o celular de Giela tocar. Não deu pra mim ver quem era, mas ele atende rapidamente.
- claro, eu ja estou indo pra casa. Chego em vinte minutos, gatinha. Foi mal, Julia, tenho que ir. Vá com cuidado pra casa!
era a Naxx, aquela garota faz o que quer com ele, e nem vê que o garoto está se matando. Pego o skate, coloco a mochila nas costas e subo no skate, indo em direção á casa do Loren. Loren morava sozinho, seus pais tinham morrido quando ele tinha 14 anos. Aprecio ele, pois mesmo diante desse revés, ele nunca colocou um cigarro ou ingeriu nenhuma droga. Entro pelos fundos, com a minha chave. Loren estava sentado na garagem afinando minha guitarra.
- eai. — jogo munha mochila por qualquer canto.
- você foi embora da pista, geralmente você só saí de lá quando eu saio.
- você saiu cinco minutos que eu, daria na mesma. — ele me olha confuso.
- julia, eu saí da pista nesse exato momento, a Nélia me trouxe pra casa de carro.
- mas o Giela disse que... Filho da puta
- Ele quem te levou o skate, eu disse que eu levava, mas ele fez questão de ir. Onde ele está?
- provavelmente foi transar com a Naxx, aquela puta me dá enjôo. — não era ciúmes, era rancor da pessoa dela.
- bora fazer um sonzinho, deixar o estresse de lado. — outra coisa que me aliviava mais do que as drogas, era a música.Eram 4:50 da manhã.
- chega, pelo amor de Deus. Meus dedos ja estão latejando. — nos jogamos no sofá em conjunto.
- vamos tirar uma fotinha, nossa última foto foi na idade da pedra.
Pego meu celular, com inúmeras chamadas perdidas de Marco, meu ex desgraçado.
- olha pra câmera, animal. — assim, tiramos nossa foto. Havia ficado boa, mas a notícia que viera em seguida poderia acabar com a vida do Loren. Era uma foto, uma foto da sua namorada fazendo oral em outro. Imediatamente ele liga pra ela, e dá na caixa postal.
- não pode ser, ela não faria isso comigo.
- se acalma, Loren. Amanhã, hoje no caso, vocês conversam. — Ele pula pro meu abraço, derramando lágrimas doloridas em meu pescoço.
- Isso só pode ser montagem, trote, sei lá! Ela me ama. Eu sei disso.
A sofrência do Loren dura pouco, até outra ligação invadir o meu telefone. Olho para a tela e é um número desconhecido novamente.
- alô? — nos primeiros três segundos ninguém fala nada, ouço suspiros pesados.
- Julia, preciso de você e do Loren aqui no meu apartamento... — tosses são ecoadas.
-giela? Giela!? — por que ele nao responde?
- Loren, Giela parece estar mal, disse que precisa de nós lá.
- Merda! Tudo vindo de uma vez, vem, vamo lá.
Que diabos estava acontecendo? Com Loren, Giela? E o que ele quis dizer com "tudo acontecendo de uma vez"?
Nos encontramos embaixo da chuva, esperando um táxi, indo direto ao giela.
- com licença, queremos subir até o apartamento do Giela, por favor.
- sinto muito, recebemos informações para não deixar ninguém subir.
- somos amigos dele, ele disse para virmos até aqui.
- sinto muito, senhor.
- Escuta aqui, seu velho, dá pra abrir a porra do elevador e deixar a gente subir lá? É importante, caralho. — digo perdendo minha paciência.
- não grite, não vai adiantar. — o velho panaca me diz.
- ah é? Que se foda. — falo indo em direção as escadas, deixando minha mochila jogada por ai, podem pensar que eu tô fazendo de tudo pelo Giela, mas não, perdi meu pai com overdose, e não quero isso pra ninguém. Loren precisava me dizer qual apartamento que era, mas ele era cagão e provavelmente tava limpando minha barra, então minha única opção era chutar todas as portas do segundo andar.
chutei cada uma, cada uma mesmo, e nisso eu vi de tudo; sexo no sofá, cocaina em mesas, brigas, foi engraçado. Até eu chegar em um apartamento onde tinha uma cabeleira loira jogado no chão.
- Giela! — eu vou imediatamente até ele, e olhando para os lados vejo a puta da Naxx
- tinha que ser você né, cadela.
- eu vou foder com a sua vida, Márcio. Você é um merda, um merda. Você é igual sua mãe, seu lixo, lixo do caralho. Você é a nova puta dele? boa sorte, mas você vai se foder junto, cuidado hein. — a vagabunda saí como se nada estivesse acontecido, Giela estava todo machucado, com cortes em seu pulso esquerdo
- ei, ta me ouvindo? Giela, porra! — tento levantar ele, tendo sucesso até.
Aquela puta vai pagar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝔪𝔢𝔯𝔡𝔞𝔰 𝔞𝔠𝔬𝔫𝔱𝔢𝔠𝔢𝔪 /Lilgiela33
Fanfictione se você entrasse na vida do viciado que quer morrer? Você conseguiria fazer ele viver, ou você seria só mais uma?