1: Família feliz

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Liz’s pov:
  Estou deitada esperando John chegar. Hoje de manhã ele estava estranho e agora ele já deveria ter voltado, mas talvez ele só esteja tendo um dia ruim… Nós nos conhecemos há 6 anos e estamos casados há 4, durante esse tempo, nunca o vi agir dessa maneira comigo, como se fosse dispensável, não sei explicar. Ouço a porta da frente de casa se abrindo e Luke, nosso cachorro latindo, um suspiro de alívio toma conta de mim, viro para o lado e enfim tento dormir.
  Minutos depois, John está tentando me acordar, olho para ele assustada, pois ele nunca fez isso.
  -John, o que houve? Tá tudo bem?- Pergunto enquanto sento na cama.
  -Liz, eu te traí.- Ele olha pra mim e eu não consigo associar as suas palavras.
  -O que você está falando John? Por favor, me deixe dormir, já concordamos em parar com as brincadeiras ontem de manhã.- Rio da cara dele e dou um selinho em sua boca.
  Quando vou me deitar, ele segura o meu braço com força e me olha… Diferente, como se não fosse ele.
  -Não estou de brincadeira Liz.- Ele fala com uma expressão séria.
  Me levanto da cama e vejo que da cintura para baixo suas roupas estão cobertas de sangue. Ele está me assustando de verdade  agora.
  -Johnny, que merda é essa?- Pergunto olhando incrédula para ele e me afastando da cama.
  -Aquela droga de cachorro não parava de latir, então eu dei um jeito.- Ele começa a gargalhar e as lágrimas começam a vir. Que merda é essa? Começo a pegar minhas coisas e colocar dentro de uma mala.-Pra onde você pensa que vai, Liz?- John me pergunta.
  -Dar um tempo, tá legal? Você chega em casa bêbado, fala que me traiu, mata nosso cachorro. Com que tipo de pessoa eu estou lidando aqui?- Falo enquanto vou pegando minhas roupas.
  -Você está lidando com um demônio.
  -Há há, tô percebendo. Engraçado você né.- Falo com nojo.
  -Liz. Você não vai a lugar nenhum!- O homem que eu pensei que conhecia tão bem grita comigo.
  -E o que você vai fazer, hein?- Falo levantando o tom de voz.
  -Você vai ficar aqui comigo.- Ele fala calmamente.
  -Por que eu faria isso?- Não sei o que ainda estou fazendo aqui, mas fico mesmo assim porque…
  -Porque você me ama.- John diz de maneira simples.
  -Isso não importa mais. Eu vou embora.- Falo indo para a porta, que se fecha com força com o… vento?
  -VOCÊ NÃO VAI PRA LUGAR NENHUM CACETE!- Ele me diz, e quando olho para ele, seus olhos estão pretos. Me assusto e ele suaviza a voz, me pede para sentar ao seu lado na cama. Faço o que ele manda, então ele diz:- Você vai ficar bem aqui comigo e fazer tudo o que eu te mandar, porque você me ama.- Ele diz me beijando, sinto repulsa quando ele encosta seus lábios no meu, mas assinto com a cabeça e pergunto em meio a lágrimas:
  -John, por que está fazendo isso?
  -Eu não sou o John Liz, mas pode me chamar assim, e vou responder sua pergunta. Eu faço isso por diversão.- Ele responde com um sorriso meigo.
  -John… Você vai me matar?- É tudo que consigo dizer.
  -Talvez minha querida, você é tão bela… Agora volte ao seu sono. Amanhã você fará muitas coisas por mim.- Ele fala e fico sem graça em me deitar, e se ele me matar enquanto durmo? Estou me fazendo todas essas perguntas enquanto deito com insegurança até que ele fala:- E meu beijo de boa noite?
  Não sei como juntar coragem para fazer isso, mas faço. Prometo a mim mesma não cair no sono, mas acho que em algum momento quando a manhã vem chegando eu adormeço.
  De manhã, John ou seja lá quem for, me acorda. Vou em direção a cozinha, na intenção de ficar o mais longe possível dessa coisa. Ainda tenho esperanças de que tudo o que aconteceu ontem seja um sonho, mas quando desço as escadas em direção a sala, vejo Luke morto no carpete. Tampo minha boca com a mão e me sento ao lado do meu companheiro que estava comigo desde quando tinha 10 anos. O homem com quem dormi ontem aparece e me leva até a cozinha para que eu o sirva. Além de assassino é machista.
  Enquanto estou preparando as coisas, a campainha toca e então me lembro.
  -Merda.- digo baixinho, mas John escuta e vem para perto de mim e diz entredentes:
  -Atende a campainha.
  Vou imediatamente, espero que eu esteja enganada sobre a data de hoje com todo meu coração, mas quando abro a porta, percebo que não foi um engano. Meus pais estão me aguardando.
  -Minha filha… Há quanto tempo querida! Acho que esse convite para o almoço veio na hora certa!- Minha mãe diz empolgada.
  -Mãe, eh… sobre isso eu…- sou impedida de falar por um abraço do meu pai.
  -Há quanto tempo pequena, como está John?- Ele pergunta olhando em volta
  -Me escutem, hoje não é um dia bom. Eu… não estou me sentindo bem.- Digo tentando inventar uma desculpa, sempre fui boa nisso, mas estou nervosa demais.
  -Querida, eu preparo um chá pra você.- Diz a mulher encantadora que chamo de mãe.
  -Olha, eu…- Ia tentar dispensá-los de alguma forma, mas John me interrompe.
  -Olha quem está aqui! Entrem por favor! Liz, amor, saia da passagem para que seus pais entrem. Não seja rude.- Fico em desespero e balanço a cabeça negativamente esperando que meus pais percebam, mas não obtenho sucesso.
  Quando eles entram, não sei como, mas eu não fecho e nem tranco a porta, mas isso acontece mesmo assim, acho que John tem… poderes? Ou será que ele realmente é o que me contou?
  Assim que meus pais vêem o carpete, ficam espantados com a cena e perguntam o que houve para John, que responde da mesma forma de ontem. Eles ficam abismados com o que o homem fala. Esse com certeza é o pior almoço em família de todos.
  John me faz de marionete enquanto meus pais estão amarrados há horas em suas cadeiras. Eles estão quietos assim como eu, todos falando o que aquela coisa quer ouvir. Ele está gostando de cada momento, de nos torturar, enquanto eu desabo por dentro a cada minuto que se passa.

THE WINCHESTERS AND MEOnde histórias criam vida. Descubra agora