𝐓𝐡𝐞 𝐫𝐚𝐢𝐧𝟐

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Se segura - ele diz e com certeza vou mesmo. A chuva ficava cada vez mais forte - Vamos ter que parar e esperar a chuva diminuir, pista molhada e moto não combinam. - ele grita e olha de canto para mim, e eu balanço sim com a cabeça.
Ele anda mais uns 100 metros e para em frente a uma espécie de tenda, eu somente o sigo para de baixo dela. O lugar estava completamente deserto.

- Essas coisas só acontecem comigo mesmo. - digo enquanto torço meu cabelo.

-   Imaginei que o azar veio de você. - diz enquanto tira sua jaqueta. Será que ele sempre tem que ser sarcástico em tudo que fala?!

-   Toma! - Ele estende a jaqueta para mim - É de couro, não molha por dentro, provavelmente ajude a te esquentar. - mas continuo encarando seus braços e seu corpo marcado na regata, o que ele quer com isso? - Mas também se preferir posso vesti-la novamente... - E puxo da mão dele antes que terminasse de falar.
Ele nao tira os olhos de mim, me observa enquanto pego minha blusa para tirá-la.

- Pode se virar por favor? - o encaro enquanto ele ri, mas se vira logo em seguida.

- Tá com vergonha de que? Sabe que suas fotos de biquini estao estampadas nos comerciais de TV né? Isso pra mim não é nenhuma novidade.
Entao ele me reconheceu pelas fotos de TV?! Eu simplesmente tento ignorar cada palavra que ele fala, nem o respondo para não me estressar, só tiro a blusa encharcada que estava e visto a jaqueta, fechando o zíper.

-   Pronto. - digo e ele se vira - a chuva já está parando já.

-   Se quiser posso te levar pra minha casa. - sorri malicioso, meu Deus que impertinente.

-   Como consegue ser tão depravado? O que te faz pensar que eu irei pra sua casa? - digo irritada.

-   Calma beija-flor, não se zangue. Só pensei que sua mãe não iria gostar de te ver chegando com um homem no qual ela não conhece, ofereci minha casa para secar suas roupas, tomar um banho e depois pedir um uber. - até que fazia um pouco de sentido - Não te chamei para ir pra cama, mas também pode ser uma opção.
Reviro os olhos e saio debaixo da tenda antes que ele continue soltando asneira pela boca.

- Fico com a primeira opção mesmo. - E sinto ele andando atrás de mim. Subimos na moto e deu partida em direção ao seu prédio no qual a música soava muito alta vinda da Boate, mas não parou na frente do prédio e sim entrou pelo lado numa espécie de garagem, onde havia duas motos e três carros, fiquei me perguntando se eram todos dele, o que não é improvável já que é tão rico.
Desço da moto e o sigo em um elevador e antes mesmo de chegar ao andar ele tira sua regata no elevador, desvio o olhar para o outro lado.
Chegamos em seu apartamento, ele abre a porta dando espaço para eu passar.

- O banheiro fica logo ali no corredor na terceira porta a esquerda. - fala enquanto olho sua casa por dentro mas sigo em direção aonde apontou.
Tiro a jaqueta me olhando no enorme espelho que havia no banheiro, meu cabelo estava de dar dó, todo bagunçado.
Tiro também minha calça e roupas íntimas que estava usando e alguém bate na porta.
Me enrolo na toalha e abro, era uma mulher, uma senhora pra ser mais exata.

- Com licença, Gustavo pediu pra que eu viesse te entregar esse roupão e pegar suas roupas molhadas para eu secar.

- Ah sim, só um minuto. - pego as roupas espalhadas no banheiro e entrego a ela enquanto pego o roupão.
Entro debaixo do chuveiro, a água era quente, estava muito boa por sinal, passo o Shampoo e condicionador que havia ali mesmo, desembaraçando com os dedos mesmo já que não vejo nenhum pente à vista.
Depois de me enxaguar, seco um pouco meu cabelo com a toalha e me visto com o roupão que a senhora havia me trazido.
Saio do banheiro e vou para sala na qual estava vazia, me sento no sofá e pego meu celular, havia mensagem da minha mãe perguntando se eu estava bem, respondi que sim e a senhora aparece novamente.

-   Quer que eu prepare algo pra comer? - Só agora que me dei conta que estava morta de fome pois havia saído para comer e não consegui fazer isso até agora.

-   Se não for muito incômodo eu aceito sim. - ela sorri - quanto tempo pras minhas roupas secarem? Não muito, uns 20 minutos e elas estarão completamente secas, agora me de licença.

-   Mas já está com essa pressa de ir embora? - Gustavo aparece na sala com os cabelos molhados mas pelo menos vestido.
E antes que eu pudesse respondê-lo a campainha toca e em movimentos rápidos me escondo atrás do sofá e escuto Jason rindo da cena que viu, nunca se sabe quem pode ser. Ele abre a porta.

-   Pois não?! - Ele diz.

-   Oi, não está lembrado de mim? - Parece com a voz da... da vitória!!! Aí não, o mundo está contra mim hoje.

-   Desculpe, pode me refrescar a memória? me seguro para não rir, como queria ver o rosto dela agora mas me controlo e fico bem quieta atrás do sofá.

-   Sou eu, vitória , nós dormimos juntos no sábado passado... Lembra agora? - ela soava irritada.

-   Ahhh sim! Claro que me lembro... Mas então, no que posso ajudar.. Vitória ? - e ouço passos, ela entrou na sala. Não! Não! Não!

-   E que esqueci meu brinco no seu quarto. - claro, o brinco! Como queria rir - Vim buscar, era meu brinco preferido e custou uma grana.

-   Claro, pode ir até meu quarto e ver se acha.

-   Será que você não quer me ajudar a procurar?
-  Aí que cena patética, vergonha alheia!

-   Bem que eu adoraria gata, adoraria mesmo. - lá vai outra revirada de olhos, sou abrigada a escutar isso - Mas tenho outros planos.

-   Ah claro. - voz de decepção, queria ser uma mosca para ver sua cara.
Provavelmente foi atrás do brinco mas não se passou nem 2 minutos e ela já estava voltando do quarto.

- Nossa, já achou? Que rápido. - Gustavo  fala.
Claro que foi rápido, ela sabia exatamente onde estava, oferecida!
Não que eu me importe, longe disso.

-   Pois é, foi fácil de achar. - tento dar uma espiada no canto do sofá e lá está a sinica, estava de costa para mim e Gustavo me olha rapidamente

-   bom, é isso né. Pena que tenho que trabalhar agora gata. - Gustavo diz se aproximando dela - Quem sabe não tenha esquecido outra coisa e precise voltar amanhã?! - E depois do beijo que ele dá nela me recuso a continuar espiando, que patético, ele me viu ali, será que foi de propósito?
  Bom, estou nem aí pra isso!!!

-   Isso foi um convite? - "isso foi um convite"repito no som mais baixo que existia.

-   Pode se dizer que sim. - ele a responde. Posso me matar agora já? - Tchau. - ouço a porta fechar.

-   Graças a Deus! - digo me retirando de trás do sofá e ele me olha sem nenhuma expressão.

- O que? Foi torturante pra você ver o que viu? - Ele pergunta enquanto pegava uma garrafa de whiskey em sua estante.

-   Até parece. - digo debochando - Tortura foi ver o teatrinho da vitória  dizendo que esqueceu o brinco. - ele ri.

-   Você não imagina quantos brincos, peças de roupa ou celulares... - e me encarou - são esquecidos por aqui.

-Como é que é? Está insinuando que esqueci meu celular aqui de propósito? Só pra poder voltar e te ver? - O que me restou foi rir mesmo - Saiba que em hipótese alguma eu faria isso.

-   Olha... então realmente tem as que esquecem de verdade? - perguntou com ironia e deu um gole em sua bebida. Me recuso a me irritar novamente com ele - Mas então... - ele fala colocando o copo em uma mesa e vindo em minha direção - Por que fugiu de mim aquela vez?

-   Que vez? - finjo demência, claro.

-   Não vai me dizer que você não se lembra do nosso beijo? - e chega ainda mais perto com aquele corpo no qual não consigo nem me concentrar direito.

-   É, infelizmente eu não estava bêbada o suficiente pra esquecer tudo. - passo por ele ficando de costas e evitando olhar seu rosto, mas sinto ele chegando por trás.

-   Se quiser eu posso refrescar sua memória. - Gustavo coloca seus lábios próximos a minha orelha fazendo com que eu respirasse mais rápido...

𝐂𝐨𝐦𝐞𝐜𝐨𝐮 𝐚 𝐦𝐚𝐫𝐚𝐭𝐨𝐧𝐚 0𝟏/6
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