Agora não tinha mais volta, eu tinha que terminar.
Estávamos em uma casa de apostas, eu era filha do dono e como de costume herdei a conquista do meu pai.
Sempre apostava com os jogadores premiums, esse era o dever do dono.
Mas Paulie não era premium, ele era um caso raro.
Um caso no qual eu tinha interesse.
Esse homem era um louco apostador, sempre vinham aqui decidindo apostar mais e mais dinheiro.
Sempre apostávamos, ele perdia, ele saia daqui puto e eu rindo.
Era rotina isso já.
Mas hoje era uma ocasião diferente.
Depois de tantos anos, eu finalmente decidi confessar a droga do meu amor para ele.
— Não fale, não, não tente. — Era o final da aposta, estávamos em uma sala reservada, sempre fazíamos isso. — Foi um segredo durante muito tempo. — Eu continuava a falar, Paulie me olhava curioso com seu charuto na boca. — Não corra, não, não se esconda. — Ah, como isso era difícil. — Tenho fugido disso por muito tempo.
— Do que está falando?! — Ele tentava se aproximar mas eu recuava, estávamos de frente um paro o outro em pé.
— Tantas manhãs eu acordei confusa, nos meus sonhos eu faço o que quero com você. — Suspirei pesada. — Minha emoções estão expostas, elas me fazem perder o controle. — Passei minha mão sobre o cabelo, isso estava me deixando irritada.
— Não estou entendendo ainda, [ nome ]. Cê tá bem?!
— Agora eu não tenho vergonha mais, grito por você a plenos pulmões. Não tenho mais medo de enfrentar isso, eu preciso de você mais do que eu te quero. — E minhas palavras saíram em um riacho só. Eu finalmente tinha tomado coragem. — Pode tatuar isso no meu pescoço e eu não vou apagar. — Falei isso em forma de comprovar o que eu estava dizendo.
O homem me olhava curioso, mas estranhamente, ele sorriu.
Um sorriso que fez as borboletas no meu estômago se remexerem, e remexerem muito.
Ele se aproximou, aproximou muito.
Me olhou nos olhos enquanto tinha suas mãos no bolso na bermuda.
Então aqui estamos nós, é real.
— Agora que você me tem, ainda me quer?! — Ele perguntou em um tom provocativo.
— Meus beijos são histórias, eles voltam no tempo. — Falei me referindo ao nosso primeiro beijo. Eu e ele tivemos um pequeno caso no passado, mas foi bem passado mesmo, foi um beijo em um momento de fraqueza. Estávamos bebendo e acabou saindo, prometemos não voltar nesse assunto mais. — E eu estou cansada de amar alguém que não é meu.
Paulie não disse nada, ele apenas soltou a fumaça do charuto em meu rosto devagar.
Foi só então que eu percebi a pequena distância entre nós dois.
Eram centímetros.
Eu sentia a respiração dele e ele a minha.
Os olhos deles não se encontravam mais juntos com o meu.
Agora ele observava minha boca.
Eu estava nervosa e irritada por ele não tomar nenhuma iniciativa.
Eu quero fazer isso agora.
Eu preciso fazer isso agora.
Há apenas centímetros entre nós, e eu quero que você ceda.
Há tensão entre nós.
E eu só quero isso.
Não me importo de não ser perdoada.
Preciso de você mais do que eu quero.
Quando pensei que não, Paulie me beijou, ele havia jogado seu charuto em algum canto da pequena sala.
Suas mãos se encontravam buscando minha cintura enquanto tentavam me trazer e mais e mais para perto dele.
Ele me colocou sobre a mesa enquanto com velocidade buscava minha língua.
Minhas pernas se enroscaram sobre o quadril do homem e eu pude sentir nossos corpos colados um no outro.
Foi ali naquele momento que eu percebi que tinha feito a coisa certa.
