chapter twelve

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eram seis horas da manhã quando eu acordei com o Giela cantando uma música inexistente, creio eu.
- poderia esperar até depois do almoço pelo menos né, eu tava num sono dahora. Ta fazendo o quê?
- Digamos q uma música. — tento pegar o caderninho pra ver o que tinha lá. — não. É surpresa.
Estávamos sentado um ao lado do outro sem fazer absolutamente nada.
- Eu ja fiz tudo ontem, não tem nada pra fazer agora. — digo choramingando.
- Tenho uma idéia, vamo fazer poeminhas, melhor do que não fazer nada.
- beleza. — ele me dá uma folha e eu começo a escrever o quê estava sentindo.

ele é incrível não é? mil maravilhas.
te faz ter borboletas no estômago né? incrível.
ele é um sentimento inexplicável, sabe por quê?
Porque nunca sabemos como devemos agir.
se for muito rápido, acaba rápido.
se for muito devagar, enjoa.
e se houver pessoas do passado no meio, não dá certo. E é ai que entra o "tempo" de esperar o destino nos unir, ver o que  o futuro vai nos entregar
mas do que adianta se eu não vou saber amar?
Amar alguém que ainda ama outro alguém.
Mas será que eu o amo? isso só saberemos quando começar um novo ano.

entregamos o papel um do outro para o outro e lemos.
      
" propósito.
todo mundo tem um dom...
una desenham, uns constroem...
uns costuram, uns cozinham...
uns curam, outros cuidam.
ainda tento achar o meu, mas o propósito para mim eu ja achei. A que cura e cuida
tenho sorte de tê-la cuidando de mim, de tê-la me curando. Então contando que eu não tenha achado o meu, eu achei o que me pertence. "

eu esperava xingamentos no dele
- uou, que profundo. — nós dissemos em uníssono olhando um para o outro. — de quem você tava falando?— novamente em uníssono.
- ah, ninguém. Só coloquei o que veio na minha cabeça — eu respondo, já ele não responde nada.
-  vai fazer o que de almoço hoje?
- Não faço a mínima idéia, você quer o quê?
- Sei lá. A gravação da minha música vai ser semana que vem.
- Como vai chamar?
- Você vai saber na hora, com todo mundo.
- não vai soltar prévia? — giela balança a cabeça. Batidas na porta da frente são ecoadas e eu vou atender. Era uma caixinha deixada pelo carteiro.
- Giela, acho que é pra você. 
Giela pega e abre a caixa, retirando de lá um papel preto, ele parecia puto mas ao mesmo tempo desesperado.
- Que caralho, isso não acaba nunca? Porra.
Eu pego o papel e leio
" Parece que você não vai mesmo deixar ela de lado né? Bom, você que sabe, ela vai se foder junto com vocês dois. "
- O que eles querem com nós?
- Sei la, é algum corno desocupado querendo tirar minha paz.

giela tinha saído pra um rolê com alguns amigos, e eu fiquei aqui sem fazer nada.
- Quer saber, eu vou é fazer um doce.
Pego leote condensado, nescau, manteiga e leite pra fazer brigadeiro... mas eu coloco um ingrediente a mais.
maconha
nunca tinha comido brigadeiro com isso, nem ao menos fumado.
Como eu mudei nesses últimos tempos, fiz tatuagens, piercings, fumei. Isso não era ruim, quer dizer, para alguns é.
Logo deixo os pensamentos depressivos de canto e vou fazer o docinho.

Puta
merda.
Que delícia! A brisa leve era incrível.
Me pergunto como que eu não tive vontade de mais, acho que é porquê sei me controlar talvez.

eu dormi a tarde inteira que nem percebi Giela chegar.
- Parece que você ficou chapadinha hein, ta dormindo a mais de sete horas. Eu trouxe lanche pra você.
- É de quê?
- Não sabia qual você queria então peguei um cachorro quente, um misto, um X-Burguer e um X-salada. — Eu sorrio.
- Obrigada. Como foi o rolê?
- Dahora. — Ele estava escondendo alguma coisa. — tá, foi meio merda. Uns caras chegou lá e começaram a me zoar, daí então eu fiquei mal pra caralho relembrando da época da escola e acabei no final sozinho na festa totalmente chapado. Então eu recebi um e-mail dizendo que eles iam pegar você enquanto eu estivesse fora e eu fiquei puto.

Foi a deixa. Assim que Giela acabou de falar, tiros são ouvidos e um deles acerta meu ombro.
- Eu avisei, otário. — Um saco preto é colocado em minha cabeça e eu não escuto mais nada.

somente
giela
me
chamando
desesperado.


eu nunca vou ter paz?


giela.

- que merda! Que porra vocês querem comigo?
-A gente quer te ver sozinho, que é o que você merece.
- Me atinge então, não atinge ela!
eu estava entrando em desespero total, uma bala perfurou ela e além de tudo levaram ela. Inferno.
- Ela vai ficar em boas mãos, relaxa. Mas se bem que ela é uma delicinha né? Você deve ter aproveitado bastante enquanto podia.
- vai se foder. — eu tento atacar ele mas me seguraram. E aquela merda de perfume...
- Quanto tempo hein.
- Então era você sua vadia? A troco de quê você quer ela ham?
- Eu quero ver você fodido. Não consegui foder você de uma maneira, eu tento de outra atacando seu ponto mais fraco. Ou vai dizer que não sente nada por ela, mas não pode ficar com ela porque você é um merda e fez a bendita aposta com o Loren?
Você ficava com a namorada dele e ele ficava com a Júlia. Mas parece que você não cumpriu sua parte do acordo e mandou outro ir no seu lugar né? Os dois tolinhos estão apaixonados ma bela mocinha.
- Por que você quer o Loren também, puta?
- Ele é uma distração extra. Você vai ficar uns dias sem ver sua querida Julia, ou nem vai vê-la mais. Agora faz o que você faz de melhor: se dopa. Tchauzinho.

A polícia estava indo atrás de Julia e Loren estava ao meu lado.
- Ela vai ficar bem, conheço a Júlia.
- A culpa é minha, se eu não tivesse colocado ela na minha vida... Porra. Me deixa sozinho um momento Loren, por favor. Eu abro a caixinha que Júlia me deu e lá tinha um bichinho de pelúcia pequeno e um bilhete.

" não tá em um bom momento né? Pois saiba que se você pegou isso para ler, quero que você saiba que eu estou bem. Mas pra mim continuar a ficar bem, preciso que você estaja bem. " Aquilo me fez refletir, e ao invés de me chapar eu levanto e vou atrás de Júlia.

A vida não vai se resolver se eu continuar na mesma.

𝔪𝔢𝔯𝔡𝔞𝔰 𝔞𝔠𝔬𝔫𝔱𝔢𝔠𝔢𝔪 /Lilgiela33Onde histórias criam vida. Descubra agora