9: Sombra

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Liz’s pov:
  -Liz, você ainda pensa em caçar aquele demônio?- Dean me perguntou e fiquei sem respostas, realmente não sei como matar ele vai mudar na minha vida agora.
  -Eu acho que esse pensamento não passa por aqui faz um tempo.- Disse apontando para a minha cabeça.
  Acho que andei muito ocupada sendo sequestrada para poder pensar nessa merda. Dean e eu… estamos indo. É diferente, completamente complicado e surpreendentemente maravilhoso. Enquanto Sam e eu ainda nos evitamos pelo tamanho da estranheza que foi aquele momento, nós conversamos poucas vezes desde o acontecido.
  Acho um caso que definitivamente é um dos nossos. Duas mortes estranhas em menos e dois meses, aviso aos garotos e vamos até o lugar onde eu encontrei, acredito que sou uma ótima caçadora pois realmente tinha algo lá.
  Os meninos se… fantasiaram o que foi fantástico, enquanto eu fiquei no hotel esperando a ligação dos irmãos, eles me disseram que o coração da mulher tinha sumido e que encontraram um símbolo diferente.
  Pesquisei durante muito tempo, praticamente a tarde inteira mas não tive muita sorte com isso, vou retirar um pouco do que disse sobre ser uma ótima caçadora.
  Vou até o bar onde a vítima trabalhou e onde provavelmente os meninos estão, já que não consegui me comunicar com eles. Estou usando uma calça jeans e uma regata básica mas um pouco decotada, esqueci de pegar meu casaco e me arrependo de ter feito isso por 2 coisas:
1-Olhares indesejados;
2-Frio. Muito frio.
  Assim que entrei no estabelecimento vejo os meninos, aceno e vou me juntar a eles, enquanto vou de encontro a eles sou parada por um homem, ele é alto e aparentemente um pouco mais velho, eu só quero ir pra frente, mas ele me impede.
  -O que uma gracinha dessas como você faz aqui e não na minha casa? Será que você…- Eu reviro os olhos enquanto ele diz essas palavras escrotas e interrompi ele antes de terminar sua frase.
  -Não.- Falei saindo de perto do homem, que pegou meu braço com força para me impedir de sair de perto dele. Os irmãos percebem que a situação não está indo bem e se aproximam.
  -O que está acontecendo aqui?- Dean perguntou olhando para o homem com um olhar de quem não tem paciência para esperar por respostas.
  -Liz, você está bem?- Sam me pergunta do jeito meigo de sempre, o que faz contraste com seu irmão.
  Solto o meu braço da mão do cara que fica me olhando bravo, não vou mentir, aquele olhar me deu medo. Ele chega mais perto de mim, segurando meus ombros e eu faço o ideal a se fazer nessas situações, chute no saco. Ele começa a se lamentar de dor enquanto os Winchesters olham para mim surpresos, dou de ombros e depois o loiro o leva para fora do bar. Deixando o moreno junto comigo.
  -Ei, você tá legal?- Ele repete a pergunta que me fez um tempo atrás com um pouco de urgência.
  -Sim.- Digo indo me sentar à mesa.
  -Liz, eu preciso falar com você. -Ele me fala com um olhar de cachorro abandonado que me sensibiliza a ouvir o que ele tem pra dizer.
  -Pode falar.
  -Sobre aquilo que aconteceu… me desculpa.
  -Você não tem motivos pra se desculpar Sammy, é que eu pensei que você gostava, sabe? De mim…
  -Mas eu realmente gosto de você, Liz.- Ele disse tentando consertar suas palavras ditas dias atrás.
  -Eu conversei com você, Sam, sobre estar confusa. Eu iria realmente entregar meu coração, cacete, eu estava fazendo isso mesmo depois do que eu tinha te dito.- Falo com agonia de minhas próprias palavras, sinto um nó em meu peito e em minha garganta. -Você não pode me amar enquanto ainda a ama… E tá tudo bem.
  -Perdi alguma coisa?- Dean chega e se senta próximo a mim, ele percebe que estou com frio e me dá sua jaqueta, o irmão mais novo continua me encarando, acho que processando o que eu contei, ele me sabe um sorriso fraco enquanto eu faço o mesmo.
  -Vamos beber!- Falei um pouco desesperada depois do que aconteceu.
  -Está com pressa hoje?- O loiro me perguntou.
  -No tempo em que eu passei sequestrada não tinha nenhuma cerveja, estava sentindo falta.- Sorri ao dizer.
  -O que aconteceu com o cara?- Sammy perguntou a Dean.
  -Mostrei pra ele que mexeu com a garota errada.- Ele disse olhando para mim enquanto minhas bochechas coraram um pouco.
  -O que achou sobre o símbolo, Li?- O moreno perguntou mudando de assunto.
  -Nada. E eu procurei a tarde toda, e vocês?
  -Não tem nada pra descobrir, Meredith trabalhava aqui, servia mesas, todos gostavam dela, todos disseram que era normal, nunca disse ou fez nada estranho até morrer.- O mais velho responde.-Não teve uma vítima antes da Meredith? -Dean perguntou.
  -Teve, o nome era Ben Swatson - Sam disse, mostrando um recorte de jornal a Dean.
-Foi mutilado no mês passado dentro da própria casa. -Comentei pensativa. -Do mesmo jeito que Meredith, portas trancadas e alarme ligado.
  -Alguma ligação entre os dois?- o loiro perguntou, olhando a reportagem.
  -Nenhuma, estilos de vida diferentes, nenhum amigo em comum, nada.- Sam disse bufando e ficando em silêncio.
  Dean e eu nos olhamos enquanto o moreno olhava fixamente para um ponto no bar, sem dizer nada, ele se levantou e saiu em direção a uma garota. Eles parecem conversar durante um tempo, então resolvemos ir atrás dele e ver o que está acontecendo.
  -Sam, quem é?- Perguntei sendo um pouco indelicada sem perceber, porém curiosa.
  -Pessoal, essa é a Meg, nós nos conhecemos quando a gente se separou por um tempo.- Ele disse sem graça.
  -Ah.- Dean e eu respondemos em um uníssono. A mulher não parece gostar muito da nossa presença.
  -Você deve ser o Dean.- Ela disse apontando para o loiro com… raiva? Ele assente com a cabeça e ela continua.- Você deveria parar de tentar mandar em seu irmão e perceber que você na verdade é um fardo. Pare de tratar ele como sua bagagem- Olho surpresa para a garota que se vira para mim, acho que não estou pronta para a minha rodada de patadas. -E você! Deve ser a Liz, não é? Deveria prestar mais atenção e sair da vida desses irmãos, você só atrapalha, ninguém liga pra sua historinha triste. Decide qual dos dois irmãos você quer e para de brincar com eles.
  Uau. É isso que Sam disse da gente pra ela? Dean entra na minha frente, como se fosse um escudo para suas palavras, mas não adianta mais nada, já escutei tudo e ele também. O moreno parece envergonhado enquanto o loiro e eu ficamos abismados. Saímos do bar seguidos pelo irmão mais novo.
  -O que sua namorada disse lá dentro sobre a gente, você pensa assim?- Dean exigiu respostas.
  -Dean, deixa isso pra lá…- Tento dizer um pouco chateada encostando minha mão em seu braço.
  -Tem algo de errado gente, não faz sentido.- Sam falou.
  -É realmente não faz sentido você falar que somos um peso na sua vida.- O loiro falou e consegui sentir a dor dele em suas palavras.
  -Dean… por favor…- Digo tentando acolhê-lo pois não aguento o ver desse jeito, percebi que Sam ficou um pouco incomodado com minha ação, mas não me importei.
  -Não é isso, não faz sentido ela estar aqui.- O moreno fala e comecei a entender o que ele diz.
  -Pode só ter sido uma coincidência, Sammy.- Falei tomando frente, “protegendo” Dean, assim como ele fez comigo alguns minutos atrás.
  -Não existem coincidências para nós, Liz.- Ele me disse seco.
  -O que quer fazer? Pesquisar sobre ela?- Perguntei um pouco confusa e indignada com seu comportamento.
  -É. Vocês podem fazer isso? Eu vou atrás dela.- Ele disse me olhando.
  -Que tipo de coisa estranha você acha que ela é?- Perguntei com curiosidade.
  -Do nosso tipo.- Ele me responde um pouco pensativo.
  -É Sammy, parece mesmo que você gosta das malucas.- Dean resolveu falar. -Vai lá. Vamos ficar bem.
  -Ei, espera. Por que simplesmente acha isso? Ou é só uma desculpa para encontrar com ela?- Insisto ainda no assunto, porém agora mais descontraída já que percebi que Dean está mais tranquilo.
  -Eu encontrei a Meg a semanas, literalmente no meio do nada, agora eu esbarro com ela em um bar em Chicago, no mesmo bar onde tinha uma garçonete morta por algo sobrenatural. Não acham estranho?- Ele me diz se justificando e realmente é estranho.
  -Agora que você disse, é realmente estranho.- Digo seguindo sua linha de raciocínio.
  -Pega o carro, nós vamos andando até o hotel.- O loiro falou dando tapinhas no ombro do irmão. Acenei com a mão e partimos para o hotel.
 
  Estamos andando em silêncio por uns minutos e resolvi quebrá-lo:
  -Dean, não sei se o que aquela mulher disse para gente é a verdade. Mas você não deveria ficar chateado, você deveria conversar com o Sam depois.- Digo porque é a coisa certa, pelo menos eu acho que é.
  -Você também não deveria ficar.- Ele falou e me fingi de desentendida. -Eu vi como você ficou lá dentro. E pra mim, nada disso é verdade.- O loiro abre um sorriso me consolando. Vejo um mercado e chamo sua atenção balançando a cabeça em direção ao local.
  -Que tal tomarmos aquela cerveja que não conseguimos beber lá no bar?- Sinto como se estivesse em um desenho e como se aquela fosse a ideia mais genial de todos os tempos.

THE WINCHESTERS AND MEOnde histórias criam vida. Descubra agora