Ele estava ali, me olhando, uma mistura de sentimentos invadia meu peito com uma força arrebatadora. Coloquei a mão em sua bochecha, percorrendo os dedos da mão direita por sua pele quente.
Quando Roberto pôs sua mão esquerda em meu quadril, arfei instantaneamente.
— E se mudasse? Você não tem ideia do poder das suas palavras — sibilou, o peito subindo e descendo descompassadamente.
A distância era tão curta que eu sentia o calor de sua pele exalando.
— Poder? Minhas palavras só tem poder se você torná-las poderosas, por que teriam importância nas suas escolhas? — Deslizei a palma por sua pele macia,
repousando-as longe de seu corpo.— Porque talvez, eu esteja... obcecado por ter você em meus pensamentos Isadora — ofegou, libertando o peso da garganta.
— Eu me condeno por isso, mas você tinha razão, algo despertou em mim desde o dia em que te vi naquela igreja — Confessou diretamente.
Fechei os olhos, tentando imaginar por alguns segundos o que faria dali em diante, pois não imaginava que tudo pudesse se tornar tão real.
— Mas eu sei o quanto isso é errado, não posso ceder aos desejos da minha carne — Se afastou intempestivamente.
— Acha que vai para o inferno por isso? — Dei-lhe um sorriso, aquela consequência não passava na minha cabeça de maneira nenhuma. Era como mastigar espinhos.
— Você não entende, nunca vai entender, eu estou num lugar muito diferente do seu, Isadora — Passou a mão pelos cabelos lisos, mais curtos que do meu irmão.
O agarrei pelo colarinho da batina.
— Em que lugar? Na coitadolândia? — Olhei fundo nos seus olhos assustados, segurando-o com firmeza nos punhos.
— Covarde, você se esconde debaixo dessa batina porque não tem coragem de enfrentar a si próprio e lidar com o que sente! Admita Roberto! — O coloquei contra parede sem delicadeza.
Ele ficou tão boquiaberto que não teve reação por alguns segundos, mas puxe jurar que se colocasse a orelha em seu peito, escutaria seu coração acelerado.
— Você está noiva de outra pessoa! Eu sou quase um padre! Acha que está cidade vai aplaudir isso? O mundo todo se voltará contra nós, principalmente Deus! — retrucou, incrédulo.
— Que se dane o mundo! — Praticamente cuspi as palavras.
— O padre...
— Chega de usar os outros como desculpa para sua covardia! Seja sincero pelo menos uma vez! — Pressionei o antebraço contra seu peito, sentindo o sangue ferver nas veias.
Roberto puxou o ar, como se estivesse prendendo o fôlego dentro da garganta.
— O que você quer de mim? — sibilou, os lábios trêmulos e os olhos vagando para qualquer lugar longe dos meus.
— Se ajoelhe — Ordenei, deixando pensamentos impuros invadirem minha mente.
— Por que faz isso comigo? — questionou, confuso. Eu quis rir, mas me contive.
Me afastei alguns centímetros, gesticulando que fizesse o que havia dito.
Ele fez, ainda sem entender, ficando com o rosto à altura de meus quadris.
— Sabe o que mais me atrai em você? — Contemplei seu rosto, admirando cada traço e curva que o tornavam tão másculo e simétrico.
Coloquei o indicador sob seu queixo e o ergui sutilmente, fazendo olhar diretamente nos meus olhos.
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Peccato-A origem
RomanceOs destinos do futuro padre e da filha do homem mais rico da cidade se cruzam, boatos cercam sobre a fonte de tanta riqueza que surgiu repentinamente, até que os segredos obscuros por trás de tantos rumores começam a surgir para mudar a história dos...