15: Caos e caçada

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  Estou deitada no quarto que Sam e eu costumávamos compartilhar, olhei para o lado e não o vi, o que me deixou mal, já faz mais de um mês que não o vejo.
  Resolvi descer as escadas e preparar algo para comer. Olho a sala e a cozinha e estou sozinha, assim como passei aquele tempo todo esperando pelos irmãos. Acho melhor não criar expectativas sobre uma volta próxima, pensei. Segundos depois o meu telefone que estava no quarto tocou. Imediatamente subi as escadas correndo, esperando que fosse Sammy.
  Peguei o celular e suspirei de alívio ao notar que eu estava certa.
  - Liz, como você está? Melhor? - Ele perguntou preocupado.
  - Acharam o Kevin? E a placa? Como que as coisas estão? - Ignorei suas perguntas, fazendo as minhas apressadamente, já que não temos muito tempo para conversar.
  - Não, não e as coisas estão… confusas. Agora sua vez, você melhorou? Está tudo bem por aí? - Ele insistiu nas perguntas anteriores.
  - Estou melhor. Está tudo bem por aqui, não precisa se preocupar comigo. - Falei um pouco cansada de sua preocupação em excesso, ele que está correndo riscos de vida e ainda quer saber como estou?
  - Dean vai passar o dia fora para resolver assuntos pessoais. Gostaria de companhia? - Ele diz e é como se algum tipo de mágica acontecesse sobre mim, meu rosto se iluminou e abri um sorriso de orelha a orelha.
  - É claro! Nem acredito que irei ver você! Mas… Está tudo bem com Dean? - Perguntei já que não é comum alguém que compartilha a vida e dias inteiros com o irmão tenha “problemas pessoais”.
  - Nós podemos conversar sobre isso quando eu estiver em casa? - Ele disse suspirando.
  - Claro que sim, Sammy, te espero. - Falei começando a ficar preocupada.

  Em questão de algumas horas, ouvi a campainha tocar. Estava preparando um frango no forno e dou um pulo de felicidade ao ouvir o toque. Fui rapidamente em direção a porta e a abri.
  Na minha frente, Sam Winchester está com uma de suas típicas blusas de flanela e um buquê de flores em suas mãos. Eu me encostei na porta e contemplei a vista, em seguida praticamente pulei em cima do moreno o abraçando com força.
  - Você é real? Está mesmo aqui, né? - Falei enquanto tocava em seu rosto para ter certeza de que sua presença não era um delírio meu.
  - Calma, eu tô aqui mesmo. - Ele disse sorrindo. Senti alívio e agitação ao ver que ele estava diante dos meus olhos.
  Abri o caminho para que ele entrasse, ele me entregou o buquê e então eu comecei com o interrogatório.
  - Está tudo bem? Como tudo está indo, por favor, não me esconda nada. - Disse séria, aguardando sua resposta.
  - Estamos tentando cuidar de tudo ao mesmo tempo. - Ele disse cansado.
  - Eu imagino… Sobre isso, hoje, você vai ficar por mais dias? Podemos sair! - Disse tentando me deixar esperançosa com a ideia de ter Sam comigo por mais tempo.
  - Eu… não sei. Dean não foi dos mais específicos ao dizer o que iria fazer. - Ele falou, reflexivo com sua própria fala.
  - Sammy, relaxa, vai dar tudo certo. Vocês dois estão bem, né? - Tentei confortá-lo.
  - Desde que ele voltou, tudo tem sido… diferente. - Ele falou decepcionado e se sentou na cadeira da mesa de jantar que fica na sala.
  Eu puxei outra cadeira e fiz o mesmo, estava preocupada com ele é deixava evidente em meu olhar, embora tentei disfarçar, segurei sua mão e a acariciei.
  - Sammy… eu sei que as coisas estão diferentes agora, olha pra gente, fazem semanas que não nos vemos, e eu entendo que você precisa estar lá, precisa salvar esse mundo, você e Dean, como sempre fizeram. Mas, assim como você mudou durante esse tempo comigo, ele também mudou nesse tempo no purgatório, isso é normal, lógico tirando a parte do purgatório, mas as pessoas mudam. - Disse e ele me olhou com aquela cara de cachorro abandonado.
  - Liz, ele não fala comigo sobre o que aconteceu, ele… - Sua chateação é evidente.
  - Ele ainda não está pronto, muitas coisas aconteceram. Também acho que você não se abriu com ele sobre o nosso ano. - Tentei justificar e animá-lo de alguma forma com sinceridade.
  Ele se levantou, me assustando, saiu da mesa e foi correndo em direção a cozinha, olhei para ver o que se passava e vi fumaça.
  - Droga! - Falei correndo atrás do meu frango que estava no forno.
  Ele me afastou com delicadeza e tentou abrir o forno, ele estava sem luvas, então eu as peguei antes que ele se queimasse.
  Ele tirou o que seria nosso almoço do forno, e ele estava preto como carvão, nos encaramos e começamos a rir da situação. Eu estava feliz por passar um momento como este com Sam, até lembrar que eles talvez não aconteçam mais, eu coloco as minhas mãos em meu rosto e me permito chorar, e simples assim, mudei de humor.
  - Ei… Podemos comer fora, não precisa ficar assim, eu tô aqui com você, tá? - Ele falou confuso e me abraçando, eu fiquei em seus confortáveis braços o agarrando.
  - Sam… Por que você tem que ir? - Falei aos prantos, tentando ficar cada vez mais perto dele.
  - Li… Você sabe o motivo. - Ele levantou meu rosto com suas mãos para que pudesse me olhar nos olhos.
  - Me leve junto com você Sammy. - Implorei para ele.
  - É perigoso demais Liz, eu não posso deixar você correr esse risco. - Disse com lágrimas se formando em seus olhos.
  - A decisão de me arriscar ou não é minha. Por favor, não me deixe aqui de novo. - Falei séria e limpando as lágrimas, ele colocou as mãos na cabeça e parecia estar em um impasse. - Tudo bem, vamos comer. - Tentei desfazer minhas palavras com a possibilidade de sairmos.
  Por que diabos eu disse aquilo? Eu só deixarei ele em um estado pior, o que me deixa louca, não posso fazer isso com Sammy.

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⏰ Última atualização: Oct 29 ⏰

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