chapter teen

171 18 2
                                    

julia.

o que meus olhos acabaram de ver me mataram por dentro. Assim que eu escutei o barulho da porta da frente bater, eu vou para a sala e vejo o celular de Giela desbloqueado em um e-mail. Me arrependo de ter acordado, me arrependo de ter lido, me arrependo de ter confiado.

logo você, Loren?

Não tive muito tempo para choramingar, pois logo em seguida a porta é aberta por dois caras e uma garota, pelas ampulhetas.
- É querida Júlia, a confiança é uma coisa difícil né? — eu corro para a cozinha pra pegar uma faca e eles logo vêm atrás de mim. — pra que correr? Não era você que pedia a Deus para morrer todo santo dia?

somente uma pessoa sabia dessa minha fase, mas prefiro ignorar essa hipótese.

- Escuta aqui, o que vocês querem de mim?
- Simples, nós queremos você. Não você em si, mas se pegarmos você, Giela virá até nós.
E é esse nosso plano. — então tudo isso é pelo Giela?
- Não encostem um dedo se quer nele. — faltava um carinha junto a eles.
- Ele não é quem você pensa, Júlia. Ele só é um merdinha e que você vai descobrir todos seus podres. — por que todo mundo fala que ele não é quem eu penso que seja?
- Querem dinheiro? — a garota com uma máscara que só mostra seus olhos marcantes bufa e solta um riso nasal.
- Não, minha flor. Queremos o Giela morto. É isso que ele quer mesmo, por que não adianta o nosso serviço? — independentemente, eu nunca abandonaria o giela e deixaria machucarem ele, porém em meu estado não posso fazer muita coisa. Estou somente com uma blusa, dor de cabeça e são três contra uma.
- Vai se foder, sua puta. Se ele morrer, eu morro junto. E se eu morrer, a justiça virá contra vocês.
- Como tem tanta certeza? Você não tem nada! Não tem pai, não tem mãe... irmão.
- Se vocês não saírem daqui agora mesmo eu ligo pra porra da polícia.
- A gente vai sair sim, mas acha mesmo que vamos deixar você ilesa? — Quando me dou conta minha cabeça se choca contra a parede da cozinha e a faca caí sobre meus pés. Um soco é depositado em minha barriga. Um chute é depositado em minha canela, me fazendo cair ao chão.
- É isso que você ganha por entrar na vida de pessoas como o Giela. — um cuspi me acerta. Eu me levanto com dificuldade e pego um copo d'água.

eu precisava de Giela aqui comigo.
eu precisava de Loren aqui comigo, mas ele foi um traidor do caralho.
eu precisava de amor.
eu precisava de meu pai.
eu precisava de uma mãe.
eu precisava de meu irmão.

eu precisava morrer.

vou até o quarto pegando meu celular e ligando imediatamente para o Giela.
nada.
Ligo para Loren também.
nada.

e lentamente eu me vejo caindo no chão, ficando com a visão preta.

Giela ;

- Márcio? Há uma pessoa querendo falar com você. Me acompanhe, por favor. — que seja a Júlia, que seja a Júlia. Não era ela, mas era meu advogado.
- Aprontando novamente, senhor Márcio?
- Dessa vez eu não fiz nada. Doutor Marcelo, tem alguém querendo foder comigo.
- Olhe o palavreado rapaz. Mas como assim?
- Fizeram uma armação pra mim ir até a casa do Loren. Me mandaram um e-mail falando sobre a Júlia e que o Loren pagou para que estuprassem ela.
- E você crê nisso? Que o Loren fez isso? — No que eu realmente acredito?
- Não sei. Só sei que o senhor tem que me tirar daqui pra mim ver ela. Rápido.
Antes do doutor sair, ele pega meu celular, checando para ver se tinha mensagens novas do anônimo. E tinha. Ele me entregou o celular e eu li cada detalhe.

" Eai mano? Que triste né? ser pego pela polícia indo defender a garota que não pode ter.
Demos um jeitinho nela, e ela está ciente de que precisa se afastar de você para ela ficar bem. Ainda quer por em risco a garota que você e Loren lutam tanto? Cuidado hein, é capaz dela ficar sem nenhum.  Se conseguir sair daí, acho que vai diretamente para sua casa... encontrará uma surpresinha.

atenciosamente; anônimo. "

o que fizeram com ela? Meu cérebro se enche de preocupação, meu coração estava mais rápido do que adrenalina.
- Me tira daqui e me leva até ela, porra! — os guardas me levaram de novo para a cela e creio que o Doutor vai me tirar daqui rapidamente.
- Que porra. Por culpa nossa mexeram com a Júlia, caralho. — Loren dá um salto da cama de prisão.
- O que aconteceu com ela!?
- Eu não sei. Me mandaram outro e-mail anônimo falando que quando eu chegasse em casa teria uma surpresinha. E eu pressinto que ela tenha lido o e-mail sobre você.
- Que merda! Ela vai pensar que é verdade, porra. — eu desconfiava se realmente era mentira. Loren era do tipo de cara obcecado pela Júlia. Ainda mais depois de terminar com a namorada dele.
- Senhor Márcio? O senhor está liberado.
graças aos céus.

Eu chego em meu apartamento chutando a porta de entrada e percorrendo a cada cômodo da casa.
- Júlia! — eu grito, quando chego ao seu quarto. Ela estava sangrando, desmaiada, com lágrimas em seus olhos, um corte profundo em sua cabeça e em seu coração.
- Júlia, eu sinto muito — eu começo a lacrimejar, e naquele momento nem ligo se alguém está vendo. — a culpa é minha, patinha. Eles querem eu e você quem está pagando o pato. Ela abre um pouquinho dos olhos e me abraça. Eu caio sobre ela e ela se derrama em lágrimas.
- Você tá aqui... pensei que você tinha se mandado.
- Nunca. Nunca. Nunca. — ela me diz.
- Acho que você precisa me deixar Júlia, é o melhor.
- Você ta louco? Nunca, Giela, nunca. Eu quero ficar com você aqui e eu vou. Eles não vão me deter, se eles te querem, vão ter que querer a mim também.

onde meu sangue escorrer, o dela irá jorrar.
onde o sangue dela escorrer, o meu irá jorrar.

por um minuto pensei que o certo era afastar ela de mim, mas eu percebi que afastar as pessoas só vão te fazer um perdedor.

- eu não esperava aquilo de Loren.
- ele disse que não foi ele, patinha. Estávamos conversando e tudo isso parece uma grande armação contra mim, a ele. Ou a nós dois juntos.
-  E o dinheiro que ele deu?
- Ele disse que era para nunca mais encostarem em você. — eu me levanto e ajudo ela a levantar.
- Acredita nisso?
- Não sei. — sigo para a cozinha. — Júlia, você desmaiou a mesma hora que apanhou?
- Alguns minutos depois de eu beber água. Droga, colocaram sonífero no bebedor! Bem que eu percebi que estava faltando um cara.
- Eram quantos caras?
- Dois e uma garota. Estavam com máscara.
O bebedor era contra a parede, então por isso Júlia não viu. Três pessoas que querem me matar.

querem tentar me matar? logo eu que já estou em decomposição por dentro?

Mas de uma coisa eu sei, nunca mataram a pequena Júlia.
Nem que pra isso eu tenha que renascer.

𝔪𝔢𝔯𝔡𝔞𝔰 𝔞𝔠𝔬𝔫𝔱𝔢𝔠𝔢𝔪 /Lilgiela33Onde histórias criam vida. Descubra agora