Nᴀ̃ᴏ ɪᴍᴘᴏʀᴛᴀ ᴏ ǫᴜᴇ ᴄʀɪᴀᴍᴏs,
ᴀɪɴᴅᴀ sᴏᴍᴏs ғᴇɪᴛᴏs ᴅᴇ ɢᴀɴᴀ̂ɴᴄɪᴀ.» Dᴇᴍᴏɴs, ɪᴍᴀɢɪɴᴇ ᴅʀᴀɢᴏɴs.
Na época em que ocorreram tais acontecimentos, eu ainda era frei e isso estava prestes a mudar, pois logo teria idade e faria meus votos definitivos, me tornando assim um padre.
Tendo como inspiração o padre Cícero que sempre admirei desde que me entendo por gente, pois além de ter me criado, também tinha me dado muitos ensinamentos valiosos.
Meus pais eram muito pobres e não tinham dinheiro para me sustentar, portanto quando eu nasci, me entregaram a ele para cuidar de mim, legalmente eu era reconhecido como filho de Cícero e as pessoas consideravam isso estranho, embora um ato de caridade, mas nunca me importei com o que elas pensavam disso.
As pessoas da cidade em que morávamos eram muito fofoqueiras, inventavam muitas coisas a respeito de qualquer um, mas ninguém tinha coragem de dizer na cara da pessoa, obviamente. O impressionante era a criatividade que tinham na hora de dizer suas invenções baseadas em achismo e prováveis vozes da cabeça.
A mais comentada pela cidade era a respeito de uma família muito poderosa e rica, dizendo que eles tinham feito uma coisa imperdoável para subir na vida e prosperar de maneira tão rápida em tão pouco tempo.
O boato corria mais entre as mulheres, embora a senhora Celina não andasse junto com quase nenhuma delas, sempre acompanhada da mãe e às vezes, da única filha, raramente seu marido estava presente nas missas junto da esposa e da sogra.
Diziam que o motivo por trás disso era mais do que óbvio e embora muitos não acreditassem, talvez fosse verdade.
Desde pequeno, sempre recebi muita atenção das senhoras que frequentavam as missas, principalmente das viúvas e solteironas, e conforme fui crescendo, recebia ainda mais atenção, de maneira que mal sabia como reagir, mas Cícero não gostava nada de toda aquela atenção, dizia que um rapaz da minha idade, deveria ficar muito atento, redobrar o cuidado com essa atenção excessiva (especialmente das moças) e evitar nutrir aquilo, embora soubesse que eu não tinha o que fazer a respeito.
Apesar de toda essa atenção que eu recebia, nenhuma moça me chamava atenção, no entanto, considerava algumas muito bonitas, não atraentes, exceto uma. Ela tinha uma graciosidade casual nata, sendo uma combinação inerente a elegância
A missa era às sextas, aos sábados e domingos pela manhã, eu ficava responsável por ajudar o padre e já fazia muito tempo que a filha de Celina a acompanhava, diziam que tinha ido passar alguns anos no exterior.
Outra invenção do povo linguarudo, pois numa das missas de domingo, ela estava lá. A igreja estava lotada, quando uma moça de estatura baixa, cabelos longos e olhos inconfundíveis entrou, à procura de alguém nos bancos velhos de madeira, vestida de branco feito um anjo, embora seus olhos tivessem um ar oblíquo que não passava despercebido.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Peccato-A origem
RomanceOs destinos do futuro padre e da filha do homem mais rico da cidade se cruzam, boatos cercam sobre a fonte de tanta riqueza que surgiu repentinamente, até que os segredos obscuros por trás de tantos rumores começam a surgir para mudar a história dos...