Aos 2 anos de vida, Raianny foi abandonada por seus pais no lixo ao lado de seu irmão (que possuía 2 meses de vida). Desde então, teve uma vida extremamente sofrida com seu irmão.
Conforme crescia com seu irmão mais novo, ela conheceu novas pessoas...
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ℙ𝕆𝕍: Raianny
Depois de levar bronca da Carol, a diretora acaba dando uma advertência pra mim e pra Janu.
Depois a gente volta pro orfanato e a Carol me chama pra conversar na sala dela.
- Anny, você sabe que nada se resolve com discussão e violência! - Ela fala.
- Pra você pode não resolver, mas pra mim resolveu muita coisa. - Respondo simples.
- O que deu em você? Você bateu na menina na rua e depois arrumou mais confusão com ela na escola! Por que não me falou nada? - Carol fala tudo de uma vez parecendo preocupada.
- Porque você não me perguntou. - Dou de ombros. - E ela mereceu.
- Ninguém merece ser agredido assim, Raianny. Onde você estava com a cabeça em pensar que resolveria tudo batendo na garota?
- Desculpa, então. Mas se ela mexer comigo ou com alguém que eu gosto eu bato mesmo. - Cruzo os braços.
- Você não tem que pedir desculpas pra mim, tem que pedir pra ela. - Carol fala indignada.
- Não. - Falo séria. - Ela não merece minhas desculpas.
- Você vai pedir desculpas pra ela, sim. - Carol fala autoritária.
- Já que quer tanto, pede você. - Dou de ombros novamente. - Olha, desculpa, Carol. Eu não vou pedir desculpas pra uma pessoa que se acha melhor que todo mundo. É só ela ficar no canto dela e eu no meu, assim fica tudo de boa.
- Tá bom, Anny. Tá bom. - Se dá por vencida. - Eu não vou te obrigar a pedir desculpas à ninguém, mas se você arrumar confusão com ela novamente eu terei que tomar as devidas providências.
- Já é. Posso ir? - Falo apontando pra porta.
Ela fala que eu posso, mas antes de eu sair ela chama minha atenção novamente.
- Anny, eu só quero que você saiba que é muito feio andar brigando por aí, ainda mais uma menina bonita como você. - Fala me encarando.
- Não, Carol. Feio seria eu deixar ela falar coisas absurdas sobre mim e não me defender. Feio seria eu ver ela provocando minhas amigas e não fazer nada por elas. Me sinto bem assim e se for necessário eu brigo mesmo. - Dou minhas últimas palavras e saio.
Enfim, se passa umas horas.
Eu fico na sala. Tava sentada no sofá, o Binho deitado com a cabeça nas minhas pernas enquanto fico mexendo no cabelo dele.
Até que ouvem um barulho vindo lá de fora.
O Binho e a Bia vão ver o que era e acabam vendo os vizinhos jogando ali em frente.
- São os vizinhos. - Bia informa.
- Eles tão jogando nosso território de novo. - Binho fala bufando.
