Rodolffo voltou com Leonor de banho tomado e foi brincar um pouco com o Mateus.
Leonor já se sentara à mesa com um pedaço de pão que a mãe lhe deu.
- Vamos almoçar, disse Ju.
Rodolffo pegou no filho, lavou-lhe as mãos e foram para a mesa.
Juliette serviu toda a gente como era habitual e fazia o Mateus comer já que ele era sempre custoso. Leonor não. Sempre foi comilona e nada esquisita.
- Este frango está gostoso, diz Rodolffo.
- Gostoso, repetiu Leonor.
- Obrigada aos dois.
Não houve mais diálogo entre eles.
Terminado o almoço, Juliette foi colocar as crianças para dormir a sesta e Rodolffo lavou a loiça. Enquanto isso fez uma cafeteira de café.
Quando Juliette regressou, colocou café em duas canecas e segurando na mão dela levou-a para o alpendre.
- Anda. Vamos conversar. Toma o teu café.
- Eu sei que não estive bem. Deixei-me dominar pelos ciúmes. Não suporto a ideia de outro homem mexer contigo e depois só digo asneiras.
Desculpa, amor. Não era para ser assim.
Eu sei que te magoei e estou arrependido, mas já fiz. Não tenho como voltar atrás.- E precisaste destes dias todos para teres consciência de que procedeste mal?
Magoou-me, não foram os teus ciúmes, foi a falta de confiança em mim.
Não sei o que te passou pela cabeça para pensares que eu ia deixar de ir lá só porque tens ciúmes.
Eu deixei a minha vida toda em Belém para vir morar aqui longe de tudo. Isso só por si devia ser suficiente para teres confiança em mim.- Mas eu tenho confiança em ti!
- Não tens. Se tivesses não exigias o meu afastamento da associação.
Isso magoa mais que quaisquer ciúmes.- Vamos ultrapassar isso. Desculpa mais uma vez.
- É fácil fazer as coisas e depois pedir desculpas.
- Não tenho mais o que fazer. Está no teu íntimo perdoar e esquecer. Ou não, fica ao teu critério.
Juliette encostou-se para trás e fechou os olhos onde as lágrimas já se faziam presentes.
Rodolffo passou o braço pelos ombros dela e puxou-a para o seu peito.
Deu-lhe um beijo na cabeça e assim ficaram em silêncio durante largos minutos.Juliette ouviu barulho vindo do quarto das crianças, levantou-se, deu um selinho no marido e entrou.
Leonor tinha acordado e tentava calçar os sapatos, daí o barulho.
- Vais acordar o mano. Vem que a mamãe calça.
Levou-a lá para fora para junto do pai.- Dormiste pouco sua pestinha.
- Petinha, repetiu ela a rir.
Papai, àgua, nadar.- Não. Ainda é cedo. Está muito sol. Vai brincar. Vai pintar.
Rodolffo abriu o enorme caderno de desenho e entregou os lápis de cera a Leonor. Ela gostava de rabiscar o papel, mas era preciso estar atento pois gostava de meter tudo na boca.
Juliette voltou a sentar-se e Rodolffo voltou a abraçá-la segredando ao ouvido um Amo-te seguido de uma mordidinha.
Ela reagiu com um tapa na perna e um amo-te seguido de um beijo.
Leonor depressa abandonou as pinturas e quis ficar no colo do pai. Na questão ciúmes eram iguaizinhos. Era só ver os pais de chamego que ia logo intrometer-se.
Rodolffo pegou nela, sentou-a no colo e ela encostou-se no seu peito a chuchar no dedo.
Mateus entretanto também acordou e Ju foi buscá-lo. Com ele no seu colo ficaram os quatro a saborear a tarde de sol.
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Senhora do mar
FanfictionO mar enrola na areia ninguém sabe o que ele diz bate na areia e desmaia porque se sente feliz