Uma gangue de família

Dezoito

POV JUNGKOOK.

Eu fiquei a noite pensando se devo dar o espaço que o Jimin está querendo, ou se devo insistir por um pedido de desculpas. E passar uma noite acordado não ajudou em nada, porque agora tô com sono, tenho que ir pra escola porque Tae vai faltar hoje e alguém tem que vigiar o Minhyuk e acabei não me decidindo.

JN_ Por que parece que maratonou uma série a noite inteira?

JK_ Porque eu não dormi. Mas juro que não fiquei vendo série.

A hora do café sempre é bem aproveitada na minha casa. Conversamos e falamos sobre coisas que estamos preocupados.

JN_ O que está te preocupando?

JK_ Jimin. Ele está muito magoado e eu não sei se devo dar o espaço que ele precisa ou se insisto no perdão. Eu quero muito estar próximo a ele, mas não quero forçar a barra.

Se_ Acho que dá para ter um meio termo, filho. Não precisa se afastar dele, mas também não força para ter um perdão. Até porquê, eu já te expliquei que você não errou, só teve uma atitude que qualquer pessoa teria.

Não sei....ele me pediu pra confiar nele. Eu devia ter pelo menos escutado a opinião dele.

JN_ Olha, ele também não quer me ver nem pintado de ouro.  Mas eu não vou me afastar dele.

Olhei para ele tentando entender aonde ele quer chegar.

JN_ Jimin está fazendo um julgamento errado sobre mim e se eu der esse espaço, como vou mostrar que ele pode confiar?

JK_ Mas isso não sufocaria ele?

Meu appa bebeu o último gole do suco e se levantou limpando a boca no guardanapo.

JN_ Então vamos sufocar ele com muito amor, porque ele precisa disso. Estou atrasado, tenho um paciente no hospital. Até mais tarde.

Meu appa saiu primeiro e eu fiquei pensando nisso.

Acho que não vou me afastar dele, fugir da situação não resolve.

Passei pela casa grande e vi ele indo para a escola de carro com o irmão.

Era o carro do Yoongi, provavelmente Hoseok pegou emprestado.

Será que ele sabe que como ele faz parte da equipe de fuga, já que é um motorista, ele tem direito a um carro da gangue?

Vou pedir meu pai para falar com ele.

Fui de moto até a escola e encontrei Namjoon com Minhyuk.

N_ Ah que bom! Estou atrasado, tenho prova no primeiro horário. Por favor, não deixe ele se machucar.

Minhyuk estava com a mão enfaixada, meu pai deu um atestado, mas ele não aceita faltar.

Vi Jimin chegando e entrando direto para a sala.

JK_ Vamos Minhyuk.

Fui depressa para a sala, porque fico preocupado do Yem se aproximar do Jimin.

Vi ele indo para a cadeira do Minhyuk, debaixo dela tinha um aparelho. Ele arrancou o aparelho com a mão e foi até a mesa onde Yem e Mey conversavam disfarçando.

Ele jogou o aparelho em cima da mesa do Yem.

Ye_ O que está fazendo?

JM_ isso é seu.

Ye_ Ficou louco garoto? Tem provas disso?

Jimin se calou e se virou para ir pra mesa dele. Mas Yem o segurou, na mesma hora eu me aproximei.

JK_ Solta ele.

Ye_ Não. Ele me acusou sem provas.

Mi_ Eu tenho provas. Mesmo com uma mão ferida, invadi as câmeras da escola e vi você colocando.

JM_ Eu te vi colocando no primeiro dia. Sabe que não deve mexer comigo, viu o que aconteceu quando tentou.

Yem passou a mão no pulso e pareceu assustado.

O professor chegou na sala e logo tivemos que nos calar.

Fiquei a aula toda tentando não olhar pro Jimin. Mas confesso que minha cabeça está toda nele.

Vi ele escrever com a letra trêmula, suas mãos ainda estão assim. Ele se faz de forte, mas deve ser assustador não poder confiar em ninguém.

Na hora do intervalo, ele ia sair da sala sem a gente, mas eu o segurei.

JK_ Por favor Jimin, eu sei que não confia em mim, mas essa escola está cheia de membros de gangue e pode ser perigoso andar por aí sozinho.

JM_ Eu sei me defender.

JK_ Eu sei que sabe, mas não deixo de ficar preocupado. Eles são cruéis, por favor.

Ele não falou nada, mas ficou perto da gente. Então já foi um começo.

Fomos até a área externa, onde Namjoon nos encontrou com um lanche para o Minhyuk.

N_ Ah, eu estava tão preocupado neném. Como estão seus ferimentos?

Mi_ Está doendo.

Espera....

Minhyuk sentiu a dor assim que se sentou na cadeira. Então...

Peguei a mão do Jimin e vi ela um pouco vermelha.

JK_ Essa foi a mão que você pegou o aparelho.

JM_ Deu um choque leve quando eu desarmei ela.

Eu já liguei uma coisa com a outra e me senti ainda pior.

JK_ Eu já volto.

Peguei Jimin pelo braço e puxei até o banheiro mais próximo.

JM_ O que está fazendo?

JK_ Tira a calça.

Ele me olhou confuso.

JM_ se tivesse pedido isso quando eu ainda confiava em você, eu provavelmente tiraria.

O que? Do que ele tá falando? Ah...

JK_ N-não é isso. Minhyuk se feriu na mão e na perna assim que se sentou, você se sentou duas vezes na cadeira.

JM_ Eu tô bem.

A pressa que ele deu para falar que está bem, me faz ter certeza que ele não está.

JK_ Para com isso, abaixa a calça, deixa eu ver..

Ele ficou um pouco vermelho, mas se virou de lado e abaixou um pouco a calça mostrando a perna..

Puta que pariu! Ele tá todo machucado.

JK_ Isso tá inflamado! Deve estar doendo demais, Jimin!

JM_ Eu passei sabão no banheiro. Não vai inflamar.

Tá muito feio o ferimento dele. E o fato dele ter aguentado isso calado, me doeu tanto.

JK_ Não pode guardar essas coisas. Precisa contar quando se machuca.

JM_ Eu apanhava quando contava. Tá tudo bem, eu estou acostumado.

Ele arrumou a calça e ia sair do banheiro, mas eu o segurei e o abracei.

JM_ Me solta!

Continuei abraçado a ele, segurando para não chorar. Eu sou o membro de gangue mais fresco que existe. Sou muito sentimental.

Mas não acho isso ruim.  Só me torna mais humano. E ser humano não é ser fraco.

JM_ Eu disse pra me soltar! Não quero aproximação com você. Está me sufocando!

JK_ não pode se ferir assim. Na nossa família você não vai apanhar por se machucar.Eu vou te sufocar com amor, até você gostar de ser amado.