𝐓𝐡𝐞 𝐫𝐚𝐢𝐧

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Ana Flávia

A semana até que passou voando, a sexta até que enfim chegou, não tinha plano nenhum para o final de semana, meu único objetivo é sentar na sala de casa e maratonar várias sérias com pipoca e sorvete até não aguentar mais.
Claro que depois de fazer umas fotos que tenho amanhã de manhã para uma empresa... E aí sim depois posso me acabar de comer.
Mas hoje a noite não tenho nada para fazer, talvez Gabriela queira fazer algo.

- oii gabi. - cutuco ela na minha frente e ela se vira para mim - Quer fazer alguma coisa hoje?
Aproveita que não é todo dia que pergunto isso.

- Ah amiga, eu combinei de ir ao cinema com Murilo , mas pode vim com a gente se quiser.

- Tudo bem, você sabe que no fundo estava torcendo para dizer que não poderia. - ela ri, pois é a pura verdade, sou muito caseira.

- Disso eu sei mesmo, mas amanhã podemos sair. - Ela acrescenta.

- Vamos ver até lá. - e ela assenti com a cabeça e logo em seguida vira para frente.

Chego em casa, tomo um banho e dou uma coxilada no sofá da sala... Acordo com minha mãe me chamando e me cutucando devagar.

- Mãe... Já chegou? Que horas são? - pergunto com voz de sono tentando abrir os olhos e bocejando logo em seguida.

- Já são quase 20:00 filha. - nossa, como que eu dormi todo esse tempo? - Está dormindo desde que horas?

- Desde que cheguei da escola. - respondo me levantando e dou de cara com o namorado dela parado perto da escada - Oi Lucas .

- Oi Ana , como está? - ele pergunta.
Eu e Lucas não conversamos muito mas nos damos bem sempre que nos vemos, ele é minha mãe estão juntos a quase 1 ano, e desde então minha mãe parece mais feliz, e no fundo é o que importa, se ele a faz feliz me deixa feliz.

- Estou bem.

- Filha, o Lucas irá jantar e dormir aqui essa noite tudo bem?

- Claro mãe, a casa é sua. - sorrio, já subindo para meu quarto.

Olho pela janela e a noite está linda, com o céu cheio de nuvens escuras que eu amo, resolvo dar uma volta pela praça, quem sabe comer alguma coisa e deixar minha mãe mais a vontade com seu namorado, já que ela trabalha tanto e mal tem tempo para se divertir.
Visto uma calça jeans com uma blusa de manga comprida preta pego minha bolsa, aviso minha mãe que vou dar uma volta e comer algo por lá mesmo, no começo ela quis que jantassemos juntos mas depois cedeu.
Confesso que saí sem uma direção certa, caminho seguindo até a praça da cidade que não ficava muito longe, andei por uns 25 minutos até chegar lá.
Não estava cheia e nem muito vazia. Sento em um banco e olho pro meu celular, havia algumas mensagens de Gabriela perguntando se eu tinha certeza que não queria ir ao cinema também, só respondi que tinha certeza sim e torno a guardar meu celular na bolsa.
Olhando ao redor ainda em dúvida do que comer, não muito saudável pois continuarei com fome mas também não muito pesado pois tenho fotos na manhã seguinte.
Me levanto para comprar algo aqui na praça mas antes que eu pudesse dar o primeiro passo aparece um homem na minha frente, pouca coisa maior que eu, tinha cabelos loiros e estava com sua camisa pendurada no ombro.
Eu desviei para seguir meu caminho mas ele se colocou na minha frente novamente, tento me esquivar outra vez mas sem sucesso, era só o que me faltava.

- Pode me dar licença? - pergunto com a maior paciência.

- O que uma moça tão bonita veio fazer por aqui só? - Ah pronto.

- Com certeza falar com você que não foi. - digo já quase perdendo a pouca paciência que estava me restando - Agora você pode por favor me dar licença? - tento mais uma vez em vão passar por ele.

- Não devia sair sozinha a noite gata. - diz enquanto acariciava minhas bochechas.
Fiquei sem reação nenhuma, assistia aos noticiários e sabia o que acontece com meninas que tentam se defender, nessa hora passa milhões de coisas na minha cabeça e sinto algumas gotas de chuva pingar sobre minha pele.

- Ela não está sozinha amigo. - respiro aliviada pela primeira vez quando vejo que é Gustavo chegando atrás de mim, a luz no fim do túnel, nunca achei que iria dizer isso mas graças a Deus.
Com um movimento rápido Gustavo da um soco no rapaz, me assusto pois fui pega de surpresa.

- Por que não mexe com alguém do seu tamanho?
- e dá um empurrão seguido de outro soco que seu nariz começa a aparecer vestígios de sangue - Covarde! - quando ele ia partir para outro soco eu me coloco em sua frente.

- Chega Gustavo . - digo colocando a mão em seu peito para o impedir de andar. - Ele já entendeu.
O rapaz olha assustado, sem dizer se quer uma palavra ele sai correndo e pude ver Gustavo sério.
Como pode existir homem tão charmoso? Tão charmoso que esqueci do mundo ao redor e fiquei olhando ele... aquele cabelo seu sempre meio bagunçado , seus olhos e aquele sorriso perfeito .

- oii? Tá em que mundo? Quantas vezes terei que te salvar de moleques como esses? - será que ele estava falando comigo a muito tempo?
Chacoalho levemente a cabeça me livrando da hipnose que ele me causou. O que? Não! Eu tô bem, não precisava de toda aquela agressão por minha causa mas...

- Antes que a senhora nervosinha venha com sete pedras na mão, eu teria feito por qualquer outra mulher. - ele diz e as gotas que era chuvisco começam a engrossar, merda.

- Só ia dizer obrigada, então obrigada... Gustavo.
Ele deu um sorriso convencido.
A chuva que caia sobre seus cabelos e descia sobre seu rosto fazia com que eu não conseguisse parar de olhá-lo

- Acho melhor eu já ir. - digo.

- Você está a pé? - Ele pergunta antes que eu saia.

- Estou, mas não tem... - ele me interrompe antes de continuar.

- Venha, te dou uma carona. - e sai andando, pensei em recusar sua "boa ação" mas não quero pegar um resfriado ou muito menos dar de cara com outro homem atormentado.
O sigo até ele parar ao lado de uma super moto preta, tira um capacete de dentro do banco... Tá de brincadeira. O que é isso? - Pergunto sem pegar o capacete que ele me estendia.

- Uma moto, nunca viu? Ela funciona como uma bicicleta mas tem um motor que...

- Eu sei o que é uma moto Gustavo, não sou tantã.

- E tá esperando o que? Um carro? Comigo não, dessa vez vai ser moto mesmo, ou prefere ir sozinha a pé? Sobe logo vai. - Apesar de sua gentil grosseria resolvo pegar logo o capacete e subir na garupa da moto - Se segura.

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I arrived to changeOnde histórias criam vida. Descubra agora