A galinha dos ovos de ouro

42 7 1
                                    

Ao chegar no centro da cidade, estava quase sem pulmão, portanto parei na frente de um boteco e parei um pouco para respirar.

— Sabe porque estou me casando com o diamante de Água Azul né? — Era uma voz familiar e escandalosa lá dentro.

— Ela é minha galinha dos ovos de ouro! A garantia de que vou ser milionário pelo resto da vida! — berrou a voz embriagada, reconheci naquele momento quem era.

Tadeu.

— Mesmo que venha do diabo? O pai dela fez um pacto! — falou outro homem bêbado.

— Um brinde ao diabo então! Garantiu minha vida inteira! — Riu, em seguida vieram os brindes e gargalhadas na roda.

— A melhor parte é que ela vai se entregar para mim, purinha, que nem um anjinho de cabelos brancos — disse de maneira nojenta, dando um sorrisinho porco.

Aquilo me fez sair de si, o sangue subiu nas veias mais rápido que aquela bebida que ele tomava e quando vi, já estava dentro do bar.

— Olha só, o padre! O que Deus veio nos dar hoje Beto? — Ficou surpreso ao me ver ali e tirou sarro disso.

— Um belo olho roxo — falei, fechando o punho e acertando seu rosto com toda força.

Tadeu caiu da cadeira, derramando bebida em toda roupa, os outros bêbados arregalaram os olhos e se afastaram.

— Você ficou louco ou está possuído? — Vociferou, levantando do chão e vindo para cima de mim.

Eu não recuei, apesar de nunca ter entrado numa briga na vida e de Tadeu ser duas vezes o meu tamanho em músculos.

— Como você se atreve seu canalha? Se orgulhar de falar da honra dela assim? — Esbravejei, dando um murro no seu peito que o fez desequilibrar.

— Está falando da Isadora? Bem que eu estranhei sua cara quando falamos do noivado! Você sempre quis ter tudo para você né? Mas não se preocupe, seu convite está pronto! Receba! — Desferiu um soco no meu rosto que me fez desabar para trás.

Tadeu não parou, me jogou no chão, me fazendo cair em cima do próprio braço e continuou distribuindo socos, eu já estava perdendo os sentidos quando alguém o tirou de cima de mim.

— Para! Sai de cima dele! — Uma voz feminina gritou, àquela altura eu não conseguia mais abrir os olhos.

— Roberto! Roberto! Fala comigo! — Sentia a voz próxima, e alguém tentando me fazer reagir.

Abri os olhos, escutando vozes distintas numa conversa barulhenta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Abri os olhos, escutando vozes distintas numa conversa barulhenta.

Estava num quarto elegante, com lustre e parede pintadas de cinza-claro.

— Ele acordou! — Alertou a voz suave.

Diante dos meus olhos estava Dorinha, sem chapéu, os cabelos presos no alto e um rosto contorcido de preocupação.

Peccato-A origemOnde histórias criam vida. Descubra agora