chapter seven

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Sabe, em uma hora como essas eu queria ter uma amiga. Uma amiga para me ajudar a fazer minha maquiagem, meu cabelo, falar quais acessórios combinam com meu vestido.
Mas quer saber a real? Foda-se, eu me tinha  e isso bastava. Eram 19:30, Giela não me disse que horas começaria a festa, então fui me arrumando rápido. Realmente dessa vez eu estava me sentindo uma baita gostosa.
- Tá gatona hein. — Loren está encostado no batente da porta. — Faz tempo que eu não vejo você ir em uma festa.
- Pois é. Você não vai?
- Não, vou ficar em casa mesmo. — Loren se aproxima. — Sem bebidas, sem drogas e sem...
- Loren! Caramba! Eu já tenho idade  suficiente pra saber o que eu faço ou não da minha vida.
- Eu tô tentando te proteger porra! Ou quer ser quase estuprada de novo?! — Uou, eu nunca tinha visto ele assim, meus olhos começam a marejar.
- Vaza daqui. — Ele coloca seus braços sobre meu ombro e eu o empurro.
- Desculpa Júlia, não era minha intenção.

me proteger? do quê? ninguém consegue viver 100% do tempo com segurança e é isso que faz a vida ficar legal.

- Posso entrar? — Giela imita os mesmos movimentos do Loren. — Eu ouvi sua mini discussão com ele, fez certo, mas deveria ter mandado ir se foder. — era isso que eu gostava no Giela, o fato dele não ser como todo mundo e ter falado: " Ele só quer seu bem"
- Tem razão, deveria. — ele passa por mim e se senta na penteadeira.
- Vem aqui. — ele bate as duas mãos em suas coxas. — Relaxa, quero colocar uma coisa no seu pescoço.
Me aproximo, logo vendo uma linda jóia prata.
- Isso ai é um aviso de longe para : " tenho um colar que vale mais de 1B, pode me roubar." — me sento á suas coxas.
- Enquanto você estiver ao meu lado, ninguém mexe com você.
Os toques dos dedos dele percorrem meu pescoço, e maldosamente ele os desce para minhas costas nua, sinto arrepios, um calor ardente. Mas não dura muito, logo ele segura em minha cintura e me ergue, me retirando do colo dele.
- Já está pronta?

Estávamos no carro no banco de trás.
- Quer um? — ofereço balinhas fini para ele, que logo nega.
- Quer um? — e ele em oferece um baseado, que eu logo nego.
Fumaça em volta dele o fazia ficar sexy, o vento assoprando seus cabelos, suas mãos tinham veias saltadas e seu olhar era vazio.
- Sem brincadeira alguma, eu vou tirar uma foto minha e colocar do lado da sua cama.
- Eu estava somente pensando, você que é convencido demais.
Uma coisa que eu não entendia, era que as vezes ele demonstrava o que queria e logo depois ele desistia. Eu não era a Naxx, era por isso.

Que cheiro de maconha. Eu nem coloquei meus pés dentro da casa e já sentia de longe. Haviam várias pessoas famosas, trapper's, garotas que eram pagas.
- Fica perto de mim, entendeu? — Giela segura minha mão e nos guia até a mesa de ponche. — Toma, esse é uma delícia.
- Tem álcool? — que pergunta idiota, é claro que vai ter.
- Tem. — E de novo, geralmente os caras com quem eu saía falavam coisas do tipo " manera na bebida" e o Giela não.
Alguns amigos do mesmo vem até ele e nos cumprimentam.
- E essa aqui é quem? A menina que tu mostrou na live? Ainda mais gatinha pessoalmente. — um de cabelo com trancinhas fala.
- Pois é. Eai, Gielazinho, bora fumar um.
- Foi mal, eu tenho que ficar de olho na bebê ai.
ridículo.
- Ou será uma desculpa para não perder a aposta? — aposta?
- Vai se foder. Depois eu vou, agora eu só quero relaxar.
- Que aposta eles estavam falando?
- Uma coisa idiota. Vem. — e novamente ele me puxa, mas dessa vez até o sofá.
Duas garotas chegam perto dele e uma rapidamente senta em seu colo. Ele coloca uma das mãos em sua cintura e a outra mao no cabelo da outra, de uma vez beijando as duas. Eu saio rapidamente, acho que ele nem vai reparar.
Eu.
Travei.
Ao.
Olhar.
Para.
O.
Meu.
Lado.

Reconheço os três canalhas de longe, mas estava faltando um. Tenho que sair daqui urgente, corro para a cozinha tentando sair pela porta, mas isso foi impossível com duas mãos enormes fechando a porta de volta.
- Quanto tempo, né? Ouvi falar que você estaria aqui. — Marco susurrava em meu ouvido e logo veio os outros.
- Por que você não me deixa em paz, filho da puta?
- Olha a boca. — Ele passa o dedo sob meu lábio inferior e logo abre a porta literalmente me jogando pra fora da casa.
- Hoje você não escapa. — Não tinha ninguém lá nos fundos, e para quem vê e não sabe o que aconteceu, acharia que a gente ia fazer uma ménage. — Você ficou mais gostosinha hein.

Aquelas mãos nojentas estavam sob meu corpo mais uma vez, eu estava nua no meio da grama.
giela, giela, giela, giela. Minha mente pairava sobre ele. Quando já é a segunda vez que isso quase acontece, você perde a vontade de lutar contra.
- Eu vou primeiro. Sabem o quanto eu sempre quis isso.
- Você faz isso só porquê eu não quis dar para você enquanto estávamos namorando? — Eu recebo um tapa na cara, igualmente a outra vez.
- Cala a boca, puta.
Minha única opção é fechar meus olhos e esperar que Deus atenda pelo menos esse pedido de ajuda, mesmo que eu não mereça.

em questão de segundos, Marco é arrancado de cima de mim e o vejo receber um soco de...Giela!? Estavam se batendo, Giela estava apanhando, mas Marco e os outros também.
Não vou cometer a mesma burrice da outra vez, imediatamente pego o celular e ligo para a delegacia. Pego meu vestido e me visto rapidamente e entro no meio deles, puxando Giela.
- Vem logo caralho. — ele não ia parar, mas ouviu sirenes ligadas e acabou me seguindo. Lágrimas vem a tona. Giela me abraça.
um abraço puro de quem entende sua dor e de quem quer tirar ela de você.
e mais lágrimas caem.
-Por que eu? Justo eu?
- Se acalma tá bom? Já passou.
- Se você não tivesse chegado, eu teria ficado morta por dentro em questão de segundos. — Nos afastamos e ele coloca uma mecha de cabelo meu atrás da minha orelha.
- Eu falei que enquanto você estivesse ao meu lado, ninguém nunca mexeria com você, e não vai ser a polícia que vai colocar as mãos neles.
- Você não vai...
- Tenho meus contatos. Vem, vamos pra casa. — Ficamos um ao lado do outro e ele colocou seu braço sob meu ombro e assim fomos.

- Quer mais uma coberta? — Ele me ofereceu.
- Não, mas, posso pedir outra coisa?
- Pode.
- Deita aqui comigo? Só até eu dormir, preciso de algum conforto. — De princípio achei que ele negaria, mas ele simplesmente levantou a coberta e se deitou ao meu lado, espremido, mas deitou.
E então, eu adormeci como se eu estivesse no céu, mas o que eu passei estava muito longe disso

e o quê virá também.

𝔪𝔢𝔯𝔡𝔞𝔰 𝔞𝔠𝔬𝔫𝔱𝔢𝔠𝔢𝔪 /Lilgiela33Onde histórias criam vida. Descubra agora