Capítulo 14 - O treinamento começa!

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"Conheça o inimigo e a si mesmo e você obterá a vitória sem qualquer perigo"

Sun Tzu – A arte da guerra.


Algum tempo depois, Kara despertou. Graças ao seu organismo alienígena, seu corpo se recuperou rápido do mal-estar. Apesar de estar totalmente recuperada, a força da gravidade elevada em dez vezes ainda era bastante incômoda, fazendo com que seus movimentos estivessem bem mais lentos e comprometidos. Levaria ainda um certo tempo para que a garota de aço estivesse totalmente adaptada a um ambiente tão hostil, como aquele.

— Por quanto tempo eu dormi? — perguntou Kara, ainda sonolenta.

— Quase duas horas. Mas não se preocupe, ainda temos tempo.

Kara arregalou os olhos ao perceber que havia adormecido por tanto tempo. Certamente dormir na casa de Matthew, já estava se tornando um hábito e Alex odiaria saber que isso estava ocorrendo com certa frequência.

— Por Rao! Você deveria ter me acordado! Perdemos muito tempo.

— Muito pelo contrário, esse período de descanso foi essencial para você recuperar as energias e seu corpo se acostumar um pouco mais com a atmosfera de Indora. Quanto mais tempo você passar dentro da capsula, mais rápido irá se acostumar e assim poderemos aumentar a força gravitacional, até você estar completamente preparada para permanecer em um espaço com a gravidade cem vezes mais forte.

Ainda debilitada, Kara se pôs de pé e caminhou lentamente até o centro da capsula. Ela não fazia a mínima ideia de como Matthew administraria o treinamento. Na verdade, aquela seria a primeira vez que a garota de aço se sentiria desafiada. 

Nem mesmo em Krypton, quando ainda criança e chegou a assistir uma aula de táticas de klurkor para o exército kryptoniano, ministrada por sua tia Astra In-Ze, uma das generais mais promissoras de seu planeta, sentiu tanta dificuldade. Seu estômago revirava de nervosismo, pois se caminhar estava sendo tão complicado, o que de pior ainda estaria por vir?

— E então, que golpes novos você vai me ensinar? Disse ela ao se pôr em posição de luta.

Uma gargalhada se fez audível no ambiente. Kara poderia ter ficado zangada pela forma como Matthew ria de sua indagação, mas o fato é que ela se sentia tão confortável na presença dele, que acabou rindo também.

— Qual é? O que tem de tão engraçado no que eu falei? — disse Kara tentando se recompor do riso.

— Kara, minha querida, apenas vencer o maior número de batalhas, não é o auge da
habilidade, mas sim, subjugar o inimigo sem que haja a necessidade de lutar. Treinar o corpo é fundamental, mas fortalecer a mente para que aprenda a agir com prudência, inteligência e velocidade é o ápice da ciência da bélica.

— Uau! Você fala como um general!

— Quem me dera. — Matthew riu ao relembrar de seu passado no exército. — Em Indora, eu era apenas um soldado de classe inferior. Mas tive um bom mestre, que me ensinou os fundamentos da arte da guerra. Com ele, aprendi a ter excelência no controle do chakra, a elaborar estratégias militares, e me tornei especialista no combate com uso de khopesh, que basicamente é uma espécie de espada curva, bem parecida com a katana que os samurais utilizavam no Japão feudal.

— Khopesh— Kara tentou pronunciar, sem êxito

— Khopesh. Você precisa arrastar um pouco mais a última parte. Vamos, repita comigo: khopesh.

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