8: Pesadelo

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  -Sam? O que houve?- Dean perguntou com preocupação olhando para o banco de trás, onde seu irmão estava. Ele acordou atordoado.
  Liz, que insistiu em andar na frente para seguirem o caso do demônio que quase a matou, também se preocupa com o comportamento de seu… amigo de beijos e encontros? Ela não sabe, mas deixa essa confusão para outro momento.
  -Você tá bem Sammy?- Ela perguntou.
  -Eu tive mais uma daquelas visões. Temos que ir até Saginaw, Michigan.- Ele fala com urgência.
  -Claro Sam, mas o que houve?- Ela pergunta com o mesmo tom de urgência que ele em sua voz.
  -Um homem, ele vai se matar, temos que impedir.- O mais novo diz.
  Liz olha para Dean, que muda o caminho. Os dois se entreolham preocupados com o moreno.
  -Descansa um pouco Sam, vamos cuidar disso. Vai dar tudo certo.- Liz fala tentando confortar o rapaz.
  -Não posso. Temos que ir.- Ele completa.

Liz’s pov:

  Quando chegamos, descobrimos o que realmente está acontecendo. Um assassinato que foi feito parecer suicídio, nós falamos com o filho da vítima, mas nada fora do comum parecia acontecer. O tio do menino também morreu de maneira estranha e levantamos a hipótese da família estar amaldiçoada.
  Faço uma pesquisa mais a fundo, pergunto às pessoas se viram coisas estranhas e se algo aconteceu. Descobri que o menino era espancado pelo pai e tio, fico surpresa como essa família lida com os problemas e aviso os meninos o que achei.
  Sam tem outra visão. Nela, Max, o filho da vítima usava telecinese para matar sua madrasta.
  -Sam… Antes, você teve essas… visões, porque elas estavam conectadas com você, certo? Como esse cara e a família problemática dele são ligados a você?- Pergunto curiosa.
  -Eu não sei…- Ele começa a falar e Dean que está presente pigarreou chamando minha atenção.
  -Liz, a gente pode conversar?- Ele pergunta e eu faço sinal para que ele prossiga, o loiro olha para mim e Sam por um tempo e diz- Sozinhos.- Algo no seu tom me desperta um tipo de alerta, o mais novo concorda e nós vamos um pouco para longe ainda dentro do quarto de hotel em que estamos hospedados.
  -Dean… tá tudo bem?- Pergunto sem entender o motivo dele ter me chamado para conversar.
  -Tá, é só que… Com tudo o que aconteceu ontem e você decidir mudar o caminho…- Ele começa a falar, mas o interrompi, acho que faço muito isso até.
  -Dean, eu não decidi nada. É o certo a se fazer e ponto, mas eu ainda não sei lidar com isso e também… Acho que não estava pronta para encarar aquele demônio de novo.- Falo com sinceridade.
  Eu não sei como dizer ou pensar sobre isso, mas quando estou perto dos irmãos, sinto coisas… diferentes. Quando estou com Sammy, eu me sinto bem, como se estivesse em um conto de fadas, mas quando estou com Dean, essa sensação muda, é como se o que eu sinto pelo seu irmão fosse triplicado e não sei, sinto que mesmo ele não sendo de fato um cavaleiro montado em um cavalo branco, talvez ele fosse o meu. Isso me deixa um pouco confusa, mas como sempre faço, ignoro esse fato.
  Pego o notebook e começo a pesquisar sobre o nome dessa família louca e…
  -Put@ merd4!- Digo, acho que saiu meio alto até depois de ler o que descobri.
  -O que foi?- Os irmãos perguntam em uníssono.
  -A mãe deles, ela…- Balanço minha cabeça tentando acreditar no que estou lendo. -Talvez essa seja a ligação entre vocês. Faz sentido.- Falei pensando alto.
  -O que aconteceu?- Sam pergunta preocupado com minha descoberta, virei o aparelho em direção aos meninos e deixo eles lerem, pouco tempo depois as dores de Sam ficam mais fortes e vamos até a casa da mulher.
  Chegamos na hora e impedimos Max de matar a senhora. Tentamos conversar com o garoto, mas ele parecia uma bomba relógio. Ele responde algumas de nossas perguntas e do nada percebi que minha impressão sobre o jovem estava correta. A sua raiva ressurge e ele tranca Sammy. Dean a madrasta e eu nos desesperamos, precisamos fazer algo. A mulher corre em direção ao quarto e nós a acompanhamos, estou com minha arma na parte de trás da calça, mas com a loucura desse menino, ele pode muito bem me matar com minha própria arma. Levantei minhas mãos e respirei fundo tentando me acalmar.
  -Max, você não quer fazer isso. Eu entendo que você sofreu, mas me escuta. Não vale a pena.- Disse eu tentando acalmar uma bomba relógio e fingindo estar calma, Dean percebe o que eu fiz e entra na onda.
  -E o que você entende disso?- Ele me perguntou revoltado.
  -Eu entendo que eles são pessoas que deveriam estar do seu lado, mas não estiveram, eles te machucaram Max, mas já passou. Ela- digo apontando para a mulher.- Vai viver sabendo do seu erro e sofrendo por ele, você precisa matar ninguém.- Uau, mandei bem nessa, mas acho que o menino não curtiu muito.
  -Cala a boca!- Ele diz me jogando contra a parede. Dean vai até mim saber se estou bem, o garoto me solta e o loiro me ajuda a levantar.
  -De qualquer forma, se você quer matá-la, vai ter que passar por mim.- Falo tentando protegê-la e puxando Dean para trás de mim, colocando sua mão onde minha arma estava. Ele a pega rapidamente, mas antes que ele possa usá-la, Sammy aparece e começa a conversar com Max, que toma minha arma das mãos de Dean com sua telecinese e se mata.
  Sam vem até mim e me abraça com vontade, fico surpresa com seu gesto e Dean parece desconfortável com a situação, ele resolveu auxiliar a mulher que viu seu enteado cometer suicídio.
  -Eu vi.- Sammy me diz, não consigo ter outra reação além da confusão.
  -Sam, tá tudo bem?- Pergunto tentando fazer com que se concentre pois ele parece estar agitado.
  -Tive uma visão de você e Dean morrendo. Ele ia matar vocês.- Nossa, isso é uma merda, eu achava que tinha mandado bem com o cara. Será que quando tento consolar alguém é tão ruim assim?
  Estou pensando nisso por um tempo razoável, mas acho que no mundo real o tempo não foi muito curto. O moreno colocou sua mão delicadamente em meu queixo e virou meu rosto para que fiquemos nos olhando. Ele faz carinho em meu rosto e me beija.
  -Eu não posso te perder de novo, Jess.- Ele parou o beijo e disse isso, acredito que ele estava pensando alto, mas mesmo assim, foi muito estranho. Tipo MUITO.
  Eu me desvencilhei de seus braços e andei em direção a porta, indo fazer companhia para Dean e a mulher, Sam segura meu braço me impedindo e fala com um olhar arrependido:
  -Me desculpa, Liz.
  -Sou eu quem peço desculpas pra você, eu não posso e nunca vou ser ela Sam… Acho melhor a gente acabar por aqui o que teríamos mais tarde, vai evitar sofrimento pra nós dois.- Falo e ele solta o meu braço, sai rapidamente do quarto, deixando Sam apenas com o corpo de Max como companhia.
  Eu me sinto confusa até em relação a quase terminar algo que não começou. Ele está apegado a memória da antiga namorada e acho que está óbvio que ele desejaria que eu fosse ela, por que não consigo sentir o mesmo com relação a John? Será que eu não o amava tanto assim? Ou é só uma forma diferente de aceitar o que houve? Nossa, eu sou mesmo patética, tentando falar ou achar um grande amor, isso não existe. Eu fui apaixonada durante seis anos por um homem que não me correspondia e sabe se lá a quanto tempo me traía, minha vida é uma piada. Preciso de uma bebida, urgentemente pra tentar parar de ter esses pensamentos. Mas antes, tenho que terminar de resolver as coisas por aqui.
  -Acho que ninguém vai acreditar que ele tinha telecinese, né? Temos que pensar no que dizer quando a polícia chegar.- Informo a Dean e a mulher, estou no canto da porta, acho que com uma cara de: meu ficante me chamou pelo nome da ex namorada dele.
  -De qualquer forma, foi um suicídio. Você acha que consegue mudar as partes que… bom, as partes em que fazemos nosso trabalho?- Dean pergunta para a senhora de uma forma atrapalha e não consigo evitar de rir baixinho. A mulher afirma com a cabeça e nos agradece.
  Pouco antes da polícia chegar, Sam desce as escadas e se junta a nós. Estamos revisando o que ela vai dizer, hoje seremos primos distantes que estavam fazendo uma visita a ela quando tudo aconteceu.
  Depois que prestamos nossos depoimentos para a polícia, finalmente ficamos livres. Eu sento no banco de trás e digo:
  -Preciso beber. Urgentemente.- Alerto e Dean sorri dando uma olhada para trás.
  -Próxima parada: bar.- Ele falou alegremente.
  -Me deixem no hotel antes, por favor.- Sam diz como se o dia de hoje tivesse sido exaustivo, e realmente foi, sempre é. Imagino como deve ter sido difícil para ele.
  -Você é quem manda princesinha.- Dean fala brincalhão com Sam, que mostra o dedo do meio para o irmão, olho tudo do banco de trás sorrindo.

THE WINCHESTERS AND MEOnde histórias criam vida. Descubra agora