chapter six

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Júlia
Eu realmente estranhei a atitude dele, mas eu gostei.

Logicamente o boca grande do Loren falou alguma coisa.

Comemos nossa comida tranquilamente, em silêncio, fico observando Giela.
Durante nossas conversas, ele dava um sorrisinho ou outro, e sinceramente? Era a coisa mais linda nele. Estava começando a gostar da companhia do Giela.
- Eai, o que a gente faz agora? — Ele diz me tirando do transe pensativo.
- Ah... Que tal irmos sentar na pista de skate e ficar de boa?
- Hum, tenho algo melhor em mente. Quer ir comigo na casa de um amigo? Hoje a noite vai ter uma festa na casa dele, topa?
- Por mim tudo bem, mas... As únicas roupas que eu trouxe são desse tipo. — calças largas, cropeeds, camisa larga e um vestidinho de ficar em casa.
- Não tem problema, vamos na loja comprar.
- Eu não tenho dinheiro,Giela. — Mal termino de falar e ele joga o dinheiro na mesa e saí pela porta e logo corro atrás dele.
- Eu pago, patinha.
- você já tá me aceitando na sua casa sem pagar o aluguel, comendo a sua comida e você ainda quer pagar um vestido?
- Bom, quem tá arrumando a casa é você, quem faz a comida é você e quem não tem roupa é você. Eu pago a roupa, fica tranquila.
Pedimos um uber e fomos até algumas lojinhas, muitas. Até chegar em uma onde tinha um vestido perfeito. Ele era nu nas costas, dos lados e tinha alças grossas. Era um azul chamativo, mas ao mesmo tempo não.
- Vai experimentar. — Deixo minha mochila com ele e entro no provador.

O vestido era lindo,
eu não.
O modelo do vestido era lindo,
o modelo do meu corpo não.

- Saí logo daí.
Eu saio e o queixo do Giela vai ao chão.
- Sei lá, o modelo é lindo, mas meu corpo... sei lá.
- Que? O vestido está lindo em seu corpo e seu corpo é... Perfeito. Quero dizer, dá pro gasto.
ridículo, só eu posso me rebaixar.

eu não tenho autoestima, mas nunca deixo ninguém pisar em mim.

- Seu corpo é ampulheta, sei lá o que é. Mas é lindo, para de noia. Vai ser esse. — Ele diz para a moça do caixa.
- Seu corpo é lindo moça, de verdade.
Eu sempre ouvia isso, mas sabe quando é difícil acreditar? Tipo se você estivesse segurando em uma corda pendurada no alto de uma montanha, confiaria no seu inimigo para te puxar?

- Ele está 185,00.
- Não quer mais nada? — Eu queria.
- Sim, mas é em outra loja. — Giela paga e seguimos para a loja de calçados.
- Escolhe o que você quiser, pata.
Vou diretamente até um vans de botinha.
- Esse. — Giela me olha como se eu fosse uma mendiga escolhendo uma marmita.
- Vai ser esse?
- Sim. — Passamos pelo caixa.
- Me espera lá fora, patinha. — Duvidam quanto que ele vai pegar o número da atendente? Faz um dia que eu não fumo, e quero continuar assim. Rapidamente Giela volta com outra sacola.
- Toma. — Era outro sapato. E a caixa era da Saint Lairent.
- Você tá zuando?! Eu falei que não precisava.
- Ai, cala a boca e aceita.
Eu pego, não sou trouxa.
- Valeu. — Eu olho para os olhinhos dele, estavam com um pequeno brilhinho desde a última vez que eu olhei.
- Eu já falei, é mais fácil tirar uma foto. — Palhaço

- Hahaha, tira uma você também. Acha que eu não vi você olhando pra minhas costas hoje de manhã?
- Você tá enganada. Eu estava raciocinando, só isso.
- Ah sim, vou fingir que eu acredito.
Dessa vez voltamos para casa a pé.

- Vamos passar ali no mercadinho comprar umas coisinhas pra mim fazer o almoço amanhã.
- Vai fazer o que amanhã?
- Tô pensando em fazer uma lasanha. O que você acha?
- Uma boa, vamo' lá.
- Pega o carrinho e vamos pegar as coisas que precisamos. — Era legal andar com ele, mesmo parecendo que não, ele fazia um ambiente melhor, pelo menos para mim.
- Na lasanha vai farinha?
- Aham, com toda certeza. — Ele joga a farinha no carrinho. — ta zoando né? Não vai farinha.
- Foda-se, pelo menos vai ter.
- Pensava que era só ir na boca pra conseguir.
- E é, é a coisa mais fácil do mundo.
- Ai, me conta mais do por quê você começou a se afundar. Se você quiser, claro.
Ele respira fundo e olha em volta.
- Quando eu estudava tinha uns moleques que faziam bullying comigo e isso foi me afetando. Daí eu conheci a Naxx, foi a onde fodeu tudo.
- Você sofrer bullying sendo um gostos... Desculpa, pensei alto demais. — Que raiva, queria colocar minha cabeça na plantação de canabis agora.
- Na época eu não era assim, Julia. Eu era vivo. Mas, foda-se também, se eu morrer é lucro.
- Quer morrer só por causa de uma vadia e alguns garotos que só uns idiotas?
- É difícil dizer o que eu sinto, mas vamo esquecer isso.
Não sei se eu conto o que aconteceu com o meu ex.
- Sabe...
                    
                           Lembranças on      ⚠️
-Ai Júlia, vamo logo! — Marcos me chama e diretamente eu desço. — Ui, tá gostosa hein.
- Ham... Eai, pra onde a gente vai?
- É surpresa. Daí seu celular, essa viagem vai ser só nossa, gatinha. — coloco minhas mãos envolta de seu pescoço.
- então vamos lá logo!
- Você como uma criança sempre ansiosa né. — Sinto uma pressão sob minha boca, sendo totalmente sugada. E de repente tudo apaga.

- Socorro! — Marcos estava sentado á minha frente
- Ai, juliazinha, se não quiser que seu irmãozinho morra, é melhor fazer tudo que a gente pedir.
Outros quatro gorilas chegou.
- Essa ai é da boa hein, melhor que canabis.
- Vai se foder. — Recebo um tapa na cara.

Os cinco minutos mais  agonizantes de minha vida.
- Vira ai, delícia. — Eles tiram minha blusa e logo em seguida meu sutiã.
- Vai gostosa, tira esse shortinho ai.
E então, faltava somente um passo para eles destruírem minha vida.

Mas antes que eles comecem o que queriam, Loren apareceu.
- Se vocês não meterem o pé daqui agora, eu mato todo mundo. — Ele estava com uma pistola na mão.
- E quem é você, juvenil?
Risadas são ecoadas pelo vento.
- Ou vocês metem o pé, ou eu mato vocês ou eu ligo pra polícia. Qual dos três vocês querem?
- A gente vai, mas a gente volta, tá puta?
Loren me desamarra, sendo gentil e colocando minha blusa sem olhar para meus peitos e vestir meu short sem olhar também.
- Como sabia que eu tava aqui? — minha voz saiu trêmula.
- Rastreador do iphone. Vem cá, minha princesa. — Me jogo aos braços dele, e ele trás um conforto para mim. — Eu prometo que se alguém tentar algo com você de novo, eu apareço com uma AK-47. — Meu riso se misturou em lágrimas salgadas.
- Te amo, Loren.
- Também te amo, Juli.

                                     OFF
- Uou. Você foi forte. — Ele estava sem palavras, eu acho.— Ele não tá preso?
- Não, mas também ele nunca mais tentou nada. Somente trinta e três ligações perdidas. E olha só, ja pegamos tudo que precisava, vamo nessa?
- Bora. Mas só pra perguntar, festa ta de pé ainda né?
- Claro, banana.

𝔪𝔢𝔯𝔡𝔞𝔰 𝔞𝔠𝔬𝔫𝔱𝔢𝔠𝔢𝔪 /Lilgiela33Onde histórias criam vida. Descubra agora