Amar e ser amada

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Rodolffo contava ficar apenas um dia mas já tinha passado uma semana.

Ele e  Juliette fizeram vários programas durante estes dias mas não desgrudaram um do outro.

Fizeram uma visita à casa dele e finalmente ele decidiu colocá-la à venda.  Retirou todos os pertences pessoais e entregou o assunto a uma agência imobiliária.

- Pronto.  Agora quando precisar de vir cá só posso contar com as amigas.

- E tens muitas?

- Porquê?  Isso importa para ti?

- Talvez importe.

- Vou embora amanhã, Ju!

Ela ficou em silêncio olhando para ele.
Estavam sentados no sofá.   Juliette estava de cabeça baixa tentando encontrar palavras para lhe responder.

Rodolffo segurou no queixo dela e levantou a cabeça.

- Não estejas triste.  Vamos aproveitar estas últimas horas.

- Gostei muito da tua companhia esta semana.

- Vem comigo.
Finalmente ele conseguiu dizer.

- A minha cabeça está muito confusa neste momento.   Não tenho emprego, nem sei o que quero.
Prefiro colocar as ideias no lugar antes de tomar qualquer atitude.
Vou sentir tanto a falta destes momentos.

Rodolffo puxou-a para um abraço e ela encostou a cabeça no peito dele sentindo o coração dele bater descompassadamente.

Ele recostou-se no braço do sofá sem a largar ficando ela sobre ele.  Ajustou as pernas e assim ficaram deitados.

Aquele momento silencioso era necessário.
Ele fazia carinhos na cabeça dela e ela no peito dele pois havia já desabotoado quase todos os botões são camisa.

Juliette subiu mais um pouco sobre ele até ficar olhos nos olhos.  Rodolffo tinha uma das mãos nas costas dela e com a outra afagou-lhe o rosto.

Tal como da primeira vez, Juliette tomou a iniciativa e colou os lábios nos dele.

- Vou ter saudades, disse ela.

- Eu já tenho, respondeu ele, iniciando agora um outro beijo carregado de desejo.

Juliette levantou-se e segurando na mão dele conduziu-o até ao seu quarto.

- Tens a certeza,  Ju?

- Tenho.  Hoje quero amar e ser amada.

E foi.  Fizeram amor como se não houvesse amanhã.

Depois de banho tomado saíram para jantar e passear.  Era a última noite juntos e iriam aproveitar o momento.

- Vamos conversar todos os dias?

- Sim.  Mas eu ainda preferia que fosses comigo.

- Quem sabe, eu apareço lá.

- Ju, eu não quero ser invasivo,  mas como não trabalhas, tens como te sustentar?

- Não te preocupes.   Eu tenho boas economias.  Nunca fui esbanjadora e em último caso recorro à herança dos meus pais que eu nunca mexi.

- Promete que me dizes se precisares de alguma coisa?

- Prometo.

Depois de um passeio pela pracinha junto ao restaurante, entraram num bar, pediram uma bebida e ficaram mais uma hora.

Regressaram a casa por volta da uma hora da manhã.

Desta vez Rodolffo veio para a cama de Juliette.

Fizeram amor e depois do banho adormeceram de conchinha.

Logo pela manhã, Juliette fez o café e foi acordá-lo.

- Anda dorminhoco.  O café está pronto.

- Rodolffo puxou-a para si.

- Não quero café.  Quero chameguinho.

Trocaram alguns beijos antes de finalmente irem comer.

Nenhum deles mostrava a tristeza que sentia, muito por conta de não querer ver o outro mal.

- Quando chegares liga, tá?

- Começo a questionar se ir para a praia morar foi o certo.

- Não gostas de lá?  Estavas feliz.

- Gosto e lá sou feliz, mas agora tu estás aqui!

- Mas ninguém garante que se estivesses aqui nós estaríamos juntos.

- É.   Tens razão.   Ninguém garante.
Ele respondeu, porém ficou triste pelas palavras dela.

Sinto que eu quero mais que ela, pensou para si.

Terminaram o café, despediram-se com mais um beijo profundo e Rodolffo partiu.

Juliette acenou uma última vez, fechou a porta e jogou-se no sofá.

Fechou os olhos e reviu a última semana com ele.

No dia seguinte recebeu uma notificação do tribunal.   Ricardo tinha realmente dado o nome dela como testemunha.

Consultou um advogado amigo para que a instruísse uma vez que ela se considerava mais testemunha de acusação do que defesa.

Senhora do marOnde histórias criam vida. Descubra agora