Bracelete

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Durante a noite, às vezes eu saia para passear nas ruas tranquilas de ladrilhos de Água Azul, pegava a bicicleta e retornava quando meu pai adotivo já estava dormindo.

Desci a rua em alta velocidade, quando me vi cruza ponte do pequeno rio, alguém surgiu intempestivamente no caminho e acabei não tendo tempo de frear, resultando na catastrófica colisão entre a bicicleta e a pessoa.

Cai no chão na direção oposta da bike e permaneci estirado por alguns segundos, assimilando.

— Ah não! Seu tonto! Olha que fez! — Ouvi xingamentos disparando.

Levantei e me deparei com Isadora, debruçado na ponte, olhando o rio abaixo, em busca de algo.

— Foi sem querer, desculpe — Pedi, verificando se estava bem de longe. Tinha um pequeno corte na sua testa.

— Meu bracelete, caiu na água! — reclamou.

— Está tudo bem? — Me aproximei,
hesitando.

— É só um acessório — resmunguei, vendo sua preocupação em recuperar.

— A minha mãe me deu! Tudo culpa sua! — Lançou um olhar flamejante a meus olhos castanhos-café.

— Eu pego para você, se faz tanta questão — Quase perdi a pouca paciência nos meus nervos.

— Não deveria estar no meio da ponte no escuro, não acha? Também tem culpa! — reclamei, tirando os sapatos.

— Não quero que pegue nada! Eu me viro! — Vociferou, tirando os sapatos e arrancando o chapéu também. Quando me dei conta, já havia pulado na água.

Não demorou muito e Isadora saiu, indo até à beira, onde sentou no gramado, recuperando o tal bracelete enroscado numa planta.

O vestido lilás todo encharcado e ela parecendo um pássaro molhado, os cabelos grudados no rosto e sua boca disparando xingamentos e reclamações em meio a escuridão da noite.

— Eu disse que pegava! Poderia ser menos orgulhosa! — Desci até o gramado próximo a ela.

— Já me causou problemas demais por hoje, se afaste! — Bateu os punhos na grama e tentou levantar, no entanto o peso das roupas encharcadas a fez quase cair, a ajudei a ficar em pé, mesmo contra seu orgulho.

— Não sabe bisbilhotar, não sabe mentir, não sabe andar de bicicleta, tem algo em que seja bom? — Rangeu os dentes como uma gata arisca.

Não soube bem o que responder, voltei meus olhos para baixo instintivamente e a sua roupa colada no busto, o tecido encharcado sobre seus seios me desconcertou de maneira inexplicável.

Seu peito subia e descia descompassadamente naquele momento. Até que tive que soltá-la, pois aquilo já tinha durado tempo demais.

— Eu posso acompanhá-la até sua casa, desculpe por tê-la machucado — exprimi, sentindo a pele queimar de calor, embora não estivesse calor naquela noite.

— Eu estou bem, posso tolerar um arranhão, não se preocupe, desastres acontecem — Deixou de ser tão ríspida, parecia ter se conformado com o incidente, torcendo a saia ensopada do vestido justo à seu corpo naturalmente belo, exibindo parte dos joelhos com meias.

— Senhorita Vilar! — A chamei, quando já estava caminhando rumo à direção oposta.

Ela se virou vagarosamente e afastou os fios brancos sobre a pele de marfim.

Peccato-A origemOnde histórias criam vida. Descubra agora