Capítulo 15 - O ciclo das estações

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"Quando a neve cai e os ventos brancos sopram, o lobo solitário morre, mas a matilha sobrevive!" - Game of Thrones.


A natureza é tão sábia que sempre tem algo precioso para nos ensinar. Por isso, precisamos ser capazes de compreender que o maior aprendizado que podemos levar para a vida, consiste em contemplar a beleza do ciclo das estações. 

É tão lindo poder constatar que da mesma maneira que as estações do ano passam por profundas transformações, que por sua vez, exigem uma grande capacidade de adaptação das espécies, a vida também transcorre em diversos períodos distintos, mas que se completam no decorrer do tempo.

Em um dado momento, a vida pode ser mais intensa, brilhante e quente, como um lindo sol de um dia de verão, ou ainda, pode se assemelhar ao outono, no qual os momentos adversos chegam, as árvores livram-se das folhas secas, trazendo consigo, uma grande oportunidade de renovação, e então com o aproximar do inverno, podemos estar vivenciando uma fase mais sombria, no qual o frio e o vento varrem a nossa vida, da mesma forma que varrem as folhas secas da estação anterior. 

E mesmo em meio a toda essa tempestade em que algo precisa morrer para enfim poder renascer na primavera, podemos concluir que em todas essas circunstâncias, sempre haverá um tempo determinado para tudo.

Com a despedida do outono em National City, o inverno chegou durante a noite, trazendo com ele um vento impetuoso que insistia em dançar com as folhas, conforme a sua própria vontade. Em meio a essa mudança no ciclo das estações, Kara, despertava de um sono pesado, após várias horas de treino com Matthew na capsula de treinamento gravitacional. 

Apesar do sono ter sido revigorante e de seu corpo ter uma velocidade de regeneração incomparável, ainda assim, ela sentia-se terrivelmente dolorida, como se tivesse passado horas servindo como saco de pancadas para um de seus terríveis vilões. No entanto, as lembranças do duro treinamento que tivera há algumas horas atrás, ainda estavam vívidas em sua memória.

Apesar dos métodos utilizados por seu mentor não terem sido nada puritanos, chegando até mesmo a ter alguns requintes de crueldade, ao ter a mente torturada e ser forçada ver a morte de sua amada Lena por inúmeras vezes, a garota de aço, tinha plena ciência que precisava se fortalecer o quanto antes, pois do contrário, poderia deixar sua família e amigos à mercê de sua vulnerabilidade e dessa forma correr o risco de perde-los para sempre. 

Definitivamente, a única opção que lhe restava era de fato tornar-se verdadeiramente forte. Forte como seus antecessores e familiares, em especial seu primo Kal-EL jamais seriam. Kara Zor-El, estava decidida a superar todos os seus limites, até mesmo exceder os poderes de seu querido mestre. 

Então, em um rompante de motivação, Kara levantou de maneira abrupta da cama na qual se encontrava. Ao observar com mais atenção o ambiente, ela pode perceber que não se tratava da sala de treinamentos, na qual estivera algumas horas atrás. 

O local era totalmente diferente de tudo que já vira. Aliás, tudo que se relacionava a Matthew era peculiar e incomparável. Por um breve instante, Kara se questionou a cerca de quantos cômodos a casa dele realmente possuía, pois quanto mais a conhecia, mais deslumbrada e intrigada ficava com a magnitude, beleza e mistério do lugar.

Contrariamente à arquitetura da capsula de treinamento, este lugar era bem mais simples e passava uma sensação de calma e tranquilidade. Tratava-se de um lindo jardim, cultivado em uma espécie de estufa, no qual haviam inúmeras espécies de plantas e flores. Algumas delas, semelhantes às que haviam no jardim particular de sua mãe, Alura, enquanto outras eram totalmente desconhecidas por ela, que a essa altura, desconfiava que eram espécies oriundas de outros planetas.

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