4: Pele

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-Dean, isso é importante.- Sam fala sussurrando para não acordar Liz, que está no banco de trás em um sono profundo.
  -Sammy, talvez o cara tenha mesmo cometido o assassinato.- Dean discute no mesmo tom.
  -Não. Ele jamais faria algo assim.- O moreno defende seu amigo, que é acusado de homicídio e quer saber se existe ou não uma caçada.
  -Pessoas mudam.- O loiro fala revirando os olhos enquanto Sam dirige para St. Louis, Missouri.
  -Vamos só por favor, conferir?- O mais alto diz irritado.
  -Tá.- O outro responde.

  Liz acorda quando estão chegando na cidade, ela faz a reserva no hotel enquanto os meninos vão falar com a irmã do acusado e amigo de Sam.
  -E aí, quais são as novidades?- Liz pergunta.
  -Parece que o amiguinho do Sam tem um gêmeo do mal.- Dean fala.
  -Ok, falem isso minha língua, por favor.- A morena perguntou sem entender.
  -Zach estava em dois lugares ao mesmo tempo.- O mais novo explica.
  -Vocês já sabem o que é?- Ela pergunta curiosa.
  -Um metamorfo. Pode assumir a forma de qualquer um.- O mais velho diz a mulher.
  -Deixa eu adivinhar, querem que eu fique fora dessa?- Ela pergunta já sabendo o que os rapazes irão falar.
  -Sim.- Os dois respondem em uníssono.
  -Chatos. Irão me ligar para contar tudo? Precisam de um policial de verdade na coisa toda?- Ela diz apontando para si mesma.
  -A gente entra em contato Li!- Sam diz saindo do quarto com Dean, deixando a garota só, que revira os olhos quando os dois saem.
  Ela resolve ler um pouco sobre esses metamorfos na internet. A única coisa que pode matar um metamorfo é prata, bala ou lâmina no coração.

Liz’s pov:
  Estou em minhas pesquisas e a televisão está ligada em um noticiário qualquer. Minha atenção é tomada quando escuto o nome de Dean Winchester, que está sendo procurado.
Merda.
  Tento ligar para Sammy ou Dean, mas não obtenho respostas. Eu deveria ter ido nessa. Será que aquela criatura fez algo com eles? Estou preocupada, mas espero. Recebo uma ligação do loiro, o que me deixa aliviada.
  -Liz, preciso de ajuda. Acho que encontrei o covil do monstro.
  -Tá, me passa o endereço que eu estou indo aí.- Respondo.
  Ele me passa o local, quando chego lá, encontro Dean e Becky, ela está amarrada.
  -Cadê o Sam?- Pergunto para o mais velho.- Ele me disse que iria falar com ela.- Digo apontando para a moça.
  -Aquilo vai pegar ele?- A mulher pergunta.
  -Não se matarmos aquela coisa primeiro.- Eu falo e logo percebo que o loiro não está armado.- Você não tem nada aí? Toma.- Eu entrego a minha carregada com balas de prata, ele agradece e vamos em direção a saída.
  Quando estamos perto de sair do lugar, uma coisa estranha acontece. Eu, só que definitivamente não sou eu, aparece correndo e desesperada.
  -Dean, ela é um metamorfo.- A garota que se parece comigo diz.
  -Qual é, monstros gostam de brincar agora?- Pergunto olhando para minha cópia, mas quando me viro em direção aos dois, a mulher está atrás de Dean e ele aponta para mim e para o monstro.
  -Dean, sou eu.- Nós duas falamos em um uníssono. Que droga.
  -Dean, você tem que acabar com isso logo, o outro metamorfo está com o seu irmão.- Aquela coisa diz.
  O loiro atira no coração da minha cópia versão monstro e fico indignada.
  -Você sabia que poderia ter me matado?- Pergunto olhando para o metamorfo.
  -Você não saberia que existem 2 metamorfos soltos por aí.- Ele disse por fim dando de ombros.
  -Justo. Vamos acabar com o outro.- Digo e corremos para a casa de Becky.
  Ao chegarmos na casa da irmã do amigo de Sam, avistamos o moreno ferido e outro o metamorfo assumiu a forma de Dean. O loiro acaba com o monstro, que ainda estava em sua forma. Fazendo com que a polícia encerre o caso. Voltaremos ao hotel para dormir e partir no outro dia, o mais velho me acompanhou até o carro.
  -Sabe, eu achei legal ter um gêmeo.- Ele diz e eu simplesmente não controlo a risada.- Isso só comprova o quão bonito eu sou.- Ele diz convencido.
  -É sério isso Dean? Então quer dizer que você precisa de um monstro pra falar se você é bonito ou não?- Digo rindo.
  -O espelho me dá essa resposta todos os dias.- Nós não conseguimos não cair na gargalhada depois dessa, mas de repente, ele para e fica me observando.
  -O que houve? Tem alguma coisa?- Digo apontando para meu rosto.
  -Não, nada disso. É que… você não se lembra de nada do que aconteceu naquele dia que você bebeu todas?- Ele pergunta.
  -Onde você quer chegar com isso? Foi tão ruim assim?- Perguntei tentando me lembrar das coisas que aconteceram.- Olha, eu não me lembro nem de ter cantado ou dançado no karaokê e nem como cheguei no quarto, se é isso que quer saber.- Digo sorrindo e ele parece um pouco desapontado com isso.- Mas sabe, se aconteceu algo, você pode me contar, tá bom?- Falo olhando pra ele.
  -Olha, é que você…- Dean começa a falar, mas Sam vem em nossa direção e começa a falar:
  -Gente, foi a maior doideira. Aquilo engana mesmo.- Ele fala sorrindo.
  -É, nem me diga, eu tive uma gêmea por um tempo.- Brinco revelando que existiam dois daqueles bichos.
  -Tinha outro?!- Sam pergunta impressionado.- O que houve?
  -Eu acabei com ele com minhas incríveis habilidades.- O loiro conta.
  -Cala boca Dean, você quase me matou.- Digo e todos nós rimos.

  Logo pela manhã acordo e olho ao redor, Dean está dormindo e Sam vendo algo no computador.
  -Bom dia Sammy.- Falei levantando da cama.- Temos algo para comer? Tô faminta!
  -Bom dia Liz, e não, aqui não tem nada.- Ele diz com cara de quem também está faminto, reconheço o olhar de fome de longe.- Nós podemos ir até a lanchonete aqui do lado enquanto Dean não acorda, o que acha?- O moreno pergunta.
  -Parece uma boa ideia!- Reparo que ele ainda está no computador e o provoco.- Credo Sam, não acredito que você veja esse tipo de coisa! Que decepção.- Falei balançando a cabeça insinuando reprovação.
  -Qual é Liz! Tô só pesquisando uma próxima caçada. Não sou o Dean!- Ele fala sorrindo, faço o mesmo.
  -Vou me arrumar e então podemos ir, tá bom?- Pergunto entrando no banheiro.
  -Claro!- Ele diz com sua voz de sempre gentil.

  Estamos a caminho da lanchonete e o alto começa a falar.
  -Então, no dia do fantasma doida, eu meio que…- Ele começa, mas eu o interrompo.
  -Sam, eu sei que você sente culpa pela morte de alguém, dá pra ver que faz falta. Você viu algo no espelho aquele dia?- Perguntei tentando entender o homem.
  -Eu vi… O nome dela era Jess, ela era minha namorada.- Ele fala com tristeza.
  -Então ela foi uma garota de sorte, hein?- Digo tentando animá-lo, ele dá um leve sorriso e continua.
  -Nem tanto. Por minha causa, a mesma coisa que matou minha mãe a matou.- Ele me diz.
  -Um demônio?- Perguntei a ele.
  -Sim.- Ele me responde.
  -Olha Sammy, você não fez nada. Caçadores têm o direito de amar alguém algum dia, não sinta culpa por isso.- Falo pensando alto e com sinceridade.
  -Liz, eu pensei que poderia sair dessa vida de caçador, seria normal. É tudo o que sempre quis. Eu fui pra faculdade, sabia? Ia seguir um sonho, sem ter que dormir preocupado com a próxima coisa que vou matar no outro dia.- O moreno me revela seus pensamentos.
  -Ninguém é normal Sam, todos têm seus próprios demônios. Talvez, se você nunca tivesse lidado com essa vida você estaria diferente. Mas não foi assim que as coisas aconteceram, e isso te fez forte, um bom homem. Seu trabalho é ajudar pessoas, isso é incrível.- As minhas palavras saem com delicadeza e fico grata por terem saído dessa maneira, quero mostrar para ele que ele é uma boa pessoa, que deve ficar livre de culpas.- Faculdade é, de que?- Pergunto interessada em saber mais sobre.
  -Obrigado Li, precisava disso… Direito, bons tempos.- Ele diz sorrindo ao se lembrar da faculdade. -Posso te fazer uma pergunta?
  -Acabou de fazer, mas eu permito outra.- Falo enquanto entramos no local e escolhemos um lugar para sentar.
  -Você… Sentia que estava com a pessoa certa quando estava com John?- Sam pergunta com delicadeza.
  -Às vezes, nós éramos diferentes. Alguns dias eu sentia que estava com um desconhecido ao meu lado, mas em outros, parecia que eu estava no paraíso.- Digo me lembrando de antes.
  -Ele era sua alma… gêmea?- Sammy me pergunta com curiosidade.
  -Não sei… Acho que não, no último ano, eu senti muito que estávamos juntos porque nos acostumamos um com o outro, mas eu sempre o amei muito. Tem algo que eu venho pensando bastante depois que aconteceu aquela coisa toda do demônio.- Conto para o homem.
  -O que houve? Ele disse algo para você?- O moreno fala preocupado.
  -Ele falou que tinha me traído. E eu acho que realmente estava acontecendo isso Sammy, o que me deixa arrasada.- Admito, enfim, um dos pensamentos que não me deixam dormir.
  -Sabe, demônios mentem. Talvez seja o caso.- Ele fala tentando me animar.
  -É, talvez.- Tento sorrir, mas fica claro que não consigo. -Minha vez de te fazer uma pergunta.- Falei mudando de assunto.
  -Manda.- Ele diz em um tom desafiador.
  -Por que você nunca fica com as garotas que Dean arruma pra você ou que literalmente se jogam para cima de você? Eu não sou cega Sam.- Digo curiosa me encostando no banco.
  -Simples, nenhuma delas é a certa.- Ele fala dando de ombros.
  -Você tem que tentar, cara!- Falo.
  Dean chega correndo na lanchonete e se senta ao meu lado ofegante.
  -Não pensaram em me dizer onde se meteram?- Ele pergunta preocupado.
  -Calma, só vinhemos comer. Eu pedi o seu pra viagem já que a bela adormecida estava em um sono profundo.- Digo sorrindo.
  -Sério? Pediu do que?- Ele pergunta animado.
  -Bacon com um toque especial de veneno pra você.- Respondi dando risada.

Pov's off:
  Após os três comerem, pegam a estrada e partem em busca da próxima caçada.

THE WINCHESTERS AND MEOnde histórias criam vida. Descubra agora