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Rafe's side of vision.
Pov: Rafe Cameron
Nunca fui o tipo de cara que demonstrava fraqueza, sempre fui muito oculto em relação a sentimentos. Bem pra começar, eu e Jade nos conhecemos na 2° série no fundamental, eu era dois anos mais velho que ela então enquanto ela tinha 7 anos, eu tinha 9. Muitos me perguntaram, "como você repetiu no 2° ano?" E sinceramente? Eu também não faço ideia, mas as vezes acho que poderia ser pelo fato de eu sempre cabular aula, sempre faltar quando tinha a chance, não fazia as atividades e quase sempre ia para a diretoria. Isso tudo antes de conhecer a Jade, de alguma forma aquela maldita garota mexeu com minha cabeça de uma maneira que é impossível expressar com palavras.
Sempre fui considerado um garoto conturbado desde criança, bem, era oque a vadiazinha da esposa de meu pai dizia aos outros, Rose. Essa loira oxigenada sempre arranjava algum motivo para fazer com que meu pai brigasse comigo, ela conseguia fazer a cabeça dele muito facilmente, por mais que meu pai às vezes não dava a mínima para a mulher, ele sempre a escutava pensando que ela estava certa, o que não era o caso. Os dois eram bem manipuladores, e manipuláveis se bobeassem. Desde sempre foi eu e Sarah, minha irmã mais nova, ela tinha a mesma idade de Jade e sempre que se encontravam, conversavam numa boa. Depois de alguns anos wheezie nasceu, e não demorou muito para que meu pai conhecesse rose e casasse com ela. Eu e meu pai nunca tivemos uma relação muito boa entre pai e filho, vivíamos discutindo, e eu vivia tentando fazer com que ele me admirasse, assim como eu o admirava. Desde sempre, Sarah sempre foi a preferida de nosso pai, e isso me irritava. Um favoritismo descarado, meu pai não fazia questão de esconder que Sarah era a preferida, sempre fazia de tudo para agradar a filhinha, e me deixava de lado. Por outro lado, wheezie também era deixada de lado, bem mais do que eu, era quase como se nosso pai esquecesse que tinha wheezie também.
Sempre que eu e meu pai brigávamos, eu ia para a casa de Jade, ela era meu refúgio, minha 2° casa. Ela tinha um irmão da minha idade chamado Brandon, eu e ele viramos melhores amigos, e com isso conhecemos Kelce e Topper e viramos um quarteto. Não andava muito com os três, mas eles eram meus amigos, eu sempre andava mais com Jade, e com isso, as pessoas achavam que eu e ela éramos um casal, e pra falar a verdade? Eu até gostava disso, ninguém se atrevia a chegar perto de jade, minha jade. Éramos inseparáveis, jade também tinha uma melhor amiga, se chamava Adeline, era uma loirinha azeda. Pra ser sincero nunca havia gostado dela, por ela sempre querer que Jade ficasse com ela nos intervalos da escola. Elas eram melhores amigas a mais tempo, desde que nasceram praticamente, mas não me importava, eu adorava passar meu tempo com Jade.
Eu sentia que ela era a única que realmente me entendia, verdadeiramente, me escutava e me apoiava em todas as ocasiões, sejam elas onde eu estava errada ou certa, e eu amava isso nela. Amava seus olhos lindamente azuis e seus cabelos pretos ondulados. Sua personalidade forte e sua sinceridade nas palavras, seu olhar que sempre destacava no meio da multidão, suas expressões quando algo não lhe agradava. Nunca vi graça em nenhuma garota de Outer banks, mas ela era totalmente diferente das outras garotas que já vi, ela era especial para mim.
Lembro do dia em que eu e meu pai tivemos uma briga extremamente feia e ele acabou me batendo, e eu não queria mais continuar naquela casa aquele dia, então resolvi ir até a casa de Jade e assim eu fiz. Quando eu cheguei, quem atendeu a porta foi a doméstica, Verônica. Assim que ela abriu a porta e me viu com ferimentos no rosto, ela ficou assustada e a única coisa que eu fiz foi perguntar se Jade estava em casa e se eu podia entrar. Assim que subi as escadas, bati na porta de jade 3 vezes e a mesma abriu, e quando me viu se assustou ao ver os ferimentos assim como a doméstica. Ela não falou nada, absolutamente nada, não me perguntou nada se quer e apenas me deu um abraço, o abraço mais reconfortante que já recebi em toda minha vida, eu amava os abraços de Jade, eram quentinhos e confortáveis, e ela era a única pessoa que eu realmente gostava que me abraçasse, eu odiava abraços e qualquer tipo de demonstração afetiva fisicamente, mas com ela era diferente. Ela cuidou de mim e me deu apoio nesse dia, como sempre fazia. Às vezes eu me sentia muito vulnerável diante daquela situação, mas eu sabia que não tinha com que eu pudesse me preocupar, afinal Jade me entendia, era a única que sempre tentava me entender.
Mas, como nem tudo são flores, tinha que ter algo para acontecer, e foi a pior coisa que poderia ter acontecido na minha vida, estávamos bem, até chegar o desgraçado do Billy e estragar tudo. Eu reconheço que me descontrolei naquele momento, mas oque eu poderia fazer? Sentar e ficar olhando aquele pervertido descarado espionar Jade, e eu não fazer nada? Esse não era eu, obviamente eu não iria ficar quieto vendo aquilo acontecer, e quando tive a chance de confronta-lo eu fiz isso, pensando no melhor para Jade, na sua proteção e privacidade. Eu sempre falava para as pessoas da escola, para tomarem cuidado com Billy pois ele era um estranho pervertido, mas ninguém sequer acreditou em mim, nem jade acreditou. Eu estava falando a verdade, eu sabia do que eu estava vendo, não conhecia Billy direito, mas só pela suas ações e gestos era nítido de ver o quão problemático ele era, e se fazia de bonzinho. Mas uma coisa que ele não tinha ideia, foi que eu era mais problemático que ele, ele não sabia com que bomba atômica estava mexendo, e essa bomba era eu, sem dúvidas.
Sendo bem sincero, eu fiquei super mal por jade não ter acreditado em mim, ela sempre ficava do meu lado e por que agora seria diferente? Bem, mas foi. Acho que nunca havia chorado na frente de ninguém antes, não daquele jeito, eu implorei para que Jade me perdoasse pelo que eu tinha feito. Eu quase matei Billy, mas quem é que pensa na hora da raiva? Eu não consegui me controlar, eu sempre me controlava quando possível, mas aquele dia foi quase impossível. Eu quase me ajoelhei aos pés de Jade pedindo a ela, para que não se afastasse de mim, mas não foi isso que aconteceu. Ela simplesmente se afastou de mim, aos poucos. Sempre que eu tentava falar com a mesma, ela me ignorava e saia de perto indo para onde Adeline estava, e com tudo isso, acabou com que Jade começasse a andar com aquele Pogues nojentos. E eu comecei a andar mais com Kelce, Topper e Brandon. Eu perguntava para Brandon sobre Jade sempre que eu tinha a chance, mas fui desistindo ao decorrer dos anos. Comecei descontar minha raiva acumulada em coisas físicas, comecei a ficar mais problemático do que antes. Desde que Jade saiu de minha vida, eu virei um completo caos. Nesses últimos tempos, estamos nos encontrando muito, e como consequência comecei a perguntar sobre ela para Brad novamente, o mesmo estranhou, até porque eu não fazia isso desde que tínhamos 16 anos. Ele nem ninguém sabia o porque eu e Jade tínhamos nos afastado.
Mas agora nesse quarto, só eu e ela, nessa festa... poderíamos resolver as coisas do passado, se ela cooperar. Ela havia ficado fria, nem parecia a jade que eu conhecia de anos atrás. Eu tinha começado a falar, e nem percebi que estava começando a chorar, eu queria me resolver com ela, eu não fazia mais questão nesses últimos anos, mas algo em mim sempre me dizia que iríamos ter que conversar uma hora ou outra.
