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de algunsanosluz

de algunsanosluz

Matheus, São Paulo, Palco do cena.

A introdução da música se estende enquanto eu toco a primeira nota na guitarra. Inovar nos sets sempre foi a minha coisa preferida, a liberdade de poder escolher como tocar aquilo que componho não tem preço.

— Esse som eu compus do lado da minha maior musa inspiradora — A plateia vibra, e eu continuo perseguindo meu olhar por todos os cantos.

— Mesmo que eu não a encontre agora, sei que nosso destino está entrelaçado.

Vejo o cabelo loiro de Sol voar enquanto ela passava embaixo do palco, ela olha em meus olhos parada na minha direção.

— Estamos anos luz daquele lugar

Nem sei como eu vim parar aqui

Os arrepios passam por mim conforme encaro a mesma durante a canção, não conseguíamos desgrudar os olhares, aquilo era tão importante, era a única sensação do mundo que eu não queria que acabasse.

São Paulo, Casa dos Brasileiro's em 2016.

—Tu é muito chata, tem sorte que é gata viu. — digo enquanto estávamos discutindo sobre a política no Brasil

— A culpa não é minha que você não entende a minha língua! — Sol responde me mostrando uma careta.

— Algum dia eu ainda vou te ensinar sobre aquilo que eu manjo, tá ligada? Quando o Beat Dropa!

São Paulo, Palco do cena.

— Muito obrigado Cena! Essa porra é nossa, quero agradecer a todo mundo que cola na minha desde o começo, Anos luz é muito especial pra mim, não só pelo sucesso mas pelo processo, um dia tudo isso vai fazer sentido — Pisco para a loira que seca as lágrimas do rosto e sai andando com um sorriso no rosto.

Me distancio do palco indo até o camarim, ao abrir a porta me deparo com Sol, mas não do jeito que eu esperava, ela estava sentada no colo de alguém, e se eu conhecia bem meu amigo eu sabia quem era.

— Eae Tuê, o show foi foda em mano. — Teto me diz, acariciando as costas de Sol.

— Valeu mano, tu não ia subir agora? — Ele quase se engasga com a fumaça do baseado.

— Nossa bem lembrado, você vem comigo até a beira do palco gatinha? — Ela assente com a cabeça e se levanta do colo dele, dando as mãos para o mesmo.

— A gente se vê depois, falou mano. — Sinto o cheiro do perfume doce passar por mim enquanto se mistura com o cheiro da erva do Teto, os dois saem correndo e rindo de mãos dadas e ela mal olha para minha cara.

— Que porra foi essa? — Wiu me pergunta enquanto eu respiro fundo — Papo de musa e os carai, de quem tu tá falando?

— A PORRA DA SOL — Respondo com um tom de voz firme. — Caralho, ele gosta mesmo dela? Essa porra parece um pesadelo, ela é a Minha Sol, a musa das minhas músicas, a loirinha que eu tanto falo. — Me jogo no sofá queimando um baseado.

euteto