Ana Flávia
Alguém por favor pode quebrar esse despertador pra mim? Me recuso a me levantar para ir a escola.Ninguém atendendo meu pedido me levanto para desligar o despertador já que ficava em uma cômoda do lado da porta, levanto e o desligo, agora me sinto obrigada a ir a escola.
Graças a Deus era meu último ano, contava os dias para a formatura.Vou até o banheiro, lavando o rosto e escovando os dentes, dando um jeito no cabelo que estavam todos alvoroçados, faço somente um delineado gatinho e passo uma camada de rimel, mais nada, sem ânimo nenhum pra me maquiar como algumas meninas da minha escola se maquiavam, era bizarro a quantidade de base e pó que tacavam na cara logo as 7:00 AM, mas cada um com seu gosto.
Me visto com a blusa do uniforme, uma calça jeans e um tênis vans preto, decido deixar os cabelos soltos e coloco minha boina preta que tanto amo, pego minha mochila e desço.
Minha mãe já acordada tomando café me da um bom dia, e logo já sento na mesa, pegando uma torrada para comer.- Hoje irei chegar muito tarde, terá uma reunião e sinceramente quando eles falam em reunião não prevejo a hora que termine, por isso não me espere para jantar, esquente algo ou peça alguma coisa.
- Tá bom mãe, não se preocupe.
Chegando na escola é a mesma coisa de sempre, professores explicando, alguns escutavam, outros dormiam e outros achavam que estava em suas próprias casas fazendo baderna, típico de escola pública.
Quem eu sou? Sou apenas eu, presto atenção quando preciso e também me debruço na carteira tentando cochilar, mas sempre me considerei boa aluna, não nerd, só boa aluna.
Não sei se quero prestar um vestibular, talvez eu estude moda ou coisa do tipo, mas quero continuar como modelo fotógrafica já que minha altura não permitia desfilar nas passarelas.
Tá bem que eu não ganho tão bem com os bicos que faço pra algumas empresas da minha cidade para divulgar suas roupas, mas pra alguém que não tem conta pra pagar no entanto é suficiente para não precisar do dinheiro da minha mãe pra me divertir com meus amigos quando eu quisesse, ou pra gastar com bobagens de uma
Jovem.
Da o sinal do intervalo, saio da sala caminhando pelo corredor com Gabriela .- Hum.. Gata como sempre né Ana ?! - conheçam o oportunado da classe, o vitor .
Porque sempre tem um que se acha o alfa da turma toda, o garanhão? Haja paciência! Não pode dar asas pra alguém como ele, logo acha que já tem intimidade com você.- Oi vitor . - digo seca pra ver se ele se toca, mas é algo raro isso acontecer.
- Quando vai largar daquele cara presunçoso pra gente dar uns amassos? - e isso é jeito de falar?
Gente, que menino chato, por isso prefiro pessoas bem mais velhas que eu, esses garotos da escola que se acham sedutor não tem um pingo de maturidade, impressionante.- Ela já terminou dele. - Gabriela diz e logo ele já abre um sorriso - e pra sua informação você não chega nem mesmo em uma unha dele. - Isso é mesmo. Mesmo que a gente está terminados não posso deixar de concordar com ela nesse quesito.
Ele tinha maturidade, não tanta mas com com certeza mais que vitor .- Vitor se você tivesse um cérebro já saberia que jamais isso vai acontecer. - digo o respondendo da pergunta que havia feito. - Cresce! - E ele ri já indo em direção a seus amigos, glória.
- Mudando de assunto amiga, precisamos escolher o local que iremos comemorar seu aniversário, afinal não é todo dia que alguém completa 18 anos. - ela diz com tom de animação, e eu rio.
- E por acaso tem algum aniversário que se faz todos os dias?
- Você me entendeu Ana Flávia , não seja indelicada!
- exagerada como sempre, tudo para Gabriela é motivo pra comemorar, até tirar uma boa nota em alguma prova, mas do que ela gosta mesmo é da bagunça.
- Não sei gabi, ultimamente não estou em clima de festa.
- E quando é que você está? - ela perguntando me encarando - Aliás, não parecia isso quando
- você encheu a cara na boate né? - ela ri e logo faz uma cara como se tivesse tido uma grande ideia, lá vem... - E se a gente comemora-se lá?
- Lá onde?
- Na boate lux Ana . Você está me ouvindo?
- Ah não!!! Lá não. E também lá só entra de maior.
- Eu sei, mas eu já tenho 18 anos, Pedro também... Aí, desculpa amiga. - ela coloca a mão no meu braço - acho que ainda não acostumei com o término, me perdoa.
- Tudo bem, eu entendo.
- Então está decidido, vai ser lá, no sábado, já vou mandar mensagem pra todo mundo. - Tenho medo desse todo mundo dela, eu mesmo não sou de muitos amigos, posso contar os que tenho em uma mão só, mas Sofia é exagerada tudo tem que ser em quantidade, então nem adianta eu discordar que ela vai falar até eu dizer sim, melhor evitar o drama antes.
- A semana passou voando, graças a Deus já é sábado e também o dia do meu aniversário ou
- seja, já recebo várias mensagens me parabenizando, o que seria se não fosse esse lembrete no Facebook.
- Minha mãe já entra no quarto e em suas mãos carrega uma cesta toda enfeitada e farta de coisas gostosas pelo que parece.
- Parabéns pra você... - e eu dou risada da cena que estou vendo - nessa data querida.
- Huumm, o cheiro pelo menos está bom - digo enquanto ela coloca a cesta aos pés da cama e senta ao lado me abraçando.
- Finalmente os tão esperados 18 anos, que você continue sendo essa menina, agora mulher, maravilhosa que você é, e não esqueça de agradecer por mais um ano.
- Obrigada mãe, já agradeci assim que acordei.
- Queria passar a noite com você, fazer algo fora da rotina, mas o trabalho infelizmente me chama, pleno sábado e vou ter que viajar para resolver uns assuntos. - me abraça de novo se sentindo culpada.
- Mãe, tá tudo bem, eu sei que a senhora é alguém muito ocupada, e não tem problema, vou comemorar com alguns amigos hoje. - ela me olha surpresa - coisa da Gabriela mãe.
- Ah claro, por que se depender de você não sai nem da cama. - como é exagerada. - Espero que se divirta e não beba, e claro use camisinha.
- Mãããe! - e ela ri.
- Chega a noite, ainda não sei o que vou vestir, mas resolvo ir tomar banho, até meu celular apitar.